BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou nesta quinta-feira (18) a convocação do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O objetivo é ouvir Cid sobre os ataques aos três Poderes em 8 de janeiro e o episódio de 12 de dezembro, quando vândalos tentaram invadir a sede da PF (Polícia Federal), em Brasília, e atearam fogo em ônibus e carros.
Cid presta depoimento nesta quinta à PF sobre a suspeita de fraude no cartão de vacinação dele, de Bolsonaro, e da filha mais nova do ex-presidente, Laura. Ele está preso há duas semanas.
A convocação do braço direito do ex-presidente foi proposta pelo deputado distrital Fábio Félix (PSOL). O requerimento obriga Cid a comparecer à comissão, mas ele pode conseguir decisão em sentido contrário da Justiça.
No pedido, Félix menciona que Cid “teria discutido com Ailton Barros, ex-major do Exército Brasileiro e advogado, preparativos para o golpe de Estado”. Barros foi expulso do Exército e foi eleito suplente para a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Como mostrou a Folha, a PF também questionou Bolsonaro na terça (16) sobre as mensagens golpistas que teriam sido enviadas diretamente a ele por Barros. Ele respondeu que desconhecia qualquer “orientação” feita por Mauro Cid a Ailton Barros.
Bolsonaro afirmou ainda desconhecer que Ailton estivesse tentando tramar um golpe para mantê-lo no poder, e disse que o ex-candidato não “possui liderança para arregimentar pessoas para qualquer ato”.
A CPI também aprovou nesta quinta um convite ao general Gonçalves Dias, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) até abril, quando vieram à público trechos das câmeras de segurança do Palácio do Planalto.
A Comissão Parlamentar de Inquérito ouve nesta quinta o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, chefe do CMP (Comando Militar do Planalto) nos ataques de 8 de janeiro.
THAÍSA OLIVEIRA / Folhapress