Também conhecida como alopecia androgenética, a calvície afeta 42 milhões de brasileiros, segundo a SBD
Cerca de 50% dos homens e 30% das mulheres serão vítimas da calvície até os 50 anos, segundo pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS). A alopecia androgenética ou calvície é uma doença caracterizada pelo afinamento capilar e déficit de renovação dos fios, provocada pela atrofia dos folículos pilosos.
Apesar da calvície ser uma condição multifatorial, podendo ser causada também por fatores externos, como estresse e problemas na tireóide, olhar para a genética é importante. Pessoas com predisposição e histórico familiar estão mais suscetíveis à doença.
Os dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) ressaltam que cerca de 42 milhões de brasileiros têm calvície, sendo 25% jovens entre 20 e 25 anos. A busca pelo transplante capilar cresceu 152% nos últimos dez anos, o que demonstra o aumento da preocupação estética.
A alopecia androgenética afeta mais aos homens, pois, conforme explica a SBD, está diretamente associada à presença dos hormônios sexuais masculinos, em especial à testosterona. Os casos entre mulheres são mais raros e, quando acontecem, a queda tende a ser menos drástica. Isso ocorre porque pessoas do sexo feminino apresentam esse hormônio em quantidade reduzida.
Calvície ou queda de cabelo natural?
O Ministério da Saúde alerta que perder alguns fios de cabelo diariamente é normal, e a média de queda varia entre 50 e 100 fios. Faz parte da renovação capilar, já que cerca de 90% do couro cabelo está na fase de crescimento.
A queda de cabelo pode ocorrer por diferentes causas, como excesso de oleosidade, aplicação exagerada de produtos químicos, má alimentação, carência de vitaminas e estresse. Entretanto, caso seja extrema e gere preocupação, a recomendação é procurar um dermatologista, principalmente se existirem pessoas calvas na família. O profissional poderá fazer um exame de tricoscopia para identificar os primeiros sinais da doença.
A alopecia androgenética deixa os cabelos mais ralos e o couro cabeludo mais espaçado. Nos homens, as partes mais abertas estão na região frontal, também chamada de entradas, e na coroa. Já nas mulheres, a região central é a mais acometida, ocasionando o alargamento da linha média e o espaçamento gradual dos fios.
Apesar de ser uma doença genética, a SBD alerta que alguns fatores podem piorar o problema, como a menopausa e o uso de suplementação de hormônios masculinos. Os dados do Censo de 2022 da Sociedade Internacional de Cirurgia de Restauração Capilar (ISHRS) apontam que as mulheres são 40% dos pacientes, apresentando um crescimento de 10% nos últimos três anos.
Tratamento e prevenção
Por mais que não ofereça riscos à saúde, a calvície pode trazer impactos negativos para a autoestima. A condição genética de herança poligênica, que pode ser herdada tanto da família materna quanto paterna, não tem cura, mas pode ser amenizada. A SBD alerta que não há como evitar o desenvolvimento da alopecia sem o tratamento adequado.
Entre as medidas indicadas para retardar a queda de cabelo estão a mudança da alimentação, a redução de estresse e o uso de medicações. Segundo a SDB, o tratamento da alopecia baseia-se em estimulantes do crescimento dos fios, como o minoxidil, e em bloqueadores hormonais.
O minoxidil funciona como um aliado no combate à calvície. O fármaco, que pode ser usado topicamente ou em comprimidos, melhora a circulação sanguínea no couro cabeludo, promovendo a vasodilatação e a redução da pressão arterial.
Evitar dormir com o cabelo molhado e lavá-lo frequentemente com xampus adequados para controlar a oleosidade são algumas indicações dos especialistas. Existem também os tratamentos com laser e led, realizados em consultório, que melhoram a circulação e a oxigenação local. Terapia capilar e infusão de medicação por meio de microagulhas também podem ser sugeridos pelos médicos.