Fintech de crédito a classe média atrai ex-Goldman Sachs em aporte de R$ 10 mi

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Fintech de crédito a classe média atrai ex-Goldman Sachs em aporte de R$ 10 mi, crise dos planos de saúde respinga em outros elos do setor e outros destaques do mercado nesta segunda-feira (8).

**STARTUP DA SEMANA: EMPREX**

Fundada em 2021, a EmpreX é uma fintech de crédito voltada a brasileiros de classe média.

Ela foi fundada pelo suíço Silvan Roth, hoje CEO, pelo alemão Sebastian Becker, CTO (chefe de tecnologia), e pelo brasileiro Bruno Vannucci, que é COO (chefe de operações).

Os três acumulam histórico no setor financeiro e em análise de risco.

EM NÚMEROS

A EmpreX anunciou recentemente ter recebido US$ 2,1 milhões (R$ 10,4 milhões) em uma rodada seed.

QUEM INVESTIU

O aporte foi liderado pelo americano Jason Nassof e também teve a participação de outros investidores individuais.

O executivo, que atuava na operação latino-americana do Goldman Sachs e participou de rodadas de financiamento a Nubank e Credijusto, agora assume como CFO (chefe de finanças) da EmpreX.

QUE PROBLEMA RESOLVE

A fintech aposta em sua tecnologia para análise de risco como diferencial para oferecer empréstimo a brasileiros que têm poucas garantias financeiras e, por isso, acabam tendo acesso limitado ou condicionado a altas taxas.

POR QUE É DESTAQUE?

Em entrevista à Folha de S.Paulo no Web Summit Rio*, o CEO Silvan e o novo CFO Jason citam dois fatores principais para a EmpreX ter escolhido o Brasil como seu mercado de estreia:

As dezenas de milhões de brasileiros que hoje têm acesso dificultado ao crédito, inclusive em fintechs já estabelecidas no mercado, dizem os empreendedores.

As inovações promovidas pelo BC, principalmente com o open finance, em que os consumidores podem compartilhar suas informações financeiras para ter melhor acesso a crédito.

*O jornalista viajou a convite do evento.

**O QUE DISSERAM OS ‘ORÁCULOS’ DO MERCADO**

Dezenas de milhares de pessoas fizeram neste fim de semana a tradicional romaria rumo a Omaha, no Nebraska, estado do interior dos EUA, para ouvir o que dois nonagenários têm a dizer.

Como costuma acontecer na conferência, Warren Buffett, 92, e seu sócio de longa data Charlie Munger, 99, responderam a perguntas de diversos temas: além da operação de sua companhia, a Berkshire Hathaway, foram temas a crise bancária nos EUA e até a melhor maneira de evitar erros na vida e nos negócios.

A Berkshire é conhecida por suas posições acionárias duradouras em companhias tradicionais e cujos negócios pouco dependem de ciclos econômicos de curto prazo.

Ela divulgou no sábado seu balanço do primeiro trimestre, quando vendeu ações na Bolsa americana e aumentou sua reserva em caixa para US$ 130,6 bilhões, o maior nível desde o final de 2021.

ALGUNS DOS TEMAS DISCUTIROS POR BUFFET E MUNGER

– Novas tecnologias: “A chegada de novas coisas não tira oportunidades. O que cria oportunidades são outras pessoas fazendo coisas estúpidas, e eu diria que, nos 58 anos em que estivemos na Berkshire, houve um grande aumento no número de pessoas fazendo coisas estúpidas”, afirmou Buffett.

– Elogios à Apple: “É o melhor negócio em nossa carteira”, disse o megainvestidor sobre a empresa que representa a maior posição entre os investimentos da Berkshire.

– Crise dos bancos: “Os banqueiros deveriam ser mais como os engenheiros, procurando evitar problemas em vez de tentar ficar ricos”, afirmou Munger. “Se o CEO coloca o banco em problemas, ele e os diretores deveriam ser penalizados por isso”, disse Buffett.

