O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, admitiu ontem que o resultado de março calculado pelo IPCA, o índice oficial do país, foi uma surpresa e indicou que o Comitê de Política Monetária irá avaliar com atenção o problema.
No mercado financeiro, a percepção é de que as declarações aumentam a chance de as altas da taxa básica de juros continuarem para além de maio, mês previsto anteriormente para ser o último aumento da Selic nesse ano.
A previsão é que, no mês que vem, a taxa ainda suba 1 ponto porcentual, passando de 11,75% para 12,75% ao ano. Para Campos Neto, a surpresa da inflação de 1 vírgula 62 por cento em maio ocorreu devido a um repasse mais rápido do reajuste dos combustíveis das refinarias para as bombas. Ele admitiu que também houve aumento acima do esperado em itens como vestuário e inflação fora do domicílio.
Guedes otimista
Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que está confiante de que o Brasil vai conseguir controlar a inflação antes de nações desenvolvidas.
Falando a empresários em Maringá, no Paraná, o ministro admitiu que os juros reais estão relativamente elevados no Brasil, mas ponderou que a inflação global está ineditamente alta para os últimos anos.
Paulo Guedes disse que o Banco Central tem feito sua parte em relação à política de juros. O ministro afirmou que o país vai crescer mais que as previsões do mercado, e que mais uma vez o Brasil vai surpreender o mundo.