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05 livros de Ruy Castro para entender a MPB

Por Lívia Nolla

Ruy Castro | Foto: Divulgação (Academia Brasileira de Letras)
Ruy Castro | Foto: Divulgação (Academia Brasileira de Letras)

 

Hoje, dia 26 de fevereiro de 2024, o escritor, biógrafo e jornalista Ruy Castro completa 76 anos de idade e nós preparamos uma lista com cinco livros essenciais do autor para entender a música popular brasileira.

Sobre Ruy Castro

Nascido em Caratinga, no interior de Minas Gerais, Ruy Castro mudou-se ainda jovem com seus pais para a cidade do Rio de Janeiro. Lá, formou-se no curso de Ciências Sociais, na então Faculdade Nacional de Filosofia (FNFi) – atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Mas, em 1967, com 19 anos, Ruy foi contratado para o primeiro emprego como jornalista no jornal Correio da Manhã, ofício que exerceu durante mais 20 anos, em redações de importantes jornais e revistas do país como: O Pasquim, Jornal do Brasil e Manchete. 

No fim da década de 1980, Ruy Castro resolveu se afastar das redações e passou a se dedicar à literatura. Seu primeiro livro publicado já foi sobre a música popular brasileira: Chega de Saudade: A História e as Histórias da Bossa Nova, em 1990.

A capacidade investigativa aliada a um criterioso interesse por temas nacionais são características marcantes dos livros de Ruy Castro, além da qualidade do texto, aprimorado pela experiência como jornalista. 

Alimentado pelo vínculo afetivo com a obra de Nelson Rodrigues (Ruy aprendeu a ler sozinho, aos quatro anos, sentado no colo da mãe, enquanto ela lia em voz alta a coluna de Nelson Rodrigues no jornal Última Hora), o autor escreveu sua primeira biografia: O Anjo Pornográfico: A Vida de Nelson Rodrigues, em 1992, que venceu o Prêmio Esso de Literatura de 1994.

Considerado um dos mais importantes biógrafos do Brasil e responsável por consolidar a biografia como gênero literário no país, Ruy Castro escreveu outras biografias de sucesso, como a de Garrincha Estrela Solitária – Um Brasileiro Chamado Garrincha, em 1995, com o qual venceu o Prêmio Jabuti de 1996, na categoria Livro do Ano de Não-Ficção – e de Carmen MirandaCarmen, Uma Biografia, em 2005. 

A cultura e a reconstituição histórica estão sempre muito presentes na obra de Ruy Castro, em livros como: Tempestade de Ritmos (sobre jazz e música popular, de 2007); Ela é Carioca (sobre o bairro de Ipanema, no Rio de Janeiro, de 1999); e Carnaval no Fogo: Crônica de uma Cidade Excitante Demais (também sobre o Rio, de 2003); e Metrópole à Beira-Mar – O Rio Moderno dos Anos 20 (2019).

Suas publicações têm edições nos Estados Unidos, Japão, Inglaterra, Alemanha, Portugal, Espanha, Itália, Polônia, Rússia e Turquia. Em ficção, é autor de obras como: Era no Tempo do Rei: Um romance da chegada da corte (de 2007); as novelas Bilac Vê Estrelas (2000) e O Pai Que Era Mãe (2001); e Os Perigos do Imperador: Um Romance do Segundo Reinado (de 2022, que ganhou o Prêmio Jabuti de Melhor Romance, em 2023).

Em 2021, Ruy Castro ganhou o prêmio Machado de Assis pelo conjunto de sua obra. E em 06 de outubro de 2022, foi eleito para a Cadeira 13 da Academia Brasileira de Letras (ABL), na vaga antes ocupada por Sérgio Paulo Rouanet.

Quatro vezes por semana (às quartas, quintas, sábados e domingos), o escritor publica crônicas sobre o cotidiano e curiosidades da sociedade em sua coluna no jornal Folha de São Paulo.

Livros de Ruy Castro sobre a MPB

Entre as principais obras de Ruy Castro, estão livros importantíssimos, que contam a história da nossa música popular brasileira, seja na biografia de um grande artista, seja na história de um gênero ou de um movimento.

Nesta data especial, separamos

Vamos lá?

1 – Chega de Saudade: A História e as Histórias da Bossa Nova – Companhia das Letras, 1990

Capa do Livro Chega de Saudade, de Ruy Castro
Capa do Livro Chega de Saudade, de Ruy Castro

Chega de Saudade: A História e as Histórias da Bossa Nova reconstitui a vida boêmia e cultural carioca dos tempos da Bossa Nova – boate por boate, tiete por tiete, história por história. 

Para compor este fascinante mosaico envolvendo música e comportamento, Ruy Castro ouviu dezenas de seus participantes: compositores, cantores, instrumentistas – além dos amigos e inimigos deles.

