SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Fundador da banda RPM, Luiz Schiavon podia ser visto na tela da Globo semanalmente entre 2004 e 2010, época em que que foi diretor da banda do programa Domingão do Faustão. Morto nesta quinta-feira (15) aos 64 anos, vítima de uma doença autoimune, ele foi também um dos coautores do jingle do quadro Videocassetadas: “Sorria, tire a tristeza dessa cara, celebre que o tempo não para, o bom da vida é ser feliz…”. A música foi escrita junto com Luciana Cardoso, esposa de Faustão.
O convívio de seis anos os aproximou. Schiavon não escondia sua admiração pelo apresentador e costumava exaltar o modo como ele comandava a atração. Em uma entrevista em 2019 ao jornal O Dia, Schiavon afirmou que o carisma de Fausto era o que garantia o sucesso do Domingão. “É impressionante como pensa rápido mesmo quando algo sai do controle, o que num programa ao vivo é comum”, disse.
“Ele usa músicos, bailarinas e outros profissionais como uma espécie de ‘escada’ para dar uma quebrada no ritmo, provocar situações engraçadas e bater bola sobre assuntos que estão na pauta. Mas faz isso com muita sensibilidade”, disse ainda Schiavon.
O apresentador chegou a ser processado em 1995 pelo câmera Ivalino da Silva, o Gaúcho, uma das tais “escadas” de Fausto para suas graças. Chamado de “corno”, “galã de velório” e “tarado do asfalto”, entre outras classificações pouco edificantes, Gaúcho entrou na Justiça contra o ex-patrão e venceu a pendenga judicial, que se arrastou por oito anos.
Schiavon também era alvo das piadas de Faustão, mas nunca se queixou de nenhum comentário a seu respeito. “Não me lembro de ter ficado em uma situação constrangedora. As brincadeiras são sempre feitas com bom humor e muita educação”, disse, há quatro anos.
O trabalho do músico na Globo não se restringiu ao Domingão do Faustão. Schiavon foi o responsável pelas trilhas sonoras das novelas Rei do Gado, Terra Nostra, Esperança e Cabocla.
“‘O Rei do Gado’, a trilha vendeu 5 milhões de cópias. Foi a mais vendida da história”, lembrou o compositor, em 2020. “Foi uma brutalidade impressionante. De fato, a novela era fantástica, o enredo e a trilha também. Humildemente, a abertura era muito legal também”.
Redação / Folhapress