BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A operação da PF (Polícia Federal) deflagrada nesta quinta-feira (1º) contra aliados do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), estava prevista para 23 de maio, mas precisou ser adiada.
A reportagem apurou que dois dos alvos estavam em Miami, nos Estados Unidos, entre os dias 16 e 28 do mês passado, motivo pelo qual a ação foi suspensa.
Com o retorno dos investigados, foi necessário organizar as equipes e preparar a ação novamente.
Parlamentares aliados de Lira questionaram o momento no qual a ação foi deflagrada, um dia após o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escapar de uma derrotada na Câmara dos Deputados. Lula tem tido dificuldade na relação com os deputados e, por pouco, não viu caducar a medida provisória que estrutura os ministérios da atual gestão.
Na quarta-feira (31), véspera da operação, Lula chegou a sinalizar que se encontraria com Lira para aparar as arestas. Já tarde da noite, a proposta foi aprovada por 337 favoráveis e 125 contrários, mas, como a Folha de S.Paulo mostrou, Lira avisou a interlocutores do Palácio do Planalto que não irá pautar projetos de interesse do governo até que os deputados avaliem que houve ajuste articulação política.
Em entrevista à GloboNews, o presidente da Câmara disse não se sentir atingido pela ação da PF desta quinta-feira.
“As coisas são levadas pela polarização política a fazer, ‘por que veio o Twitter do [senador] Renan [Calheiros], porque veio a operação há dois dias, porque há uma pressão do governo’. Eu não vou comer essa corda, vou me ater a receber e a ter informações mais precisas. E cada um é responsável pelo seu CPF nesta terra e neste país”, afirmou.
Um dos mandados de busca e apreensão cumpridos nesta quinta é em endereço de um dos mais próximos auxiliares de Lira.
Luciano Cavalcante atualmente está lotado na Liderança do PP na Câmara e é conhecido em Brasília como uma das pessoas de maior confiança do político, que o acompanha em agendas diversas e viagens. A esposa de Luciano, Glaucia, também já foi assessora de Lira e aparece na investigação.
JULIANA BRAGA / Folhapress