Não apoio Ricardo Nunes em SP, diz Bolsonaro em reunião com aliados

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse a um círculo próximo de aliados que não aceita apoiar o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em sua busca pela reeleição em São Paulo.

A fala aconteceu em reunião fechada na Agrishow, da qual participaram, entre outros, o empresário do agronegócio Paulo Junqueira e os deputados Mario Frias (PL-SP), Lucas Bove (PL-SP), Tomé Abduch (Republicanos-SP) e Ricardo Salles (PL-SP), que pretende participar da disputa em 2024.

Segundo relatos, Bolsonaro disse que não topa encampar o nome do emedebista porque não recebeu o apoio dele na disputa com Lula (PT) em 2022 e porque ele já declarou não ser de direita, mas de centro.

No final de março, Bolsonaro disse que preferia Salles do que Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na disputa, pois, segundo ele, o ex-ministro é mais experiente e conhece muito mais do que seu filho.

O chamado PL raiz, liderado por nomes tradicionais da sigla como Valdemar da Costa Neto e Antonio Carlos Rodrigues, tem pendido para Nunes, em cuja gestão tem cargos.

Nesta quarta-feira (3), Eduardo de Castro, do PL, deixou a secretaria do Meio Ambiente, que está sob comando da legenda desde 2017, na gestão João Doria. O sucessor na pasta é seu chefe de gabinete, Rodrigo Ravena.

“Ele [Ravena] é indicação do PL. Se a gente pedir, ele se filia amanhã. A marca do PL é honrar compromissos. O PL em São Paulo caminha com Nunes”, afirma o vereador Isaac Félix, presidente municipal do partido.

A indisposição de Bolsonaro em relação a Nunes se choca com a defesa que o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do PP, tem feito do apoio ao prefeito.

Para o ex-ministro de Bolsonaro, a eleição de São Paulo será um embrião da disputa nacional de 2026, e, por isso, partidos como MDB, PP, PL, Republicanos e PSD devem se unir para derrotar Guilherme Boulos (PSOL), como argumentou em entrevista à coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

Segundo ele, é importante apoiar um nome de centro, similar a Tarcísio de Freitas (Republicanos), para reduzir as chances do líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).

GUILHERME SETO / Folhapress

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