O resultado é uma narrativa que se lê como um romance, cheia de paixões e traições, amores e desamores, lances cômicos e trágicos – protagonizados por João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Newton Mendonça, Nara Leão, Carlinhos Lyra, Ronaldo Bôscoli, Maysa, SylvinhaTelles, Elis Regina e pela legião de jovens que eles seduziram com seu charme e suas canções – para sempre.

2 – A Onda que se Ergueu no Mar: Novos Mergulhos na Bossa Nova – Companhia das Letras, 2001

A Onda que se Ergueu no Mar: Novos Mergulhos na Bossa Nova apresenta o universo de Tom Jobim e João Gilberto, mas agora de um ponto de vista mais íntimo e pessoal, mostrando o lado humano e frágil dos grandes artistas do período. 

No livro, estão relatos – alguns, alegres; outros, dramáticos e até trágicos – por trás dos microfones, envolvendo os próprios Tom e João, Nara Leão, Dick Farney, Lucio Alves, Johnny Alf, João Donato, Orlando Silva, o assassinato do pianista Tenório Jr. em Buenos Aires e até a saga de Brigitte Bardot em Búzios, ao som da Bossa Nova

Lançado em 2001, o livro ganhou uma nova edição, revista e ampliada em 2017: A Onda que se Ergueu no Mar: Novíssimos Mergulhos na Bossa Nova, com cinco textos-bônus – um deles revelando os bastidores da gravação do disco Getz/Gilberto e outro, narrando a glória e a tragédia de um ídolo: Wilson Simonal.

3 – Carmen, Uma Biografia – Companhia das Letras, 2005

Trata-se da maior biografia de um artista já publicada no Brasil.

Em Carmen, Uma Biografia, Ruy Castro narra a vida de Carmen Miranda, de sua infância na colônia portuguesa do Rio de Janeiro e adolescência no bairro da Lapa ao estrelato, primeiro no Brasil, depois nos EUA e, então, no mundo.

Ano a ano, o autor acompanha a vida da brasileira mais famosa do século XX – do nascimento da menina Maria do Carmo, numa aldeia em Portugal (e a vinda ao Rio de Janeiro, em 1909, com dez meses de idade), à consagração brasileira e internacional de Carmen Miranda e sua morte em Beverly Hills, aos 46 anos, vítima da carreira meteórica e dos muitos soníferos e estimulantes que massacraram seu organismo em pouco tempo.

Mas o livro de Ruy Castro não é apenas uma biografia. Enquanto entrelaça a intimidade e a vida pública da maior estrela do Brasil, o autor nos leva a um passeio pelo Rio dos anos 20 e 30, e por Nova York e Hollywood dos anos 40 e 50 – cenários em que é especialista.

E ainda resgata a história da música popular brasileira, da praia, do Carnaval, da juventude do passado, da Rádio Mayrink Veiga, do Cassino da Urca, da Broadway, dos gângsters que dominavam os nightclubs americanos e dos bastidores dos estúdios de cinema – numa época em que para estrelas como Carmen Miranda, as noites não tinham fim.

4 – Letra e Música: A canção Eterna e A Palavra Mágica – Cosac & Naify, 2013

Letra e Música traz os volumes das crônicas: A Canção Eterna e A Palavra Mágica, que são vendidos em conjunto, em uma luva. Cada um desses volumes reúne 64 crônicas escritas por Ruy Castro e originalmente publicadas na coluna que assina quatro vezes por semana no jornal Folha de São Paulo, desde 2007.

Em A Canção Eterna, o tema abordado é a música popular. Para Ruy, “escrever sobre música é a única alternativa para os que não são capazes e produzi-la”. Já A Palavra Mágica trata de assuntos relacionados ao jornalismo e à literatura, dois temas também comuns ao autor.

5 – A Noite do Meu Bem – A história e as histórias do Samba-Canção – Companhia das Letras, 2015

Depois de reconstituir o mundo da Bossa Nova no já clássico Chega de Saudade, Ruy Castro mergulha no universo do Samba-canção e das boates cariocas dos anos 1940, 50 e 60.

Em 1946, o presidente Eurico Gaspar Dutra proibiu os jogos de azar no Brasil. A decisão gerou uma legião de desempregados — e um grande contingente de boêmios carentes. Os cassinos fecharam, mas os profissionais da noite logo encontraram um novo ambiente: as boates de Copacabana.

Em vez das apresentações grandiosas, as boates favoreciam a penumbra, a intimidade, o romance. Assim como o ambiente, a música baixou de tom. Os músicos voltaram aos palcos, mas em formações menores, tocando quase como um sussurro ao ouvido. Essa nova música, as boates e o contexto que fez tudo isso possível são o tema de A Noite do Meu Bem – A história e as histórias do Samba-Canção.

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