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Sem água, moradores buscam abrigo na casa de parentes e amigos em SP

Esse é o quinto apagão vivido na capital paulista em pouco mais de dois anos, desde novembro de 2023

Queda de árvores interferem no fornecimento de energia | Reprodução Enel
Queda de árvores interferem no fornecimento de energia | Reprodução Enel

Há mais de dois dias sem energia elétrica, algumas regiões de São Paulo estão enfrentando também desabastecimento de água nesta sexta-feira (12). Com isso, os moradores têm tido que deixar suas casas.

É o caso do consultor Diego Ucha, 38, que mora em um prédio na Vila Mariana, zona sul da capital. A energia caiu no local na quarta-feira (10) de manhã e, desde quinta-feira (11), a água também parou de chegar aos apartamentos.

“A informação que recebemos é de que nem a Sabesp está conseguindo operar normalmente por causa da falta de energia. O pior é que não é a primeira vez que isso acontece, no ano passado, ficamos cinco dias sem água e energia.” Esse é o quinto apagão vivido na capital paulista em pouco mais de dois anos, desde novembro de 2023.

Ele tem um filho de dois anos e precisou ir para a casa da irmã nesta sexta-feira (12). “Tive que sair da minha casa, porque está impossível viver. Não tenho como tomar banho, a comida acabou, não consigo nem abrir a geladeira porque o cheiro está insuportável com os alimentos que estragaram”, diz.

Em Campos Elíseos, Daiana Moraes, 33, também ficou sem abastecimento de água nesta sexta-feira. Ela já estava sem energia desde quarta.

“A Enel demora tanto para arrumar a energia que isso acaba provocando um efeito em cascata, todos os outros serviços essenciais acabam afetados”, diz.

Ela precisou ir para a academia tomar banho e ia trabalhar em um shopping na região central. “A gente paga as contas certinho, tudo em dia e aí não pode nem ficar em casa. Estou gastando um dinheirão por ter que sair de casa para trabalhar.”

Na rua Cristiano Viana, em Pinheiros, um condomínio com 26 apartamentos caminha para 48 horas sem água, já que a energia, em uma fase, não sustenta o funcionamento das bombas de água para as caixas do prédio. As torneiras secaram ao meio-dia de quarta-feira.

“Até agora nada da Enel. A falta de água é o que está mais afetando tanto a questão física (de higiene) quanto a questão psicológica dos moradores. O bom humor e resiliência já estão no final”, afirma a síndica, Marisa Figueiredo.

O problema segue, diz ela, mesmo que o abastecimento de água na rua tenha voltado às 13h de quarta. Com a energia em uma fase, os moradores também estão sem acesso a elevador. No dia da ventania, um reator estourou e ficou em contato com árvores, afirma a síndica.

O arquiteto Daniel Contini, 28, é morador da Vila Mascote, na zona sul, e está há quase 12 horas sem água. “Mandei mensagem para os meus familiares próximos para buscar um abrigo, mas todos moramos na mesma região e estamos enfrentando o mesmo problema. Tive que comprar algumas garrafas de água mineral para manter minha higiene”, afirma.

Ele também está há quase 48 horas sem energia. “A bateria do meu celular acabou, do meu powerbank também, então virou uma rotina diária duas vezes por dias descer nove andares de escadas e andar algumas quadras até uma padaria aqui do bairro para carregar meu celular e dar notícias para minha família e namorada que moram em outra cidade”, conta.

A casa de Marcela dos Reis Paraíso, designer de 22 anos e moradora da Vila Marari, na zona sul, está sem água há três dias. “A gente até tem caixa d’água, graças a Deus, mas ela já está quase no fim, então estamos usando só para as necessidades mais básicas. A água que chega na torneira é tão fraca que a gente não tem coragem de ligar o chuveiro com medo de queimar, então estamos tendo que tomar banho de cumbuca mesmo”, conta.

Em nota, a Sabesp informou que o desabastecimento em algumas regiões é consequência da queda de energia. “A falta de eletricidade impede o bombeamento de água para as residências. A empresa esclarece ainda que bairros vizinhos à lista de regiões afetadas também são impactados, já que os reservatórios e estações de bombeamento paralisados atendem a várias áreas do entorno.”

Também explicou que alguns prédios podem sofrer com o desabastecimento, mesmo que haja água na rua porque imóveis mais altos precisam de energia elétrica para bombear a água até a caixa d’água.

A companhia informou ainda que, desde o início da falta de energia, ativou medidas de contingência para reduzir os impactos à população.

“Com o uso do Sistema Flex, a empresa passou a enviar água de um setor para o outro, cobrindo áreas mais afetadas sempre que possível com água vinda de outras regiões onde há eletricidade. Isso diminuiu a área afetada, que seria muito maior sem as manobras”, diz a nota.

Informou ainda que conta com algumas estações movida a gás e que tem colocado geradores em algumas estações de bombeamento, como em Americanópolis e Itapecerica da Serra. “Mas a potência necessária para bombear água nas estações é muito grande e nem sempre pode ser suprida por gerador”, explica.

Para casos emergenciais, a empresa diz ter disponibilizado caminhões-pipa para atender casos emergenciais em algumas regiões.

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