Brasil é premiado na Bienal de Arquitetura de Veneza

Premiação do Brasil foi anunciada pela ministra Margareth Menezes Foto|: Divulgação Matteo de Mayda

O Pavilhão do Brasil foi premiado neste sábado (20) com o Leão de Ouro na Bienal de Arquitetura de Veneza. A mostra laureou o projeto “Terra”, assinado pelos arquitetos e curadores Gabriela de Matos e Paulo Tavares, marcando a primeira vez em que o país é agraciado com o prêmio.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, a tese de que a construção de Brasília foi fruto de um processo de colonização territorial, tendo sido erigida em um território de quilombolas e indígenas, serviu como ponto de partida para o projeto.

Gabriela de Matos, a primeira curadora negra da história do pavilhão brasileiro, e Paulo Tavares propuseram um olhar para o que chamam de arquiteturas ancestrais, ou seja, as realizadas por comunidades afrobrasileiras e indígenas.

O pavilhão foi dividido em duas salas. A primeira, “Descolonizando o Cânone”, problematiza a história oficial de Brasília com uma seleção de fotos de arquivo organizada pela historiadora Ana Flávia Magalhães Pinto, um vídeo da cineasta Juliana Vicente e a exposição de dois mapas, um comissionado para a mostra, “Brasília Quilombola”, e outro dos anos 1940 atualmente usado pelos indígenas para reivindicação de direitos territoriais.

A segunda galeria, “Lugares de Origem, Arqueologias do Futuro”, reflete sobre o papel da terra como crucial na arquitetura brasileira. Os curadores defendem que o solo é o elemento comum nos terreiros das religiões de matriz africana e também nas estruturas indígenas.

Intitulada “O Laboratório do Futuro”, a bienal deste ano dá papel central à África. Dos 89 participantes da mostra principal, mais da metade tem origem no continente ou vem da diáspora africana.

MÔNICA BERGAMO / Folhapress

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