Você sabe o que todos esses grandes hits da nossa música popular brasileira têm em comum? Sim! Eles foram compostos por Antonio Cicero, o aniversariante do dia!
“Meu amor, se você for embora, sabe lá o que será de mim.” 🎵
“Você me abre seus braços, e a gente faz um país!”🎵
“Me dá um beijo, então, aperta a minha mão. Tolice é viver a vida assim, sem aventura.”🎵
“Eu espero… acontecimentos!” 🎵
“Acho que o mundo faz charme…” 🎵
“Eu vi o Rei… chegar!” 🎵
“No dia em que fui mais feliz, eu vi um avião…”🎵
“Eu gosto de ser mulher…” 🎵
“Eis aqui… Bicicleta, planta, céu…”🎵
“Pra começar, quem vai colar? Os tais caquinhos, do velho mundo?”🎵
“As coisas não precisam de você. Quem disse que eu tinha que precisar?”🎵
O poeta, escritor, compositor, crítico literário e filósofo carioca é responsável por compor – em parceria com outros artistas – grandes clássicos da MPB, como À Francesa, Fullgás, O Último Romântico e tantos outros.
Antonio Cicero
Nascido no Rio de Janeiro, em 06 de outubro de 1945, Antônio Cícero Correia Lima é irmão mais velho de uma das maiores cantoras do nosso país, a também compositora, Marina Lima. E foi ao lado de Marina que Antonio compôs grande parte de suas canções.
Piauiense, o pai dos artistas, Ewaldo Correia Lima, foi um dos intelectuais fundadores do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB), tendo sido também diretor do BNDE durante o governo JK.
Em 1960, Ewaldo assumiu um cargo executivo no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e toda a família se transferiu para Washington, D.C.
Lá, Antonio fez seus estudos secundários. Nesta mesma época, sua irmã – 10 anos mais jovem – ganhou o seu primeiro violão, para sentir menos falta do Brasil enquanto estivesse morando nos EUA.
De volta ao Brasil, Antonio começou a cursar Filosofia, na PUC do Rio de Janeiro e, depois, no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. Em 1969, por conta da ditadura militar, exilou-se em Londres, onde concluiu o curso de Filosofia na Universidade de Londres.
Em 1976, fez pós-graduação na Georgetown University, nos Estados Unidos, onde estudou grego e latim, o que lhe permitiu ler – no original – clássicos como Homero, Píndaro, Horácio e Ovídio. Depois, tornou-se professor de Filosofia e Lógica, em universidades do Rio de Janeiro.
Antonio Cicero e Marina Lima
Antonio Cicero escrevia poesia desde muito jovem, mas seus poemas só apareceram para o grande público quando sua irmã, Marina Lima, passou a musicá-los.
Aos 20 anos, em 1975, Marina musicou o poema Alma Caiada, de Antonio, dando início a uma parceria de muito sucesso que dura até os dias de hoje. No ano seguinte, Maria Bethânia gravou a canção Alma Caiada, mas ela foi barrada pela censura da ditadura militar.
Em 1979, Marina Lima tornou-se a primeira artista mulher a assinar um contrato com a gravadora Warner e lançou o seu primeiro disco – Simples como Fogo – que já trazia o grande sucesso A Chave do Mundo (dela e de Antonio Cicero, que entrou na trilha sonora da novela Pai Herói, da exibida pela TV Globo no mesmo ano).
Além dessa, o álbum trazia mais quatro composições de Marina em parceria com o irmão:
- Transas de Amor (Os Sonhos de Quem Ama);
- Tão Fácil;
- Maneira de Ser;
- e Memória Fora de Hora.
Se quiser saber mais detalhes sobre a parceria de sucesso entre os irmãos, acesse o Acervo MPB Marina Lima, uma verdadeira enciclopédia da música popular brasileira, exclusiva da Novabrasil, que traz audiobiografias de grandes nomes da nossa história.
Parcerias importantes
Entre outras parcerias importantes do artista, destacam-se as com artistas como:
- Cláudio Zoli (parceiro no super hit À Francesa, gravado também por Marina Lima, em 1989);
- Waly Salomão;
- João Bosco;
- Orlando Morais;
- Adriana Calcanhotto (com quem compôs sucessos como Inverno, de 1994, e Pelos Ares, de 2022);
- e Lulu Santos (co-autor, junto com Antonio Cicero e Sérgio Souza, do hit O Último Romântico, de 1984).
