Um ano após o temporal que devastou São Sebastião, região ainda está sob risco

Obras na região da Vila Sahy
Obras na região da Vila Sahy

Há um ano o litoral norte de São Paulo vivia uma das maiores tragédias da história, que deixou 64 mortos e milhares de desabrigados em São Sebastião.  Horas antes, uma mulher havia morrido durante o temporal em Ubatuba, município litorâneo mais ao norte.

A chuva registrou provocou deslizamentos de terra, desmoronamentos de casas e deixou a cidade destruída. Em apenas15 horas, choveu mais de 600 milímetros, quantidade extremamente alta.

As regiões mais afetadas foram Baleia Verde, Juquehy, Camburi, especialmente a Vila Sahy. Cinco cidades entraram em estado de calamidade pública: Ubatuba, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Bertioga.

Para ajudar a população mais afetada, o poder público anunciou algumas medidas. O governo de São Paulo vai entregar hoje 518 casas na Baleia Verde e no começo deste mês, foram entregues 186 unidades habitacionais no começo do mês em Maresias.

Em entrevista à reportagem da Novabrasil, o prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto, diz que a prefeitura do município de São Sebastião e o governo de São Paulo unem esforços para ajudar a região: “Hoje nós estamos com cerca de 600 milhões de reais em investimentos com obras de construção, drenagens, recuperação de pavimentos, recuperação de escolas, de unidades de saúde que foram atingidas. Dentro desses investimentos, a chamada linha branca também está sendo doado, ou seja, fogão, geladeira, micro-ondas”.

O prefeito também conta que ainda há pessoas vivendo me áreas de risco: “A gente monitora de forma incansável. Essas casas são, não só para pessoas que perderam as moradias, mas para as que estão em locais de risco”.

A entrega dessas medidas foi adiada algumas vezes pelo governo e segundo o Instituto de Pesquisas Tecnológicas, a Vila Sahy segue sob risco de novos deslizamentos de terra.

Na avaliação de Ademilton dos Santos, diretor social da Associação de Moradores da Vila Sahy, as obras do governo são promissoras e trazem mais segurança à comunidade: “A gente sabe que pode acontecer, mas com essa estrutura sendo montada, passa uma sensação de segurança. Se tivesse uma obra naquela época, não teria acontecido nessa proporção. Então hoje, se você chegar aqui no bairro perguntando quem quer sair da sua residência, ninguém quer, a gente como associação. Temos que lutar por melhorias para que essas pessoas fiquem”.

Além disso, para evitar futuras tragédias, foram instaladas sirenes para alertar os moradores em caso de perigo, além de radares meteorológicos. No âmbito ambiental os impactos também grandes, 226 hectares foram degradados.

O projeto para regeneração da área já está em andamento, como conta André Mota, engenheiro ambiental: “Nessa primeira fase, que são as áreas prioritárias, elas totalizam 9,5 hectares. Jogamos quase 60 quilos de sementes nas encostas”.

O objetivo da ação é ajudar a natureza no papel de restauração da mata: “A gente sabe que vai ocorrer a regeneração natural. A gente tá ajudando a natureza. Fazendo a dispersão de sementes que já ocorre naturalmente. É um escorregamento ali que a gente não tem acesso. Não é um padrão normal de restauração. Esses lugares não têm como acessar. É um baita de um desafio fazer uma restauração num lugar dessa forma”, diz o especialista.

O projeto é uma iniciativa do instituto conservação costeira e a expectativa é de que em três anos grande parte da área já esteja reflorestada. São Sebastião teve mais de 600 pontos de deslizamentos.

Fora impactos ambientais, e materiais ficaram também os danos psicológicos.

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