O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou neste sábado (13) a importância do Sistema Único de Saúde (SUS) e ressaltou que a saúde deve estar acima de disputas políticas. A declaração foi feita durante a abertura de um mutirão nacional de atendimentos hospitalares. “Quando o assunto é saúde, não existe diferença entre esquerda e direita. O que conta é o compromisso com o bem-estar da população”, afirmou Lula, ao lembrar a atuação dos profissionais do SUS durante a pandemia.
O presidente Lula esteve no Hospital Universitário de Brasília para acompanhar o mutirão de atendimentos realizados pelo programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde, em parceria com a Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares). O programa promete ser uma das vitrines eleitorais para a campanha do petista em 2026, alvo de fortes cobranças de resultados por parte do presidente desde sua elaboração nesta gestão.
Ao lado de Lula, estiveram o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o ministro da Educação, Camilo Santana, além do presidente da Ebserh, Arthur Chioro. Em seu discurso, Lula afirmou que a saúde não deve estar vinculada à esquerda ou à direita, e lembrou resistências da classe médica ao programa Mais Médicos, do governo de Dilma Rousseff. “O que nós estamos apontando para a sociedade brasileira? É que as filas têm jeito”, disse o presidente.
Programa da saúde
Ainda sobre o programa, as especialidades contempladas incluem cardiologia, ortopedia, oftalmologia e saúde da mulher. Segundo dados oficiais, apenas neste sábado estavam programadas aproximadamente 2 mil cirurgias, 4,5 mil consultas e 22,7 mil exames. Os procedimentos contaram com esforço adicional das equipes médicas e de enfermagem. “A gente paga hora extra, mas vai precisar fazer ainda mais”, brincou Lula diante de pacientes e funcionários.
Ao todo, participaram da ação mais de 3,2 mil profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, técnicos e especialistas, além de cerca de 700 estudantes de graduação.
Batizado de Dia E, o mutirão integra o programa Agora Tem Especialistas, iniciativa do governo federal para reduzir o tempo de espera no SUS. Hoje, pacientes podem levar meses até conseguir atendimento com especialistas, como cardiologistas ou oncologistas. A proposta também prevê a cooperação com hospitais privados, que poderão ter dívidas abatidas em troca da oferta de consultas e exames. De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, 190 unidades privadas já manifestaram interesse em aderir.
O presidente da Ebserh, Arthur Chioro, explicou que a meta é aumentar em 40% o número de cirurgias realizadas em hospitais universitários, que contam com a participação de residentes e estudantes de medicina. “Não se trata apenas de estatísticas. Para cada paciente, isso pode representar a chance de um diagnóstico precoce e de uma vida mais digna”, destacou.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, médico anestesista, também discursou e classificou o SUS como um patrimônio nacional.
Essa é a segunda edição do Dia E em 2025. A primeira, em julho, realizou 12.464 procedimentos em todo o país, incluindo 10.160 exames, 1.244 consultas e 1.060 cirurgias. Segundo a Ebserh, este ano já foram promovidos 417 mutirões em diferentes regiões. Uma nova edição está prevista para dezembro.



