BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo Lula (PT) irá fazer uma força-tarefa para acelerar as nomeações que estão travadas em ministérios e irá monitorar, semanalmente, os parlamentares que são recebidos nas pastas na tentativa de reverter insatisfações do Congresso Nacional com a articulação política do Executivo.
O ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) afirmou nesta sexta-feira (16) que as medidas foram tomadas durante a reunião ministerial de quinta (15) e que foram um pedido do presidente Lula.
Segundo ele, será realizada uma “força-tarefa permanente”, coordenada pela pasta que chefia, para acelerar a análise técnica dos nomes junto aos ministérios. Ele afirmou que há cerca de 403 nomeações que estão paradas.
“Cerca de 403 currículos apresentados por parlamentares, segmentos sociais que estão em análise nos ministérios, alguns há 30 dias, outros há 60 dias, outros em períodos mais curtos. Já vínhamos cobrando e acompanhando isso quase que diariamente. E [tomamos] uma decisão da reunião de ontem [de] constituir uma força-tarefa permanente para que se acelere o mais rápido possível pelos ministérios essa composição”, disse ele.
Padilha ressaltou que também a partir da próxima semana será feito um levantamento, semanal, dos parlamentares que foram atendidos em cada ministério. A ideia, segundo ele, é que isso seja repassado aos líderes do governo na Câmara, no Senado e no Congresso, para que eles entreguem aos líderes partidários.
“Esse é um governo que está aberto a interlocução com o Congresso, com os atores políticos, prefeitos e governadores. Esse é o esforço diário do presidente Lula. Nós desligamos uma máquina que existia no Palácio do Planalto de criação de conflitos com o Congresso Nacional, Judiciário, governadores e prefeitos”, seguiu.
O ministro afirmou ainda que uma eventual troca do comando da pasta do Turismo é algo natural, uma vez que a União Brasil fez um pedido de reformulação de seus representantes na Esplanada. Ele indicou ainda que irá se reunir nos próximos dias com dirigentes da legenda para ouvir deles “qual a proposta que eles nos apresentam em relação a isso”.
Disse também que esse debate de reformulação ministerial não cabe a pastas como a da Saúde, chefiada por Nísia Trindade, por se tratar de uma indicação técnica. O ministério vem sendo cobiçado pelo PP, do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL).
“Não está em discussão em relação ao Ministério da Saúde a composição partidária. Tem outros ministérios que foram discutidos com a composição partidária, que é parte da democracia, se faz na democracia. O ministério do Turismo é um exemplo disso.”
VICTORIA AZEVEDO / Folhapress