Líder do governo diz que troca no Turismo seria mais pertinente do que na Saúde

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), disse nesta segunda-feira (12) que uma eventual saída da ministra Daniela Carneiro do Ministério do Turismo é “mais pertinente” por se tratar de uma pasta que está sob indicação da União Brasil.

Entretanto ele disse considerar a troca no Ministério da Saúde, hoje sob o comando de Nísia Trindade, “no campo do desejo de quem está pedindo [a saída]”.

As duas mudanças na Esplanada estão em discussão, por pressão de partidos no Congresso, onde o governo ainda enfrenta dificuldades de formar uma base fiel. A União Brasil tem demandado o cargo de Daniela, enquanto o PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), cobiça a Saúde.

“Tem a questão do Turismo, por conta da mudança do partido [de Daniela]. Essa é mais pertinente. A da Saúde, sinceramente, acho que por enquanto está no campo do desejo. De quem está pedindo”, disse o líder no Palácio do Planalto a jornalistas.

“A [mudança] no Turismo tem uma lógica, que é você dizer que as pessoas estão lá representando o partido. Não estou defendendo que ela saia, mas, na medida em que confirmado o fato que ela pediu para sair do partido, é óbvio que o partido vai dizer que era a nossa representação e não é mais”, completou.

O senador petista disse ainda não ter conversado com o presidente Lula (PT) sobre eventuais trocas nos ministérios e que vê muita especulação no tema.

A declaração foi dada antes da cerimônia de assinatura do decreto do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, política com objetivo de garantir que todas as crianças estejam plenamente alfabetizadas ao fim do 2º ano do ensino fundamental.

Daniela Carneiro anunciou pedido de desfiliação da União Brasil em abril, junto com o marido e prefeito de Belford Roxo, no Rio de Janeiro, Wagner Carneiro. Waguinho é aliado de Lula e foi importante peça durante a campanha eleitoral na baixada fluminense.

O prefeito migrou para o Republicanos, mas o partido indicou que não pretende integrar o primeiro escalão do governo Lula. A sigla tem entre seus principais nomes hoje o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, presidenciável no campo de eventuais sucessores de Jair Bolsonaro (PL) na direita.

Daniela é um dos três nomes indicados pelo União Brasil para a Esplanada de Lula. A entrega das pastas do Turismo, Comunicações, além da Integração e do Desenvolvimento Regional, porém, não foi suficiente para atrair integralmente a legenda, que se declara independente, para a base do petista.

Integrantes da União Brasil, em especial da Câmara, passaram a defender a ida de Celso Sabino para a pasta de Daniela. O deputado federal do Pará conta com apoio da cúpula da legenda.

MARIANNA HOLANDA / Folhapress

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