BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse neste sábado (3) ter sido mal interpretado ao afirmar que os estados do Sudeste e do Sul do país são diferentes porque neles há mais pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial.
“Talvez por não utilizar as palavras adequadas, fui mal interpretado. As pessoas recebem o auxílio por não terem emprego. O auxílio é importante em momento de pandemia, recessão”, afirmou o governador, no segundo dia de reunião do Cosud (Consórcio de Integração Sul e Sudeste), que reúne em Belo Horizonte os sete estados das duas regiões.
Segundo o governador, o ideal é que as pessoas tenham emprego.
A declaração de Zema exaltando Sul e Sudeste foi dada na abertura do encontro, na sexta (2), e foi alvo de críticas de oposicionistas, que apontaram teor preconceituoso com outras regiões.
“Se tem estados que podem contribuir para este país dar certo, acredito que são estes sete estados aqui. São estados onde, diferente da grande maioria, há uma proporção muito maior de pessoas trabalhando do que vivendo de auxílio emergencial”, afirmou o governador na ocasião.
Zema vem tentando se viabilizar como pré-candidato à Presidência da República em 2026.
“Vergonhoso! Romeu Zema é o exemplo típico do preconceito bolsonarista. Triste saber que esse cidadão é governador de MG”, afirmou Guilherme Boulos (PSOL-SP), deputado federal aliado do presidente Lula (PT).
“Respeite o Nordeste! O governador Romeu Zema fez declarações xenofóbicas atacando o Norte, o Nordeste e o Centro-Oeste do Brasil. Frases essas que me recuso a republicar e que só atestam o seu preconceito, despreparo e irresponsabilidade”, escreveu em rede social Humberto Costa (PT), senador de Pernambuco.
“O sujeito detesta pobre e ainda exala preconceito. E pior, o faz com autoridade de governador. Um mau exemplo inaceitável”, afirmou o deputado federal Rogério Correia (PT-MG).
No início da tarde deste sábado, os sete governadores vão divulgar uma carta de compromissos firmados durante reuniões de grupos técnicos dos sete estados que discutiram nesses dois dias temas ligados à gestão pública.
LEONARDO AUGUSTO / Folhapress