SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal cumpriu nesta sexta (12) um mandado de busca e apreensão na casa de Marcelo da Silva Vieira, responsável pela classificação de presentes recebidos pelo presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
Vieira é investigado no inquérito que apura se Bolsonaro cometeu crimes de desvio e peculato no caso das joias que recebeu de presente da Arábia Saudita.
O advogado dele, Eduardo Kuntz, confirma a operação.
Ele afirma que a polícia apreendeu o celular de Vieira para investigar conversas dele com o coronel Mauro Cid, ex-braço direito de Bolsonaro que esteve à frente das tentativas do ex-presidente de reaver os presentes enviados pela Arábia, que ficaram retidos no aeroporto de Guarulhos por determinação da Receita Federal.
Mauro Cid é personagem central do escândalo das joias. Foi ele que determinou que um sargento da Marinha, Jairo Moreira da Silva, fosse à alfândega de Guarulhos pegar os bens preciosos em dezembro de 2022, no apagar das luzes do governo Bolsonaro.
“Estou surpreso com a invasão dos direitos de Vieira depois que ele prestou um depoimento de seis horas e foi colaborativo”, diz Knutz.
“Ele mostrou o celular para os policiais que o interrogaram, e, não satisfeitos, tiramos print e entregamos aos investigadores”, diz Knutz.
A operação foi realizada a partir de um recurso do Ministério Público Federal, e autorizada pelo desembargador Ali Mazloum.
O MPF teria considerado insuficiente o que Vieira falou e mostrou em seu depoimento, e pediu que o próprio celular fosse apreendido.
MÔNICA BERGAMO / Folhapress