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Sabia que a PF descobriu por acaso esquema na Prefeitura de São Bernardo do Campo?

Investigação apura o funcionamento de rede criminosa abastecida por dinheiro desviado de contratos com a prefeitura

Posse do prefeito Marcelo Lima (Podemos), em 1° de janeiro de 2025 | Foto: Divulgação/Câmara Municipal de SBC
Posse do prefeito Marcelo Lima (Podemos), em 1° de janeiro de 2025 | Foto: Divulgação/Câmara Municipal de SBC

A operação que afastou o prefeito Marcelo Lima (Podemos) do comando de São Bernardo do Campo e teve uma apreensão de R$ 3,2 milhões naquele dia foi resultado, segundo agentes da Polícia Federal, de uma obra do acaso.

A investigação apura o funcionamento de uma rede criminosa abastecida por dinheiro desviado de contratos com a prefeitura e começou com um encontro fortuito de provas, como relatado em inquérito. Os investigadores chegaram a R$ 14 milhões e ao operador do esquema investigado enquanto procuravam por outra pessoa.

O investigado apontado como operador dos de desvios é Paulo Iran Paulino da Costa, que cuidava das despesas do prefeito e de seus familiares, segundo a investigação, incluindo até mensalidade de faculdade de medicina da filha de Lima. Procurada, a defesa de Paulo Iran afirmou que vai se manifestar nos autos do processo.

A reportagem procurou as defesas de Marcelo Lima e de Danilo Lima, presidente da Câmara também afastado, mas não teve resposta até a publicação deste texto. O Ministério Público apresentou denúncia contra eles e outros investigados no suposto esquema nesta segunda-feira (18).

Ele foi abordado pelos agentes quando chegava em casa em 7 de julho. Com ele, no carro, foram encontrados R$ 583,3 mil. Ele autorizou a entrada em seu apartamento, onde os agentes acharam R$ 12,3 milhões separados em caixas e mais US$ 156,9 mil.

Mas os policiais haviam encontrado o endereço um mês antes, quando foram a três endereços na tentativa de prender uma pessoa por lavagem de dinheiro, furto e invasão de dispositivos informáticos. Na época, funcionários disseram que o imóvel procurado pertencia a um homem chamado Paulo, segundo o inquérito.

Os agentes decidiram esperar, achando que o suspeito procurado poderia chegar. Foi quando Paulo Iran chegou de carro.

Com a apreensão do celular do investigado, a polícia começou a encontrar recibos, boletos e comprovantes como os de pagamentos de passagens aéreas no valor de R$ 19.182,14, e da mensalidade da faculdade de medicina da filha do prefeito, de R$ 8.284,95.

Os pagamentos envolviam um controle de fluxo de caixa, com entradas e saídas registradas em post-its e fotografadas. Os dados de localização indicam que as transações ocorriam no Paço Municipal da Prefeitura de São Bernardo do Campo, sede do Executivo local.

A dinâmica entre Paulo Iran e o prefeito afastado envolveria solicitações de pagamentos e de acompanhamento desse fluxo feitas por Marcelo Lima. As mensagens mais antigas datam de 26 de julho de 2022, com um período de pouco mais de dois anos —de abril de 2023 a maio de 2025— sem registros por causa da opção de mensagens temporárias.

A troca de mensagens também tratou da nomeação de Paulo para um cargo na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). Servidor no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL-SP) desde 2 de setembro de 2022, Paulo recebia salário bruto de R$ R$ 8.419,42, segundo dados de junho deste ano. Procurado, o deputado respondeu, por meio de assessoria, que exonerou o servidor quando soube da investigação. A saída ocorreu na última sexta, segundo o site da Alesp.

Paulo seria também o responsável por recolher o dinheiro, uma tarefa que envolvia, por exemplo, nove empresas de diferentes setores, como serviços, construção civil e medicamentos, que também tiveram sigilos bancários e fiscais suspensos por decisão da Justiça.

Além disso, também mantinha contato sobre repasses de dinheiro com o também afastado presidente da Câmara de São Bernardo do Campo, Danilo Lima (Podemos), que é primo do prefeito. Em uma ocasião, teriam negociado o pagamento de R$ 50 mil com entrega na Câmara. Em outra, Danilo solicita ajuda a Paulo para depositar R$ 104 mil para um terceiro investigado.

Também é citado o suplente de vereador Ary de Oliveira (PRTB), que seria beneficiado pelo esquema. Há menção no inquérito a um pagamento de R$ 10 mil para ele, informado por Paulo ao prefeito Marcelo Lima. Ary também foi afastado pela Justiça da suplência. A reportagem não localizou a defesa dele.

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