SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Marco Pigossi, 34, contou sobre como foi o processo de se assumir homossexual publicamente. No Conversa com Bial, o ator deu mais detalhes sobre a exposição do relacionamento com Marco Calvani e a repercussão na carreira.
Direitos e questões sociais da comunidade LGBT: “A gente ainda está lutando por Direitos Civis, pelo direito à existência, pela ausência de preconceito e um monte de questões sociais. Quanto mais a gente fala, expõe e mostra essa autoaceitação, mais natural a gente faz o caminho para as próximas gerações. Sou eternamente grato às gerações que vieram antes de mim, que passaram por coisas que eu não consigo nem imaginar. Até o dia que a gente não vai precisar mais colocar, aí vai ser o mundo perfeito.”
Preconceito velado: “Nunca foi uma coisa direta, nunca me foi pedido que isso fosse aberto ou falado sobre. Mas era velado, a partir de relatos, conversas e coisas que eu ouvia das pessoas. E isso é um pensamento super antigo, porque a gente mostrou através de outros atores que isso é uma grande besteira. O trabalho de atores e atrizes vai muito além disso.”
Medo de se assumir gay pelo impacto na carreira: “A gente tem muito medo de como isso vai ressoar para as pessoas ao redor. E a gente acabava ouvindo coisas dos próprios pais, que vêm de um lugar de amor e proteção, que é aquele discurso ‘eu tenho muito medo que você sofra’. E isso já causa na gente um medo de existir por si mesmo, que é onde a gente tem medo do que as pessoas vão achar. E, para mim, foi um processo diferente, porque esse processo de autoaceitação e me reconhecer como homossexual passou por um lugar muito diferente, porque era público. Era para um país inteiro. Eu tinha um medo profissional muito grande.”
Redação / Folhapress