SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O jornalista Edwy Plenel, editor-chefe do jornal Mediapart que processa Maïwenn, diretora cujo filme abriria o Festival de Cannes deste ano, disse que a diretora é contra o MeToo, movimento em defesa das mulheres e contra o assédio sexual.
Plenel acusa a diretora francesa de o ter abordado, puxado seu cabelo e cuspido em seu rosto durante um jantar em um restaurante de Paris. Maïwenn admite que agrediu o jornalista.
Plenel disse que acredita que Maïwenn cuspiu nele porque estava incomodada com uma apuração que o jornal investigativo em que trabalha publicou sobre acusações de estupro e assédio sexual contra o diretor Luc Besson. A diretora era casada com Besson nos anos 1990 e tem uma filha com ele.
A reportagem do Mediapart conversou com nove mulheres que acusaram o diretor e incluiu o depoimento de Maïwenn à polícia. “Quando ela falou com a polícia, discutiu apectos complicados de sua relação com Luc Besson, especialmente durante a separação deles.”
“Mas depois que publicamos nosso material, nunca recebemos nenhuma reclamação de qualquer tipo. Isso foi há cerca de cinco anos. Isso significaria que, durante todo esse tempo, Maïwenn queria se vingar. Mas se esse era o caso, por que ela não enviou um e-mail? Nunca sequer recebemos uma ligação dela.”
Para o jornalista, escolher o filme de Maïwenn para a noite de abertura do Festival de Cannes mostra o que a França pensa do movimento MeToo.
“[Maïwenn] é francamente contra o MeToo e fez um gesto para agradar o mundo dela”, disse Plenel à revista Variety em sua primeira entrevista desde o incidente, comentando sobre comentários da diretora publicados na revista Paris Match em 2020.
“Essas mulheres não gostam de homem, isso é claro, e elas estão causando um dano colateral muito sério”, disse à publicação francesa. “Quando ouço mulheres reclamando que homens só estão interessados em suas bundas, digo a elas: ‘aproveite, porque não vai durar!'”
Redação / Folhapress