O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou decreto nesta quinta-feira (20) que retira as tarifas de 40% sobre alguns produtos agrícolas vendidos pelo Brasil.
Estão incluídos na lista carne e café, produtos importantes da pauta exportadora brasileira. Ao todo, são mais de itens agrícolas e da pecuária, incluindo alguns fertilizantes à base de amônia.
Em comunicado, Trump cita a conversa que teve por videoconferência com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O republicano cita opiniões que ouviu de outras autoridades no sentido de que as tarifas não são mais necessárias porque “houve progresso inicial nas negociações com o governo do Brasil”.
A isenção será retroativa para tudo que tiver entrado nos EUA a partir de 13 de novembro.
Na semana passada, itens agrícolas vendidos aos Estados Unidos já haviam sido beneficiados pela retirada da tarifa de 10% aplicada a praticamente todos os países do globo. Um dos motivos para a decisão foi a alta da inflação no país, pressionada por itens como alimentos.
O café, por exemplo, acumula alta de cerca de 20% em relação ao ano passado nos EUA, segundo dados do CPI (índice oficial de inflação do país). Em 2024, o Brasil exportou US$ 1,96 bilhão em café para os Estados Unidos, sendo o maior fornecedor no período, segundo dados da International Trade Administration, órgão vinculado ao Departamento de Comércio americano.
Desde que as tarifas de 50% entraram em vigor em agosto, no entanto, as vendas de café despencaram, segundo o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Em outubro, a retração foi de 54,4% em relação ao ano passado.
Para a carne bovina, os EUA enfrentam uma inflação de 12% a 18% em relação ao ano passado. Além das tarifas sobre o Brasil, o maior exportador global, uma redução do rebanho local também tem pressionado os preços.
Saiba quais são os produtos
RA Casa Branca divulgou, em um anexo, a lista de produtos que deixam de ser afetados pela alíquota de 40%. “Especificamente, determinei que certos produtos agrícolas não estarão sujeitos à alíquota adicional de imposto ad valorem imposta pelo Decreto Executivo 14.323″, diz o texto, ao acrescentar que, no entendimento de Trump, “essas modificações são necessárias e apropriadas para lidar com a emergência nacional declarada no Decreto Executivo 14.323”.



