SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não decretou luto oficial no estado pela morte da cantora Rita Lee, na segunda (8). A postura é semelhante à adotada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu padrinho político, que ignorou episódios de comoção nacional durante seu mandato.
Segundo a assessoria de imprensa da gestão Tarcísio, como o governo federal editou decreto de pesar em todo o país pela morte da cantora, o estado já está inserido no gesto.
O governo de São Paulo, no entanto, já decretou luto oficial pela morte de pessoas que nasceram ou viveram no estado mesmo quando o governo federal também tinha feito a homenagem.
Em dezembro de 2016, por exemplo, o então governador Geraldo Alckmin decretou luto oficial de três dias pela morte do cardeal dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo. O presidente da época, Michel Temer, também tinha declarado pesar em todo o país.
Situação semelhante aconteceu após a morte da médica Zilda Arns, em janeiro de 2010. Na época, o então presidente Lula decretou luto oficial no país, assim como José Serra fez no estado de São Paulo.
A decretação de luto oficial é um ato simbólico que funciona como uma homenagem. A Prefeitura de São Paulo, por exemplo, fez questão de também editar seu luto oficial pela morte de Rita Lee, que nasceu na capital paulista e tinha grande identificação com a cidade e com o estado.
A artista, que é considerada a maior estrela do rock brasileiro, foi lembrada pela atual gestão estadual de São Paulo em nota de pesar publicada no site e no Instagram oficial do governo. Já o governador Tarcísio de Freitas não se manifestou sobre o assunto em suas redes sociais. Dois dias antes, ele lamentou a morte da cozinheira Palmirinha Onofre em post no Instagram e no Twitter.
Tarcísio apoiou Bolsonaro nas eleições do ano passado. Durante o seu mandato, o ex-presidente chamou a atenção por não decretar luto por ocasião da morte de personalidades brasileiras influentes em diferentes ramos, como Elza Soares, Marília Mendonça e João Gilberto.
MÔNICA BERGAMO / Folhapress