RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Carioca do Méier, bairro da zona norte do Rio, Barbara Reis, 33, tem adorado cruzar a cidade de carro e ver pela janela os outdoors anunciando a estreia da próxima novela das 21h da Globo, “Terra e Paixão”. É ela quem estampa a propaganda, onde aparece na pele de Aline Machado, a mocinha da nova trama de Walcyr Carrasco.
“Ainda me assusta, mas me sinto extremamente realizada porque é um lugar que eu sempre quis alcançar. Mantive esse sonho dentro de mim mesmo, muitas vezes não acreditando que podia acontecer: ser protagonista do horário nobre. Aconteceu e um batalhei muito”, conta ela à reportagem.
Apesar de alçada ao estrelato, ela diz que está tentando manter os pés no chão. “Não me permito desconsiderar quem sou, da onde eu vim, a minha humanidade, a minha humildade. Tenho certeza de que todo mundo que me encontrar daqui para frente vai sempre encontrar a mesma Barbara de sempre”, diz.
Dona de uma voz suave e firme, Barbara conta que vive um momento de expectativa misturado com ansiedade e só se queixa (um pouco) da falta de tempo para manter a rotina de “pessoa física” em paralelo ao ritmo puxado de gravações. “Não há como negar que os protagonistas têm roteiros maiores para gravar, mas qualquer trabalho precisa de entrega e sempre dei o meu mulher independente do personagem”, comenta.
Apesar da extrema exposição que uma novela na faixa nobre da TV aberta proporciona, ela diz estar pronta para a repercussão do próprio trabalho. “As críticas sempre vão existir para todo mundo, mas eu não tenho medo, não. Confio no trabalho que eu faço e me sinto segura no que estou levando para o set e naquilo que construí para Aline”, explica.
Sobre a personagem, a atriz diz que partiu do zero na composição, sem procurar se inspirar em pessoas reais ou em coisas que assistiu. “Achei que se eu buscasse uma referência, poderia engessar ou reproduzir uma coisa existente. Construí Aline do zero e do que o próprio Walcyr me deu, me apresentou”, afirma.
A única preocupação foi em tentar fazer com que sua interpretação refletisse as mulheres da região onde a história se passa. “Quando cheguei em Mato Grosso do Sul e pisei em Dourados, entendi quem era a Aline. Fora isso, foquei em aprender o sotaque, neutralizar o meu e colocar o ‘R’ sutil da região”, conta.
Barbara descreve Aline como uma mulher parecida com ela em vários aspectos. “Aline é como eu. Eu e ela estamos em momentos parecidos, excluindo a parte trágica. Ela é a força através da ação. Aline é uma seta que só vai para frente, não retrocede e não desiste. Ela é a justiça”, antecipa.
Ela fala ainda sobre o quadrilátero amoroso que envolve a personagem em “Terra e Paixão”. “Aline e Caio (Cauã Reymond) é como se fosse um ímã com seu campo magnético, e partes atrativas se repelindo, mas no momento em que as partes atrativas se conectarem, ninguém solta mais. ‘Eu não quero, mas não consigo'”, compara.
“Na relação com Daniel (Johnny Massaro), é o coração quem fala, ela e construída na sinceridade, na verdade e na honestidade. Já o envolvimento entre Aline e Jonatas (Paulo Lessa) permeia o fraternal, o racional. Aquela relação que você pode contar para tudo, sem esperar nada e está tudo bem”, analisa, sem dar pistas de para quem está torcendo. “O Walcyr que vai ter que resolver isso (risos).”
ANA CORA LIMA / Folhapress