Inteligência artificial na música deve ser regulada, diz Kondzilla

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Com sua rápida evolução, a IA (inteligência artificial) já é capaz de criar roteiros, pintar quadros e criar músicas. Nas últimas semanas, uma canção criada artificialmente com as vozes dos artistas Drake e The Weeknd viralizou nas redes, acendendo o alerta na indústria.

Konrad Dantas, mais conhecido como Kondzilla, fundador da maior produtora de funk do Brasil, acredita que, ao passo em que a IA pode contribuir com o mercado fonográfico, ela precisa ser regulada.

“Quando falamos de música, falamos também de composição, de obra e da fixação da voz interpretando uma letra. Mesmo esta fixação sendo virtual, ela homenageia alguém”, afirmou o produtor em entrevista a jornalistas no Web Summit Rio, primeira edição do evento na América Latina.

“Se você se lembrou da voz ou de uma característica de uma canção, para explorar economicamente, deve dar crédito”, afirma.

Como exemplo, ele deu duas batidas na mesa com o punho fechado e mais uma com a palma aberta. No mesmo momento todos reconheceram a canção “We will rock you”, da banda britânica Queen.

No evento, o empresário também contou como o canal Kondzilla se tornou um dos maiores do YouTube no Brasil usando a tecnologia. O destaque foi o uso celulares para não somente reproduzir músicas, como também criá-las.

“Começamos a produzir o conteúdo com a mesma ferramenta em que ele é consumido”, disse.

Segundo o produtor, em dezembro de 2017, a principal fonte de tráfego para suas músicas eram os vídeos sugeridos no YouTube. Passados quase seis anos, o Spotify, plataforma de streaming de áudio, mudou esse cenário.

Com ele, chegou outro desafio: a popularização dos podcasts no Brasil. Se a média de um programa é de 120 minutos, por exemplo, dividindo pelo tempo médio de uma música, de 3 minutos, 40 faixas são deixadas de serem ouvidas.

Para lidar com esse cenário, Kondzilla afirma que atua em diferentes frentes, no que chama de “passos da jornada do consumo de conteúdo”: vídeos curtos, música, videoclipe oficial, TV, publicidade e, se for possível, filmes e documentários.

A jornalista participou do evento a convite do Web Summit Rio

ANELISE GONÇALVES / Folhapress

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