Segundo estudo da ONU, mar pode engolir costa de Santos em até 27 anos

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A cidade Santos corre o risco de ter parte da costa submersa até 2050, de acordo com um estudo divulgado nesta terça-feira (28), pela Organização das Nações Unidas (ONU) e agências especializadas. Segundo o estudo, é possível que 5% da população , que vive próximo ao mar, seja afetada.

De acordo com a publicação, os impactos nas cidades costeiras podem desencadear retrocessos no desenvolvimento humano em todo o mundo. Se o atual nível de emissões de gases poluentes for mantido, por volta do ano de 2100, o número de pessoas que sofrerá com as inundações permanentes subirá para 10%.


Sem defesas nas linhas costeiras, no pior cenário de aquecimento até o fim deste século, é possível que 5% ou mais das seguintes cidades ficarão permanentemente abaixo do nível do mar:

  • Guayaquil, Equador 
  • Barranquilla, Colômbia 
  • Santos, Brasil
  • Rio de Janeiro, Brasil
  • Kingston, Jamaica
  • Cotonou, Benin
  • Kolkata, Índia
  • Perth, Austrália
  • Newcastle, Austrália
  • Sydney, Austrália

Ações da Prefeitura de Santos

Em nota, a Prefeitura de Santos destacou as ações que vem adotando para minimizar esses efeitos. Em 2016, a cidade se tornou a primeira cidade brasileira a criar um Plano Municipal de Mudanças Climática. Já em 2018, em parceira com a Universidade de Campinas, foi montado um projeto-piloto para o uso das geobags na Ponta da Praia. As geobags são 49 barreiras submersas cheias de areia, medindo 275 metros de comprimento em formato de L, com o objetivo de diminuir a força das ondas.

Além disso, existe uma outra estrutura instalada paralela à praia, de 245 metros de extensão, com o objetivo de ajudar a armazenar areia, que segundo os estudos, é o principal problema do trecho.

Ainda de acordo com a administração municipal, em 2019, foi criada uma Seção de Mudanças Climáticas (Seclima), responsável pela criação do Plano de Ação Climática de Santos (Pacs), lançado em 13 de janeiro de 2022 e hoje referência para os demais municípios brasileiros.

“O Pacs coloca em marcha a implementação de estratégias, diretrizes e metas de adaptação e mitigação para fazer frente à crise climática e às vulnerabilidades socioambientais presentes no nosso município, considerando o cenário de intensificação das mudanças climáticas apontado nos últimos estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e confirmado no Sexto Relatório de Avaliação (AR6)”.

Objetivos estabelecidos pelo Pac:

  • Revisão do Plano Diretor e da Lei do Uso e Ocupação do Solo, levando em consideração as questões climáticas;
  • Criação e implementação do sistema de Índice de Risco Climático e Vulnerabilidade Socioambiental (ICVS) e mapeamento das áreas de risco;
  • Elaboração do plano habitacional para áreas de risco;
  • Cultivo de 10 mil árvores;
  • Substituição de, pelo menos, 20% da frota do serviço público de transporte de passageiros por veículos não emissores, reduzindo a emanação de poluentes e de ruídos urbanos.

As metas correspondem a oito eixos:

  • Planejamento urbano sustentável e meio ambiente;
  • Redução de vulnerabilidades e gestão de riscos climáticos (desastres naturais);
  • Inclusão e redução da vulnerabilidade social;
  • Resiliência urbana e soluções baseadas na natureza;
  • Resiliência na zona costeira, estuário, praia, rios e canais;
  • Gestão de infraestrutura, incluindo recursos hídricos, saneamento, transporte e estrutura portuária;
  • Inventário de emissores de gases de efeito estufa (GEE) e plano municipal de mitigação de GEE;
  • Governança e participação na gestão climática.

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