Na quinta-feira, dia 19 de outubro de 2023, completamos exatos 110 anos do nascimento de Vinicius de Moraes. Para dar continuidade na semana de homenagens a esse grande artista, seguimos com a Parte 5 dessa história: Parcerias de Vinicius de Moraes com Carlos Lyra, Baden Powell, Pixinguinha e Ary Barroso e o fenômeno ‘Garota de Ipanema’.
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Vinicius de Moraes
Praticamente uma lenda de nossa história, a contribuição do também cantor, compositor, dramaturgo, crítico, roteirista e diplomata carioca para a cultura do nosso país é imensurável.
Quase todos os maiores nomes da música nacional gravaram alguma composição de Vinicius, que – ao lado de Tom Jobim e João Gilberto – fez história, ao tornar-se um dos fundadores da Bossa Nova, movimento que transformou para sempre o DNA da música popular brasileira, no fim dos anos 50.
Sua obra é vastíssima, passando pela literatura, teatro, cinema e música. Mas Vinicius de Moraes sempre considerou a poesia como sua primeira e maior vocação, e dizia que toda a sua atividade artística derivou do fato de ser poeta.
A parcerias de Vinicius de Moraes com Carlos Lyra, Baden Powell, Pixinguinha e Ary Barroso
Em 1961, o filme Orfeu Negro foi traduzido para o italiano, e Vinicius de Moraes iniciou uma parceria também importantíssima: com o cantor, compositor e violonista Carlos Lyra, com quem compôs canções icônicas, como Você e Eu e Coisa Mais Linda.
No ano seguinte, o poeta conheceu e começou a compor com o também violonista e compositor carioca Baden Powell, que veio a se tornar um de seus maiores parceiros. Após três meses morando juntos, a dupla produziu um dos cancioneiros mais importantes da música popular brasileira.
Ao participar da trilha sonora do filme Sol Sob a Lama, de Alex Viany, Vinicius conheceu e se tornou parceiro também de um de seus grandes ídolos: Pixinguinha, colocando letra em cinco canções do artista, entre elas: Lamento, Samba Fúnebre e Mundo Melhor.
Ainda em 1962 também tornou-se parceiro de Ary Barroso, que veio a falecer dois anos depois. Com ele compôs canções como Em Noite de Luar, gravada por Ângela Maria, e Canção Do Amor Que Não Vem.
Neste mesmo ano, o poeta participou – ao lado de Tom Jobim, João Gilberto e outros artistas – do show O Encontro, um marco definitivo para a Bossa Nova, dirigido por Aloysio de Oliveira. Neste show, na boate Au Bon Gourmet, em Copacabana, o público ouviu – em primeiríssima mão, grandes clássicos como:
- Samba da Benção e O Astronauta (de Baden e Vinicius);
- Só Danço Samba e Garota de Ipanema (ambas de Tom e Vinicius).
Garota de Ipanema, de Vinicius de Moraes e Tom Jobim
Garota de Ipanema – gravada primeiramente pelo cantor e compositor carioca Pery Ribeiro, em seu disco Pery é Bossa, de 1963 – tornou-se a canção brasileira mais conhecida internacionalmente e foi gravada por astros estrangeiros como:
- Frank Sinatra;
- Cher;
- Madonna;
- Plácido Domingo;
- e Amy Winehouse.
É também a música mais gravada da história, ficando somente atrás de Yesterday, dos Beatles, e desbancando I Wanna Hold Your Hand – também dos Beatles – e Hello, Dolly!, de Louis Armstrong.
A versão em inglês da canção – Girl From Ipanema – que ganhou o Grammy Awards de Gravação do Ano, em 1965, foi feita pelo norte-americano Norman Gimbel e interpretada por Astrud Gilberto e Stan Genz.
Insensatez
Outra canção muito importante de Tom e Vinicius é Insensatez, que também foi gravada por diversos artistas nacionais de peso, além de traduzida como How Insensitive (versão também de Norman Gimbel) e gravada por nomes internacionais como Frank Sinatra, Ella Fitzgerald e Diana Krall.
No mesmo ano e na mesma Au Bon Gourmet, Vinicius de Moraes apresentou o musical Pobre Menina Rica, com a então iniciante e depois musa da Bossa Nova, Nara Leão e seu parceiro Carlos Lyra.
O espetáculo contava com composições dos dois, como:
- Samba do Carioca;
- Cartão de Visita;
- Sabe Você;
- além da canção título.
Também em 1962, o poeta lançou o primeiro livro que reúne suas crônicas ao lado de seus poemas: Para Viver Um Grande Amor.
Lançou ainda – em parceria com Gláucio Gil e Adolpho Bloch – o texto teatral Procura-se Uma Rosa, além da canção O Morro Não Tem Vez, em parceria com Tom Jobim e eternizada na voz de Jair Rodrigues.
Está gostando de saber mais sobre a vida e a obra de um dos nossos maiores poetas? Então acompanhe os próximos capítulos dessa história amanhã, na continuação da nossa Semana Especial 110 anos de Vinicius de Moraes!
Por: Lívia Nolla