Ministério Público é acionado contra viagem de R$ 136 mil de secretária de Tarcísio para evento religioso

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Bancada Feminista, mandato coletivo do PSOL na Assembleia Legislativa de São Paulo, acionou o Ministério Público de SP (MP-SP) pedindo a abertura de uma investigação da viagem de secretária estadual de Políticas para a Mulher de SP, Sonaira Fernandes, a um evento religioso em Genebra, na Suíça.

O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) vai gastar R$ 135,9 mil com a viagem, como mostrou a coluna Painel, da Folha de S.Paulo. Além dela, diz a gestão paulista, viajaram também dois assistentes.

Desde o último sábado (6) até esta quarta (10), Sonaira participa do “Uniting our Nations and Reconciling”, do ministério Parlamento e Fé, fundado em 2009, pelo pastor argentino Luciano Bongarrá.

O objetivo, segundo descreve o próprio pastor em entrevistas, é o de levar “a mensagem do Senhor” aos que estão em posição de autoridade.

“Considerando assim, as funções e deveres públicos da senhora secretária Sonaira, a laicidade do Estado e a moralidade administrativa é que se faz necessária a presente representação, requerendo que se investigue os fatos narrados”, afirma o documento enviado pelas parlamentares do PSOL, que ainda descrevem os gastos como “imorais”.

Segundo o decreto que autorizou seu afastamento, publicado no Diário Oficial estadual de 3 de maio, a secretária fará a viagem sem prejuízo dos vencimentos e das demais vantagens de seu cargo –ou seja, sem desconto salarial.

Em nota, a assessoria de comunicação da Secretaria de Políticas para a Mulher disse à coluna Painel que Sonaira será uma das palestrantes no painel sobre direitos humanos na conferência e que “apresentará as políticas públicas do estado para a prevenção e o combate à violência doméstica, a saúde da mulher e o empreendedorismo feminino.”

“O evento é um fórum de políticas públicas e reúne de lideranças de diferentes países para discutir soluções e trocar experiências sobre gestão pública, alinhado aos objetivos pactuados no âmbito das Nações Unidas.”

Evangélica, Sonaira é próxima do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), com quem trabalhou, e tem atuação política alinhada aos valores do bolsonarismo. Nas redes sociais, já escreveu que “o feminismo mata mais do que guerras e doenças” e é “o grande genocida do nosso tempo”.

Nos últimos anos, como vereadora da capital paulista, apresentou projetos para proibição de cotas raciais em instituições públicas e privadas na cidade de São Paulo e para que o sexo biológico seja o único critério para participação de atletas em competições no município, excluindo, assim, transgêneros de disputas esportivas.

MÔNICA BERGAMO / Folhapress

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