Mais um episódio lamentável de racismo marcou uma rodada do futebol brasileiro. No Grenal 435, no Beira-Rio, nesta quarta-feira, a torcida do Grêmio foi filmada entoando um cântico discriminatório chamando os rivais do Internacional de ‘macacos’. O TJD-RS avalia as imagens para abrir denúncia contra o clube, que soltou nota de repúdio à atitude, mas em momento algum cobrou punição à própria torcida.
Derrotado no campo por 1 a 0 com uma das piores apresentações da história do clássico, na visão de seus dirigentes, o Grêmio ainda pode receber punição por causa de seus torcedores. Em coro no espaço dedicado aos visitantes, cantaram: “Chora macaco imundo, que nunca ganhou de ninguém.”
O vídeo foi espalhado pelas redes sociais e se tornou um tiroteio entre as torcidas, em pedidos mútuos de punição. Bastou surgir a notícia de que o Grêmio podia ser penalizado pelo ato racista no TJD, que os torcedores também cobraram atitude contra os colorados pela pedrada em Villassanti há 12 dias, ‘ignorada’ pelo tribunal.
O Grêmio usou suas redes sociais para lamentar o ocorrido e repudiar o ato discriminatório. A nota, contudo, também acabou bastante questionada por não pedir rigidez contra os próprios gremistas.
“O Grêmio é um clube de todos, e temos muito orgulho disso. No nosso sangue e na nossa história estão as marcas dos povos do mundo todo. Manifestamos total repúdio a qualquer manifestação de cunho racista ou preconceituoso”, iniciou a nota gremista.
“Temos certeza de que a absoluta maioria da torcida gremista e dos cidadãos gaúchos também repudiam atos dessa natureza. A busca por combater ações discriminatórias é diária dentro do Grêmio, com uma série de ações práticas nesse sentido, e essa postura permanecerá para que episódios de preconceito de qualquer ordem não sejam mais vistos dentro de um estádio de futebol e na sociedade”, completou.
Muitos torcedores colorados acusaram a diretoria rival de apenas ter de manifestado para uma defesa no tribunal. Queriam que o Grêmio se comprometesse a identificar os “racistas” e bani-los dos estádios.
Agência Estado