7 anos sem Cauby Peixoto

Há exatos sete anos o Brasil se despedia de uma das maiores vozes da história da nossa música: o grande Cauby Peixoto partiu aos 85 anos, no dia 15 de maio de 2016, em decorrência de uma pneumonia. Como homenagem, relembre sua vida, obra e maiores sucessos nesta matéria.

Cauby Peixoto trabalhou no comércio Até resolver participar de programas de calouros no rádio | Foto: Marco Máximo Divulgação

A história de Cauby Peixoto

Considerado um dos melhores cantores e mais versáteis intérpretes da música popular brasileira de todos os tempos, Cauby nasceu em Santa Rosa, bairro de Niterói, no Rio de Janeiro, o caçula de seis irmãos, em uma família muito musical.

Seus pais e irmãos tinham relação direta com a música: tocavam algum instrumento, compunham ou cantavam. 

Cauby Peixoto trabalhou no comércio – em lojas de sapatos e perfumes – até resolver participar de programas de calouros no rádio, no final da década de 40.

Antes de pedir as contas no comércio em que trabalhava, foi fazer um teste e acabou sendo contratado para o programa Hora do Comerciário, da Rádio Tupi. Era perfeito para ele, porque ia ao ar aos sábados, das 18h às 19h, horário de sua folga. 

Qual foi a primeira gravação de Cauby Peixoto?

Foi com a ajuda dos irmãos mais velhos, que já estavam no ramo musical, que Cauby Peixoto teve a oportunidade de realizar a sua primeira gravação, aos 20 anos: um 78 rotações por minuto que continha as canções:

  • Saia Branca (composição de Geraldo Medeiros);
  • e Ai, que Carestia (de Victor Simon e Liz Monteiro), em 1951.

Com seu timbre grave e aveludado e jeito singular de cantar e interpretar, em 1955, Cauby lançou o seu primeiro sucesso no Brasil, a canção Blue Gardênia, uma versão em português (feita por Antonio Carlos) de uma canção norte-americana (composta por Lester Lee e Bob Russel).

Na época, a música era um sucesso na voz do cantor norte-americano Nat King Cole, ídolo de Cauby Peixoto desde a infância. 

Em 1958, Cauby chegou a cantar junto com Nat King Cole em uma boate em Nova York. Depois, em 2015, o cantor brasileiro fez um álbum em homenagem ao ídolo, Cauby Sings Nat King Cole, com o qual ganhou o prêmio póstumo de Melhor Álbum em Língua Estrangeira, no Prêmio da Música Popular Brasileira de 2016.

O maior sucesso da carreira de Cauby Peixoto

Em 1956, Cauby apareceu no filme Com Água na Boca, cantando o maior sucesso de sua carreira: a canção Conceição, de Dunga e Jair Amorim. Depois, participou de dezenas de filmes ao longo de sua vida, sempre cantando.

Foi nessa época que o assédio das fãs se intensificou e que as tradicionais tentativas de arrancar pedaços de suas roupas começaram a fazer parte da cultura de suas admiradoras.

Cauby Peixoto chegou a ser considerado o homem mais bonito do Brasil, eleito pela revista americana Time, que também o chamava de “Elvis Presley brasileiro”.

Rapidamente, Cauby Peixoto se consolidou como um dos grandes nomes da música brasileira. Premiado no Brasil e no exterior, em seis décadas o artista mostrou versatilidade na voz interpretando diversos estilos. Foi um ícone da Era do Rádio, mas sempre se renovou e manteve seu repertório atualizado com as novas gerações, com músicas de Chico Buarque, Gonzaguinha, Tom Jobim, Carlos Colla, Roberto e Erasmo Carlos, entre outros. Foram cinco DVDs e quase 50 discos ao longo da carreira.

Em 1957, Cauby Peixoto foi o primeiro cantor brasileiro a gravar uma canção de rock em português, a chamada Rock and Roll em Copacabana, composta por Miguel Gustavo

Cauby, Cauby

Em 1980, em comemoração aos seus 25 anos de carreira, o artista lançou o álbum Cauby, Cauby, que conta com composições escritas especialmente para ele por:

  • Caetano Veloso (Cauby, Cauby);
  • Chico Buarque (Bastidores);
  • Tom Jobim (Oficina);
  • Roberto Carlos e Erasmo Carlos (Brigas de Amor).

Em 2011, em ocasião dos seus 80 anos, a organização do Grammy Latino decidiu que Cauby Peixoto seria homenageado com o prêmio Latin Recording Academy ‘s President Merit Award.

O artista foi o primeiro a receber essa homenagem do Grammy Latino. Quando foi até o microfone para agradecer, cantou um trecho da canção Bastidores e justificou: “não sou de falar, por isso cantei”.

A cantora Ângela Maria foi a melhor amiga de Cauby Peixoto. Os dois começaram as carreiras juntos e o primeiro encontro deles em disco aconteceu em 1972, no LP Ângela e Cauby.

A última apresentação da vida de Cauby foi ao lado da amiga, com quem estava em turnê de comemoração dos 60 anos de carreira dos dois, chamada 120 Anos de Música, em 3 de maio de 2016.

Uma semana depois, Cauby Peixoto foi internado para tratar de uma pneumonia e acabou não resistindo, aos 85 anos de idade. Angela Maria morreu dois anos e meio depois, em 2018, aos 89 anos, também em decorrência de uma pneumonia. Os dois estão sepultados lado a lado, no jazigo da família dela.

Cauby Peixoto é eterno e inesquecível!

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