RÁDIO AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio

Oferta de injeção de capital na BRF, Latam x Hurb e o que importa no mercado

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Entenda por que oferta de injeção de capital de até R$ 4,5 bilhões na BRF agradou ao mercado e fez ações da dona de Sadia e Perdigão subirem 11%. Venda de carros novos desacelera com consumidores esperando por detalhes do plano de incentivos do governo e outras notícias do mercado para começar esta quinta-feira (1).

**BRF RESPIRA COM OFERTA DE ATÉ R$ 4,5 BI**

As ações da BRF fecharam o dia em alta de 11% após a empresa informar ao mercado que sua controladora Marfrig e o fundo saudita Salic se comprometeram a um aumento de capital de até R$ 4,5 bilhões na companhia.

O preço máximo para a emissão de ações é de R$ 9, o que embute um prêmio de quase 24% ao preço de fechamento de terça (30).

Nesta quarta, os papéis encerraram a R$ 8,13.

O que explica: o anúncio foi bem visto pelo mercado em um momento de dificuldade da BRF por causa de seu alto endividamento.

Segundo cálculos do Bradesco BBI, o aporte de capital reduziria a relação entre dívida líquida/Ebitda (indicador que mede o quanto a dívida é superior à geração de caixa) dos atuais 3,3 para 2,4 vezes.

Quem é quem:

BRF: maior processadora de carne de frango do Brasil, a dona das marcas Sadia e Perdigão acumula queda de quase 46% na Bolsa em 12 meses.

No fim de fevereiro, ela comunicou ao mercado que contratou o Santander para assessorar a venda da sua divisão de alimentos para pets.

Salic: fundo soberano da Arábia Saudita, país que é um dos maiores importadores da carne de frango brasileira.

Já é o maior acionista da Minerva, com 30% de participação na produtora de carne bovina, e passará a ter 15,7% da BRF se a oferta for adiante.

Marfrig: controlada pelo empresário Marcos Molina, a 2ª maior produtora de carne bovina do mundo poderá ampliar para 38,3% sua participação atual na BRF, de 33%.

Para isso, uma assembleia de acionistas terá que aprovar a exclusão de uma cláusula (chamada de “poison pill”) que impede que um acionista tenha mais que 33% dos papéis.

O frigorífico também anunciou um aumento de capital de pelo menos R$ 1,5 bilhão para financiar a operação na BRF.

**VENDA DE CARROS FREIA À ESPERA DE DETALHES DO GOVERNO**

Em meio à espera por detalhes do plano do governo de incentivo aos carros populares, a venda de veículos novos caiu cerca de 30% nos últimos dias, mostram dados de mercado obtidos pela Folha.

Em números: De 25 a 30 de abril, foram licenciados 47.815 veículos no país, enquanto de 25 a 30 de maio o total foi de 33.417. A conta inclui outras categorias, como caminhões e ônibus, mas a maioria dos licenciamentos foi de carros de passeio.

O que explica: os consumidores estão esperando para saber como e de quanto serão os descontos aos carros novos antes de fecharem uma compra que já estava adiantada, de acordo com relatos de gerentes de concessionárias feitos à Folha.

No anúncio do plano, na semana passada, o governo prometeu os detalhes da medida em até 15 dias.

O que se sabe até agora: as reduções nos preços finais dos veículos de até R$ 120 mil vão variar de 1,5% a 10,96% —quanto mais barato, maior o desconto.

Além do preço, dois outros fatores serão levados em conta para determinar o tamanho do corte de tributos: a eficiência energética e a produção nacional.

Em entrevista à Folha, o secretário responsável pelo desenho do plano diz que o governo prepara o anúncio de várias medidas estruturais para incentivar a indústria, e que o projeto para incentivar carro popular e verde nunca foi discutido.

**LATAM ACIONA HURB NA JUSTIÇA**

A Latam suspendeu a emissão de passagens compradas pelo Hurb e acionou a Justiça contra a plataforma de viagens para cobrar dívida de R$ 10,78 milhões.

A companhia aérea disse que as viagens programadas com bilhetes já emitidos pelo Hurb serão honradas.

O processo: a Latam afirma que o a plataforma não liquidou quatro compras feitas entre março e abril, sendo a última delas com vencimento em 10 de abril.

Somando multas e honorários, o valor em disputa sobe para R$ 13,61 milhões, disse a empresa à Justiça.

O Hurb diz que ainda não foi notificado pelos meios oficiais e, por questões legais, não comenta sobre a ação. A plataforma também disse estar à disposição das autoridades para esclarecimentos.

Este é mais um problema a ser enfrentado pelo Hurb. A plataforma passa por uma crise desde o começo do ano, quando surgiram relatos de que ela não estava honrando com passagens aéreas e reservas de hospedagens compradas por meio de seus pacotes flexíveis.

A modalidade em que clientes determinam apenas destino, sem definição da data de viagem, é a principal fonte de receita do Hurb.

A ordem para suspender a venda desse tipo de pacote foi feita pelo governo na segunda (29), mas o site do Hurb ainda ofertava pacotes flexíveis nesta quarta.

Na terça (30), a empresa demitiu 40% de seus 1.000 funcionários.

**O RECADO DAS CERVEJARIAS A GOVERNOS**

A indústria cervejeira, liderada por Ambev e Heineken, avisou aos governos federal e estaduais que não irá segurar eventuais aumentos de impostos ao setor e irá repassar a alta aos consumidores, conforme a coluna Painel S.A.

Em números: as cervejarias, representadas pelo Sindicerv, citam um estudo da FGV para mostrar que, de 2019 a 2022, as empresas do setor absorveram 52,8% do aumento dos custos de produção.

O repasse aos preços foi, segundo a entidade, de 14%.

A indústria afirma que o aumento recente dos custos de produção acompanha a escassez de embalagens e a alta nos preços de malte e lúpulo.

Mais sobre o setor

A mexicana FEMSA, maior engarrafadora da Coca-Cola no mundo e dona da rede de supermercados Oxxo, disse na terça (30) que vendeu 3,3 bilhões de euros (R$17,9 bilhões) em ações da Heineken.

A fatia representa 5,9% do capital da cervejaria e faz parte da estratégia da mexicana anunciada no início do ano de se desfazer em até três anos de toda sua participação na empresa holandesa, de 15%.

Boa parte das ações que eram da FEMSA foram para o bilionário Bill Gates, que comprou uma fatia de 3,76% da cervejaria holandesa, segundo um documento divulgado em fevereiro.

ARTUR BÚRIGO / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS