18 anos sem o Palhaço Arrelia

Há exatos 18 anos, em 23 de maio de 2005, o Brasil perdia – aos 99 anos de idade – um dos compositores da canção Muito Bem (Como Vai?) e um dos maiores palhaços de toda a sua história: Waldemar Seyssel, o Palhaço Arrelia.

Quem é que não conhece essa música, que marcou a infância de tantos brasileiros? 

Como vai? Como vai? Como vai?

Como vai? Como vai, vai, vai?

Muito bem! Muito bem! Muito bem!

Muito bem! Muito bem! Bem! Bem!

Você vai bem?

Eu vou também!

E ele como é que vai?

Vai muito bem, muito bem, bem, bem.

Palhaço Arrelia (1993) | Foto: Sérgio Jorge/Enciclopédia Itaú Cultural

Palhaço Arrelia

As matinês do circo do palhaço Arrelia e, posteriormente, do programa Cirquinho do Arrelia, da TV Record – no ar entre os anos 1950 e 1970 – fizeram parte do cotidiano brasileiro e deixaram como marca registrada o popular bordão “Como vai, como vai, como vai? Eu vou bem, muito bem… bem… bem!”, que depois se tornou o refrão da canção em ritmo de marcha, composta por Arrelia em parceria com Manoel Ferreira e Antônio Mojica.

O ator, humorista e palhaço nasceu em Jaguariaíva, um município localizado na região dos Campos Gerais, no estado do Paraná, e a história de sua família se confunde com a história do circo no Brasil. Começou a atuar ainda criança, no Circo Chileno do seu tio.

Sua família começou a se dedicar ao circo a partir do avô paterno, Julio Seyssel, que morava na França e era professor da universidade Sorbonne, quando conheceu uma jovem espanhola, artista de um circo que excursionava pelo país. 

Júlio deixou o cargo de professor e foi morar no circo, tornando–se apresentador de números circenses. O casal acabou vindo para o Brasil com o Grande Circo inglês dos Irmãos Charles e – ao invés de prosseguir com a excursão para outros países – ficou por aqui mesmo, dando origem a uma linhagem circense: filhos e netos, dedicados à arte. O pai de Arrelia, Ferdinando Seyssel, criou o palhaço Pinga-Pulha e também se casou com a filha de um dono de circo.

Companhia Seyssel

O pequeno Waldemar começou saltando, depois passou para o trapézio, para a cama elástica e outras acrobacias, junto com dois de seus cinco irmãos. Um dia, sem querer, entrou em cena para substituir um palhaço e, a partir daí, passou a atuar como o palhaço alto, desengonçado e espontâneo que conhecemos, que carregava sua característica bengala e a boina vermelha na cabeça, e falava difícil, mesmo sem saber direito.

Arrelia passou a usar como nome artístico, o apelido de família que seu tio Henrique lhe dera: muito levado e travesso, gostava de “arreliar” (irritar) todo mundo.

Deixou o Circo Chileno do tio, junto com o pai e os irmãos, formando a sua própria Companhia Seyssel. A Companhia ficou por 11 anos instalada no Largo da Pólvora, em São Paulo.

Depois de longos anos de trabalho dentro do circo, Arrelia resolveu trocar o picadeiro pela televisão, tornando-se o primeiro palhaço da televisão brasileira, entrando – por quase 20 anos – nas casas brasileiras e abrindo as portas para o circo na TV. 

Depois, trabalhou também no cinema e tornou-se uma inspiração para uma geração de palhaços brasileiros.

Viva o eterno Arrelia!

 

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