SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério da Cultura destinará R$ 30 milhões para modernizar o anexo da Biblioteca Nacional no Rio de Janeiro. A obra deve se estender até 2026 e trará melhorias ao prédio, como instalação de sistemas de climatização, automação, segurança e combate a incêndios.
O objetivo é que o anexo, localizado no centro do Rio, abrigue parte da coleção de livros da biblioteca, que tem um acervo de R$ 10 milhões de exemplares.
“A biblioteca foi planejada para carregar 400 mil obras, só que ela tem hoje dez milhões de itens. Instituições como essa em qualquer país tem três problemas: falta de espaço, falta de recurso e falta de pessoal. É um triângulo constante”, disse o escritor Marco Lucchesi, presidente da FBN, a Fundação Biblioteca Nacional, em entrevista à Folha em março deste ano.
O anúncio sobre o investimento foi feito nesta terça (30) pela ministra Margareth Menezes durante cerimônia de posse de Lucchesi.
“A Biblioteca Nacional é um tesouro da nossa cultura. Um templo de sabedoria que guarda a nossa memória e contemplamos assim também as possibilidades de um futuro melhor para o nosso país porque aqui também se cria o presente”, disse a ministra em seu discurso.
A gestão de Lucchesi marca a volta à presidência da FBN de intelectuais de grande reputação pública. Além de escritor de prosa e poesia, ele é ensaísta, editor e tradutor. Nas traduções, coloca em prática o conhecimento de mais de 20 línguas -já verteu ao português obras de autores que vão do italiano Primo Levi ao poeta persa Rûmî.
Antes do intelectual, a presidência da Biblioteca Nacional ficou a cargo de Luiz Ramiro Júnior, que homenageou o então deputado federal Daniel Silveira com a Medalha da Ordem do Mérito do Livro. Silveira ficou conhecido por quebrar uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco, morta em 2018.
Antecessor de Luiz Ramiro, Rafael Nogueira era criticado por defender posições monarquistas e ser próximo à produtora de direita Brasil Paralelo.
Entre as duas presidências, houve a tentativa de pôr um capitão da Marinha para comandar a instituição, mas Carlos Fernando Rabello caiu antes mesmo de tomar posse.
“Nos últimos anos, vivemos infelizes momentos e um obscurantismo cultural, onde as políticas dessa fundação foram negligenciadas, onde o papel do livro e da memória foram distorcidos e diminuídos”, disse a ministra Margareth Menezes.
Redação / Folhapress