– Como evitar erros? “Você deveria escrever seu obituário e depois tentar descobrir como vivê-lo à altura”, afirmou Buffett. “Não é tão complicado.”

**CRISE DOS PLANOS RESPINGA EM OUTROS SETORES**

A crise que atinge os planos de saúde não fica restrita a eles e acaba afetando outros elos da cadeia do setor.

Um deles é o de distribuidores e importadores de produtos como próteses, válvulas cardíacas e outros materiais usados em procedimentos de saúde, que falam em atraso de R$ 1 bilhão em pagamentos.

O levantamento feito pela Abraidi (Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Produtos para Saúde) com 300 associados também aponta um aumento de quase 50% em relação à sondagem realizada há um ano.

ENTENDA

A prática é caracterizada quando o fornecedor entrega uma prótese de joelho ou um stent para uma cirurgia, mas o comprador, que pode ser o plano de saúde ou o hospital, exige que ele atrase a emissão da nota fiscal, mantendo a transação sem registro oficial por mais tempo.

Ainda segundo a pesquisa, o tempo médio até a emissão da nota fiscal está em torno de 48 dias.

Depois do faturamento, há ainda o prazo para efetivamente receber o dinheiro, que costuma levar cerca de mais 120 dias.

Outro reflexo da crise dos planos são as glosas, os questionamentos feitos pelas operadoras às faturas enviadas pelos hospitais e prestadores de serviço.

Entre as instituições ligadas à Anahp (associação de hospitais privados), o número de queixas subiu mais de 20% entre 2021 e 2022.

O QUE EXPLICA A CRISE DOS PLANOS

É uma soma de fatores, que envolvem a retomada dos atendimentos de saúde represados pela pandemia, o encarecimento dos insumos com a crise sanitária e a dificuldade de repassar esse aumento ao consumidor.

O problema principal está na alta sinistralidade, taxa que mede a relação entre o custo dos procedimentos e o valor pago pelos usuários.

No quarto trimestre, ela chegou a 89,21% –ou seja, a cada R$ 100 de receita, R$ 89,21 foram para despesas com consultas e exames.

**AS DIFERENTES OPÇÕES PARA APOSENTADORIA**

Em pouco mais de dois meses desde seu lançamento, os títulos públicos Tesouro RendA+ atraíram cerca de R$ 500 milhões de aproximadamente 36 mil investidores.

ENTENDA

Negociados no Tesouro Direto, eles são voltados para quem deseja poupar para a aposentadoria. A ideia é que o investidor aplique os recursos durante certo período e, depois, receba um valor mensal por 20 anos.

Eles aparecem como uma opção aos fundos de previdência privada, que têm características diferentes em relação ao título público.

Mais consolidada, essa indústria alcançou R$ 1,2 trilhão em ativos em fevereiro, com uma captação líquida de R$ 3,4 bilhões no acumulado do primeiro bimestre deste ano, de acordo com dados da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).

**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**

ELETROBRAS

Mercado critica tentativa de interferência na Eletrobras e vê risco para privatizações no setor. Ação do governo no STF pode ter impacto para venda de empresas como Sabesp, Cemig e Copel, dizem analistas.

MERCADO

Nova versão do arcabouço fiscal vai trazer mais segurança, diz relator. Deputado propõe que ritmo de alta dos gastos seja fixado no texto do projeto de lei complementar, mais difícil de ser alterado.

UNIÃO EUROPEIA

Alas do governo divergem sobre renegociação do acordo entre União Europeia e Mercosul. Trecho sobre compras governamentais é alvo de contestação de ministérios.

LISIANE LEMOS

Preconceito deve ser combatido como doença crônica nas organizações, diz secretária. Lisiane Lemos, nova secretária do Governo do RS, defende que diversidade demanda tempo e dinheiro.

MERCADO

Hyundai mostra novo ‘carro caranguejo’, que anda de lado. Sistema com pneus que se movem em até 90 graus permite que o veículo gire sobre o próprio eixo e seja dirigido na diagonal.

ARTUR BÚRIGO / Folhapress

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