BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O GSI (Gabinete de Segurança Institucional) afirmou nesta quarta-feira (19) que realiza investigações internas sobre a conduta de seus agentes durante a invasão às sedes dos Poderes, em 8 de janeiro.
A declaração foi dada em nota após a CNN Brasil revelar imagens do circuito interno da segurança do Palácio do Planalto. Os vídeos mostram a atuação de militares do GSI durante a invasão à sede do Executivo.
Os vândalos receberam água dos militares e cumprimentaram agentes do GSI durante os ataques. As imagens ainda mostram o ministro do GSI, general Gonçalves Dias, circulando pelo terceiro andar do palácio, na antessala do gabinete do presidente da República, enquanto os atos ocorriam no andar debaixo.
“O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República esclarece que as imagens mostram a atuação dos agentes de segurança que foi, em um primeiro momento, no sentido de evacuar os quarto e terceiro pisos do Palácio do Planalto, concentrando os manifestantes no segundo andar, onde, após aguardar o reforço do pelotão de choque da PM/DF, foi possível realizar a prisão dos mesmos”, diz a nota.
A pasta também afirmou, a respeito da colaboração de agentes com os invasores, que “as condutas de agentes públicos do GSI envolvidos estão sendo apuradas em sede de sindicância investigativa instaurada no âmbito deste ministério”. “Se condutas irregulares forem comprovadas, os respectivos autores serão responsabilizados”, completa.
Após os ataques, o presidente Lula exonerou militares do Gabinete de Segurança Institucional e demonstrou desconfiança com os agentes que atuaram naquele dia.
“Eu quero ver todas as fitas gravadas dentro da Suprema Corte, dentro do palácio. Teve muito agente conivente. Teve muita gente da PM conivente. Muita gente das Forças Armadas aqui de dentro coniventes. Eu estou convencido que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para essa gente entrar porque não tem porta quebrada. Ou seja, alguém facilitou a entrada deles aqui”, afirmou, em café da manhã com jornalistas, no dia 12 de janeiro.
CÉZAR FEITOZA / Folhapress