Um temporal com ventos fortes e chuva atingiu a região metropolitana de São Paulo após uma sequência de dias quentes e recordes de temperaturas. Pontos da cidade ficaram sem energia. Os ventos chegaram a 56 km por hora.
Na rua Fernando Albuquerque, na região da Consolação, a árvore de um residencial caiu sobre um carro, por volta das 19 horas desta quarta-feira (15). Uma equipe da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) chegou no local esta manhã. A equipe de podas e remoção de árvores chegou ao local às 8h26.
Rosa Terra, aposentada, mora em frente ao local onde a árvore caiu, bloqueando completamente o trânsito. Segundo ela, “a árvore já estava comprometida há anos“.
“Tem uma segunda árvore, que está para cair e não foi tomada nenhuma providência. Se essa árvore cair, vai quebrar toda a minha casa. Eu peço pelo amor de Deus para a Prefeitura tomar alguma providência“, clamou a moradora que afirmou ter feito uma solicitação para remoção há um ano.
Rosa deixou o carro no estacionamento, na frente de sua casa, à noite e, segundo ela, numa fração de 2 minutos, ela e o marido poderiam ter sido atingidos. “Como ela caiu muito lentamente, não fez tanto estrago”, relatou.
O engenheiro agrônomo, Paolo Agnelo, da equipe de remoção e podas presente no local, explicou que essas “árvores são Ficus Benjamina, espécie exótica invasora que se adaptou ao clima, mas não à arborização urbana em si”.
A espécie conta com “raízes rústicas” que num solo urbano raso como o de São Paulo, não conseguem se afixar bem, segundo o engenheiro. “Essas raízes crescem expostas, rasas, e como são de grande porte, com as chuvas, copas fechadas e vento, acabam caindo. Por serem árvores grandes, as raízes não suportam o peso da árvore”, afirmou.
A árvore que caiu, em frente ao número 86, era de propriedade privada, e por isso, de acordo com Agnelo, a responsabilidade de manutenção é do residencial, que pode solicitar um laudo de forma particular.
“Essa aqui, uma árvore de área interna, privada, foi uma emergência. Para árvores de áreas externas, como as que ficam em calçadas, por exemplo, o munícipe precisa fazer a solicitação de remoção e a Prefeitura autorizar o serviço. Precisa de autorização para realizar o serviço. Depois que a solicitação de manutenção é aberta, um protocolo é feito e precisa ser publicado no Diário Oficial. Não é um processo rápido”, explicou.
A reportagem da Rádio Nova Brasil questionou a Prefeitura sobre a solicitação não atendida, mas ainda não obteve resposta.
Também houve registros de queda de energia em diversas regiões da capital.
A Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia na capital, divulgou nota afirmando ter restabelecido “o fornecimento de energia para 78% dos clientes impactados, ontem (15), pelas fortes chuvas que atingiram novamente parte da área de concessão da distribuidora, desta vez com rajadas de vento de 56 km/h”.
O corpo de bombeiros registrou 122 chamados para quedas de árvores, 11 para enchentes e alagamentos, e 8 para desabamentos. Bairros ficaram sem energia e semáforos pararam de funcionar.
Segundo o governo estadual, foram 180 solicitações para reparos em danos causados em muros, casas e destelhamentos, enchentes, queda de árvores e desabamentos.
A Defesa Civil emitiu alerta para ventos fortes em todo o estado, com rajadas de vento que vão chegar até os 100 quilômetros por hora.