SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A coreógrafa Cassi Abranches deixou a direção artística do Balé da Cidade de São Paulo. No mês passado, ela havia comunicado a Sustenidos, organização social que administra o Theatro Municipal de São Paulo, que deixaria o cargo. Com isso, o balé volta a não ter um local com estrutura apropriada para ensaiar.
Em nota, a Sustenidos confirmou a saída de Abranches e disse que, em breve, vai anunciar um substituto. Também afirmou que “os bailarinos seguem ensaiando nos espaços do Complexo Theatro Municipal”.
Abranches assumiu a direção do balé em setembro de 2021. Desde então, o corpo artístico estreou seis espetáculos e venceu dois prêmios da Associação Paulista de Críticos de Arte, o APCA -sendo indicado para oito premiações ao todo.
Nesse ínterim, Abranches, por empenho próprio, conseguiu que uma academia particular de dança em Moema, na zona sul, cedesse sua estrutura para o Balé ensaiar. Com a saída da coreógrafa, os bailarinos voltam a trabalhar em lugares improvisados.
Em janeiro deste ano, uma reportagem da Folha de S.Paulo mostrou que a extinção do cargo de diretor-assistente do Balé havia causado queixas de Abranches e dos bailarinos. Na época, a então diretora artística disse não ter sido consultada pela Sustenidos antes da decisão.
Desde então, os bailarinos se queixavam da ausência de um local para ensaios. A sede da companhia na Praça das Artes se encontrava interditada por questões técnicas desde 2021.
Em fevereiro, o Tribunal de Contas do Município, o TCM, deliberou, por unanimidade, que a Fundação Theatro Municipal organizasse novo edital para escolha de uma nova OS.
No fim de março, a fundação se manifestou sobre o acórdão proferido em sessão plenária. Em nota enviada à Folha de S.Paulo na ocasião, disse ainda aguardar devolutiva do TCM para organizar o novo chamamento.
“A Fundação Theatro Municipal está avaliando todas as possibilidades para que sejam acatadas as diretrizes e determinações do TCM. Todas a decisões tomadas serão feitas dentro da lei e utilizando mecanismos que permitam uma gestão clara e objetiva para que os espaços do Complexo Theatro Municipal sirvam para o seu objetivo fim, atender aos munícipes com excelência”, afirmou a nota.
GUSTAVO ZEITEL / Folhapress