12 maiores sucessos compostos por Antonio Cicero
Preparamos uma playlist especial, com os 12 maiores sucessos compostos pelo artista, ao lado de outros parceiros:
1- À Francesa – Antonio Cicero e Cláudio Zoli (1989) – Cláudio Zoli
2- Acontecimentos – Antonio Cicero e Marina Lima (1991) – Marina Lima
3- Charme do Mundo – Antonio Cicero e Marina Lima (1981) – Marina Lima
4- Eu Vi o Rei – Antonio Cicero e Marina Lima (1993) – Marina Lima
5- Fullgás – Antonio Cicero e Marina Lima (1984) – Marina Lima
6- Inverno – Antonio Cicero e Adriana Calcanhotto (1994) – Adriana Calcanhotto
7- Maresia – Antonio Cicero e Paulo Machado (1981) – Adriana Calcanhotto
8- O Lado Quente do Ser – Antonio Cicero e Marina Lima (1980) – Maria Bethânia
https://open.spotify.com/intl-pt/track/0FypGOpdfAPe0SRjlLWxN7?si=973ff3719fc14a6c
9- O Último Romântico – Antonio Cicero, Lulu Santos e Sérgio Souza ( 1984) – Lulu Santos
10- Pelos Ares – Antonio Cicero e Adriana Calcanhotto (2002) – Adriana Calcanhotto
11- Pra Começar – Antonio Cicero e Marina Lima (1986) – Marina Lima
12- Virgem – Antonio Cicero e Marina Lima (1987) – Marina Lima
Outros trabalhos
De 1991 a 1992, Antonio Cicero coordenou, em colaboração com o poeta e professor de Filosofia da Universidade Federal Fluminense, Alex Varella, os cursos de Estética e Teoria da Arte do Galpão do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM-RJ).
Em 1993, concebeu, em colaboração com o poeta Waly Salomão e com o patrocínio do Banco Nacional, o projeto Banco Nacional de Idéias, por meio do qual, nesse ano e nos dois anos seguintes, promoveu ciclos de conferências e discussões de artistas e intelectuais de importância mundial, como João Cabral de Melo Neto, Haroldo de Campos, Caetano Veloso e Darcy Ribeiro, entre outros.
Em 1994, organizou, também em parceria com Waly Salomão, o livro O Relativismo Enquanto Visão do Mundo, que reúne as conferências realizadas pelo projeto Banco Nacional de Ideias, naquele ano.
Em 1995, Antonio Cícero publicou O Mundo Desde o Fim, uma reflexão filosófica sobre a modernidade. Em 1996, lançou o livro de poemas Guardar, vencedor do Prêmio Nestlé de Literatura Brasileira, na categoria estreante. Lançou também um CD em 1996, Antonio Cicero por Antonio Cicero, onde recita seus poemas.
Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século
Em 2001, seu poema Guardar foi incluído na antologia Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século, organizada por Ítalo Moriconi. Em 2002, Cícero lançou o livro de poemas A Cidade e os Livros.
E, no mesmo ano participou – junto com outros artistas como Gabriel o Pensador, Chico Buarque, Ronaldo Bastos e Fernando Brant – de uma coletânea de quatro CDs em homenagem ao poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade.
Ainda em 2002, participou, junto a personalidades como José Saramago, Hermeto Pascoal e Wim Wenders, do documentário Janela da Alma, de João Jardim e Walter Carvalho.
Em 2005, lançou o livro de ensaios filosóficos Finalidades Sem Fim, que foi finalista do Prêmio Jabuti, na categoria Teoria / Crítica Literária. Em 2010, lançou, em parceria com o artista plástico Luciano Figueiredo, o Livro de Sombras: Pintura, Cinema e Poesia.
Em 2012, lançou o livro de poemas Porventura, o livro Poesia e Filosofia (ensaio filosófico) e, como organizador, o livro de ensaios estéticos Forma e Sentido Contemporâneo: Poesia.
No mesmo ano, lançou o livro de entrevistas, organizado por Arthur Nogueira: Antonio Cicero por Antonio Cicero.
Antonio Cicero foi também – de abril de 2007 a novembro de 2010, colunista do jornal Folha de São Paulo, e foi eleito – no dia 10 de agosto 2017 – para a Cadeira 27 da Academia Brasileira de Letras (ABL), sucedendo Eduardo Portella, e sendo considerado um dos escritores mais representativos da literatura brasileira contemporânea.