Freixo diz a senadores que Sesc e Senac têm caixa preta sobre a qual não querem debater

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em sua tentativa de convencer os senadores a aprovarem trecho de medida provisória que estipula o repasse de 5% dos excedentes de Sesc (Serviço Social do Comércio) e Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) para a Embratur, Marcelo Freixo tem dito que as instituições não querem debater o fato de que, segundo ele, têm R$ 15 bilhões em caixa e sobra dinheiro anualmente.

O ex-deputado tem se referido à questão como “caixa preta” e tem perguntado, ironicamente, se Sesc e Senac viraram bancos.

Em artigo publicado na Folha, Freixo detalhou seu raciocínio: “as entidades arrecadam juntas R$ 9 bilhões ao ano. Em média, todos os anos sobram do orçamento R$ 2 bilhões. Os superávits acumulados fizeram com que as duas instituições tenham na conta R$ 15 bilhões. Sabe quanto será destinada ao turismo, de acordo com a proposta? R$ 447 milhões. É menos de 3% das sobras acumuladas no orçamento”.

Prevista inicialmente para a semana passada, a votação da MP 1.147 deve acontecer na quarta-feira (24). O texto foi aprovado no fim de abril pela Câmara e aguarda apreciação do Senado. Nas últimas semanas, Sesc e Senac começaram uma mobilização para barrar a medida, com abaixo-assinado, envios de SMS e vídeos com participação de artistas.

Em movimento contrário, Freixo tem visitado os gabinetes de vereadores e entregado demonstrativos de Sesc e Senac, balanços orçamentários, patrimoniais e financeiros.

As entidades têm questionado os recortes dos valores feitos por Freixo. De acordo com elas, a medida provisória pode acabar com unidades em mais de 100 cidades, provocando o fechamento de 31 mil vagas gratuitas de ensino profissional e 7.700 da educação básica.

No caso do Sesc, o cálculo é que R$ 121 milhões deixariam de ser investidos em atendimentos gratuitos. Já o Senac diz que a transferência de recursos seria responsável pelo encerramento de 29 centros de formação profissional, com corte de R$ 140 milhões em atendimentos.

GUILHERME SETO / Folhapress

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