Aliados do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, não concordam com o desmembramento do Ministério da Justiça. Durante a campanha presidencial, o petista afirmou que dividiria a pasta em dois ministérios distintos: Justiça e Segurança Pública.
A avaliação entre pessoas próximas a Lula, é que ele pode voltar atrás e não alterar a estrutura ministerial. O indício de que pode haver esse recuo foi a montagem de um grupo temático único na transição para temas relacionados para cada pauta.
O anúncio do bloco gerou mal-estar em grupos de WhatsApp compostos por especialistas na área. Eles questionaram a falta de um espaço exclusivo para a discussão técnica sobre segurança pública.
Até o momento, a equipe de transição da área de segurança pública será composta pelo senador eleito Flávio Dino (PSB), o deputado Paulo Teixeira (PT), o procurador da Fazenda Nacional Jorge Rodrigo Araújo Messias -próximo ao PT- e Cristiano Zanin, que foi advogado de Lula no âmbito da Operação Lava Jato.
Embora a separação das pastas possa gerar mais poder de negociação para atrair partidos que podem compor a base do futuro governo, auxiliares próximos ao presidente eleito defendem que o desmembramento deixaria o Ministério da Justiça esvaziado.
Flávio Dino é até o momento o nome mais cotado para ser o ministro da Justiça. Ele já disse a interlocutores de Lula que tem preferência por uma pasta que também englobe a área de segurança pública.