SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) – A juíza Gabriela Hardt, da 13ª Vara de Curitiba, manifestou interesse na remoção do cargo de magistrada substituta. A informação foi divulgada pela GloboNews e confirmada pelo UOL.
Com o pedido, a Hardt pode deixar a operação Lava Jato. Segundo um comunicado do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), a juíza manifestou o interesse em um concurso de remoção que tinha prazo aberto para participação até quarta-feira (24).
Além dela, outros magistrados também fizeram a manifestação. Todos eles, porém, ainda podem desistir da participação até segunda-feira (29).
“Após o encerramento dos prazos, o processo é instruído e levado a julgamento pelo Conselho de Administração. Somente após julgado o feito pelo colegiado é que restará sacramentada, então, eventual remoção”, diz nota do tribunal.
Hardt assumiu a 13ª Vara de Curitiba como titular no último sábado (20), após o TRF-4 afastar temporariamente o juiz Eduardo Appio por possíveis transgressões disciplinares.
Em situações anteriores, Hardt já havia assumido a jurisdição durante as ausências de Sergio Moro, hoje senador pelo União Brasil, e Luiz Antônio Bonat. Os dois já conduziram a Lava Jato.
A juíza foi responsável, em uma dessas substituições, pela sentença que condenou Lula em 2019. A condenação foi de 12 anos e 11 meses de prisão no caso do sítio de Atibaia.
Hardt elogiou Moro na sentença, afirmando que o então ex-juiz sempre tomou decisões fundamentadas na condução do processo contra o petista. À época, Moro já era ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL).
A condenação de Lula, porém, foi anulada pelo Supremo Tribunal Federal. A Corte entendeu que os casos não deveriam ter tramitado em Curitiba. O STF também apontou a parcialidade de Moro nas ações contra Lula.
Hardt foi responsável mais recentemente por autorizar a operação que prendeu nove membros do PCC que teriam planejado um atentado contra Moro e seus familiares. Na ocasião, a juíza substituta conduzia os casos da 9ª Vara Federal de Curitiba durante as férias da titular, Sandra Regina Soares.
CAÍQUE ALENCAR / Folhapress