Fintech levanta R$ 5 milhões para ampliar antecipação de recebíveis a entregadores

**STARTUP DA SEMANA: TRAMPAY**

O quadro traz às segundas o raio-x de uma startup que anunciou uma captação recentemente.

A startup: fundada em 2020, em Brasília, a fintech atua em mais de 400 municípios com oferta de serviços e produtos financeiros a trabalhadores de apps.

Em números: a startup anunciou ter recebido um aporte que pode chegar a R$ 5 milhões durante o ano por meio de um FIDC (fundos de direitos creditórios), dinheiro que irá para seu serviço de antecipação de recebíveis.

A Trampay ainda recebeu um investimento em equity (patrimônio), com valores não divulgados.

Quem investiu: o aporte do FIDC e parte do equity foi feito pela Cedro Capital, gestora focada em negócios em estados da região Centro-Oeste, além de Minas Gerais e Tocantins.

Que problema resolve: o principal produto da startup é a antecipação de recebíveis aos trabalhadores de apps, com foco em entregadores.

O faturamento desses autônomos costuma acontecer a cada 15 dias, com o pagamento 10 dias após esse intervalo.

A Trampay oferece o serviço de antecipar para o dia seguinte ao trabalho esse valor que vai entrar na conta, com a cobrança de uma taxa para o empréstimo.

A startup ainda oferece outros serviços, como seguros e pontos de apoio aos entregadores e motoristas de app.

Por que é destaque: a fintech promete facilitar a vida financeira de um contingente de cerca de 1,6 milhão de brasileiros que atuam por meio dos aplicativos, muitos deles trabalhando exclusivamente nessas plataformas.

Ela diz que seu primeiro veículo de crédito já emprestou mais de R$ 8 milhões, com inadimplência zero.

Em 2022, foram 400 mil transações financeiras e de crédito para mais de 10 mil trabalhadores, movimentando mais de R$ 50 milhões de reais.

A Trampay passou por aceleração do BNDES Garagem junto de outras 43 empresas de impacto social ou ambiental e foi premiada neste ano pelo banco de fomento.

**A CRISE DA LIGHT**

O grupo Light, holding controladora da distribuidora de energia que atende 4,5 milhões de consumidores no Rio, entrou na sexta (12) com um pedido de recuperação judicial (RJ).

O processo partiu da controladora porque distribuidoras de energia são proibidas por lei de entrar em RJ.

A companhia conseguiu uma cautelar em abril que suspendeu o pagamento de parte das dívidas e impediu o vencimento antecipado de debêntures, situação que ampliaria a sua crise.

Em números: as dívidas informadas pela Light são de cerca de R$ 11 bilhões –a maioria do passivo é da distribuidora.

Na sexta, as ações da companhia fecharam em queda de 17,2%, valendo R$ 3,85. Elas serão excluídas dos índices da B3, conforme a metodologia da Bolsa brasileira para empresas que pedem RJ.

Três pontos para entender o pedido de RJ da Light

1 – Área de cobertura: 20% está em locais dominados por narcotráfico e milícias, o que a torna uma das que mais perdem receita com furtos de energia.

Isso faz a empresa queimar caixa –gastar mais do que arrecada. São cerca de R$ 800 milhões por ano.

2 – Indefinição regulatória: a concessão da Light está prevista para vencer em 2026, sendo a segunda da lista de 20 contratos de distribuidoras de energia que vão vencer entre 2025 e 2031.

Segundo especialistas, a falta de uma sinalização do governo sobre as regras da próxima rodada de renovação agrava a situação da Light.

Sem uma certeza sobre a continuidade da concessão, os bancos evitam estender a dívida da companhia para prazos após o fim do contrato, em 2026.

3 – Cenário de crédito: os credores estão mais reticentes para emprestar dinheiro diante do atual cenário de juros altos e da disparada de pedidos de recuperação judicial de grandes empresas no Brasil.

Mais sobre o pedido de RJ da Light

É recuperação judicial ou intervenção, afirma ex-presidente da companhia.

Light usa tese ‘fraudulenta’ para RJ, diz advogado de debenturistas.

**PLANO PARA CARRO POPULAR PREVISTO PARA ESTE MÊS**

O governo deve anunciar no próximo dia 25 um plano de incentivo para toda a cadeia industrial que incluirá uma de suas metas para o setor: a retomada da indústria automotiva, puxada pelos carros populares.

Entre as medidas, estão linhas de crédito para o setor fabril, reduções tributárias, aumento do índice de nacionalização de bens manufaturados e um programa de financiamento para veículos.

Entenda: no setor automotivo, o objetivo é reduzir os preços iniciais de modelos compactos com motor 1.0 para uma faixa entre R$ 50 mil e R$ 60 mil.

O repórter Eduardo Sodré mostrou em março que a volta dos modelos mais em conta mobiliza tanto fabricantes quanto revendedores.

Embora um patamar entre R$ 50 mil a R$ 60 mil para um carro popular possa assustar, cabe lembrar que a realidade mudou em relação há alguns anos:

Os preços dos carros acompanham o encarecimento dos componentes desde a pandemia e a nova estratégia das montadoras, focada na eletrificação.

Novas normas de segurança e controle de emissões começaram a valer nos últimos anos. Hoje, o carro mais barato no país é o Renault Kwid, que custa R$ 69 mil.

O plano de benefícios tributários do governo não deve ficar restrito aos carros abaixo de R$ 60 mil.

Um dos critérios usados para os incentivos poderá ser a eficiência energética, que vai beneficiar modelos menos poluentes.

A ideia original do governo, de subsidiar apenas os carros movidos 100% a etanol –combustível menos poluente– não deve ir para frente.

**AEROPORTO CATARINA SE EXPANDE COM MAIOR DEMANDA POR JATINHOS**

Esqueça Congonhas, Guarulhos ou Campo de Marte. É no aeroporto Catarina, na região de São Roque, que empresários, artistas e outros usuários da aviação executiva chegam e saem de São Paulo, inclusive para destinos internacionais.

A distância para a capital paulista é de 35 minutos de carro ou 15 minutos de helicóptero –já que estamos falando de uma clientela endinheirada.

Primeiro aeroporto privado internacional do Brasil, ele foi inaugurado em dezembro de 2019, com dois hangares, e hoje está com o 12º galpão sendo erguido, além de uma nova pista.

O que explica: o crescimento acompanha a demanda por jatos executivos no país, que disparou tanto nos últimos anos que a oferta não conseguiu acompanhar, principalmente por causa da pandemia.

O descasamento acabou criando uma fila de milionários, que podem ter que esperar até dois anos para receber sua encomenda.

Em números: a pista de pouso do aeroporto Catarina é de 2.470 metros, maior que a de Congonhas (1.940m) e Campo de Marte (1.600m).

Isso permite receber aviões com capacidade para fazer voos diretos até destinos como Estados Unidos e Europa.

As viagens internacionais representam 15% dos 800 voos que o terminal recebe por mês.

O principal atrativo é a rapidez. O aeroporto foi pensado para que os viajantes consigam entrar e sair facilmente, sem perder tempo em filas ou burocracias.

**MAIS SOBRE AVIÃO EXECUTIVA**

Para quem não é milionário mas ainda quer andar de jatinho, há opções com preços semelhantes aos das passagens compradas em cima da hora para aviação comercial.

É o caso do app Minetoo, que oferece assentos em voos de São Paulo a Rio de Janeiro a partir de R$ 1.900.

Um atrativo é que os preços não mudam conforme a proximidade da viagem ou em datas mais concorridas, como feriados.

ARTUR BÚRIGO / Folhapress

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