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Nova Lei Trabalhista: Motocicleta Agora é Atividade Perigosa por Lei

Motocicleta Agora é Atividade Perigosa por Lei
Motocicleta Agora é Atividade Perigosa por Lei

Uma mudança trabalhista publicada em dezembro de 2025 alterou significativamente a realidade de milhares de profissionais que utilizam motocicleta em seu trabalho. A Portaria nº 2.021/2025, do Ministério do Trabalho e Emprego, reconhece oficialmente como atividade perigosa o trabalho realizado com motocicleta em vias públicas.

Esta inovação legal impacta diretamente direitos como o adicional de periculosidade e traz consequências importantes para benefícios previdenciários, incluindo afastamentos por saúde e aposentadoria.

O Que Diz a Nova Portaria na Prática?

O novo Anexo V da Norma Regulamentadora 16 (NR-16) estabelece critérios objetivos para definir quando o uso da motocicleta caracteriza atividade de risco. A regra se aplica a qualquer trabalho que envolva deslocamento em motocicletas, motonetas ou veículos de duas rodas em vias públicas, conforme o Código de Trânsito Brasileiro.

A portaria deixa claro que a norma abrange tanto o transporte de pessoas quanto de cargas, impactando diretamente quem usa a moto como ferramenta de trabalho.

Quando o Trabalho com Moto é Considerado Perigoso?

A regra é clara: todas as atividades profissionais exercidas com uso regular de motocicleta em vias públicas são consideradas perigosas. Entre os profissionais afetados estão:

  • Entregadores de aplicativo (motoboys)
  • Mototaxistas
  • Vendedores externos
  • Técnicos de campo que se deslocam de moto
  • Cobradores e prestadores de serviços em geral

O enquadramento ocorre sempre que a moto for usada habitualmente no trânsito urbano ou rodoviário.

Exceções: Quando Não Há Direito à Periculosidade

A portaria também define situações onde o uso da motocicleta não gera o direito ao adicional de periculosidade:

  • Deslocamento casa-trabalho (trajeto habitual)
  • Uso exclusivo em áreas privadas (pátios, vias internas)
  • Circulação em estradas vicinais de acesso rural
  • Utilização eventual e por tempo reduzido

Essas exceções visam garantir que apenas quem se expõe ao risco do trânsito diariamente receba a proteção legal.

A Importância do Laudo Técnico

Um dos pontos mais relevantes da nova norma é a exigência do laudo técnico. A caracterização da periculosidade deve ser feita obrigatoriamente por meio de documento elaborado por:

  • Médico do Trabalho
  • Engenheiro de Segurança do Trabalho

Este laudo, exigido pelo artigo 195 da CLT, é essencial para validar o direito perante fiscalizações, ações judiciais ou requerimentos ao INSS.

Direitos Conquistados com o Reconhecimento

Quando a atividade é formalmente reconhecida como perigosa, o trabalhador tem acesso a:

  • Adicional de periculosidade de 30% sobre o salário base
  • Reflexos no FGTS, férias, 13º salário e verbas rescisórias
  • Fortalecimento de pedidos de benefício por incapacidade
  • Base técnica para possível reconhecimento de tempo especial

Estes direitos representam tanto aumento imediato na renda quanto impactos positivos no futuro previdenciário.

Aposentadoria Mais Cedo? Nem Sempre

Uma dúvida comum é se todos os motociclistas poderão se aposentar antecipadamente. A resposta é: não automaticamente.

A portaria fortalece a comprovação da periculosidade e auxilia em ações trabalhistas, mas cada caso depende de análise individual, considerando:

  • Tipo de atividade exercida
  • Habitualidade da exposição ao risco
  • Forma de comprovação técnica
  • Enquadramento previdenciário específico

Opinião de Especialista

Conforme destacado pelo especialista em Direito Previdenciário Hilário Bocchi Junior:

“Esta portaria representa um avanço significativo na proteção do trabalhador que enfrenta o trânsito diariamente. No entanto, é crucial transformar esse direito em comprovação técnica e planejamento estruturado. Sem esses passos, o direito pode existir na lei, mas ser negado na prática.”

Conclusão: Uma Conquista que Exige Ação

A Portaria 2.021/2025 marca um importante avanço na proteção legal dos profissionais que trabalham com motocicleta. Ela reconhece formalmente os riscos da atividade e amplia a rede de proteção trabalhista e previdenciária.

Para efetivar esses direitos, é fundamental:

  1. Exigir o laudo técnico adequado
  2. Documentar todas as atividades profissionais
  3. Buscar enquadramento correto na empresa
  4. Planejar os impactos previdenciários a longo prazo

Profissionais que não tomarem essas providências podem continuar tendo seus direitos negados na prática, deixando benefícios importantes sem aproveitamento.

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