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7 fatos que fazem de Rita Lee uma artista à frente do seu tempo

Rita Lee foi muitas coisas ao mesmo tempo – e talvez por isso nunca tenha cabido em rótulos. Cantora, compositora, instrumentista, escritora, comunicadora, ativista e, acima de tudo, uma mulher que se recusou a seguir qualquer manual pré-estabelecido. Em mais de cinco décadas de carreira, Rita ajudou a mudar a música brasileira, o comportamento, a linguagem e até a maneira como o feminino passou a ocupar espaço na cultura brasileira.

No dia em que completaria mais um ano de vida, relembramos a trajetória da Mãe do Rock brasileiro e 7 fatos que a tornaram uma das artistas mais revolucionárias da nossa história, estando sempre alguns passos à frente do seu tempo.

1- Uma mulher empunhando guitarras em um Brasil que não estava preparado para isso

Em um cenário musical dominado por homens, especialmente no rock, Rita Lee surgiu tocando guitarra e outros instrumentos, compondo e liderando bandas, algo raríssimo nos anos 1960 e 1970. Ela não pediu licença, não suavizou sua presença e nunca tentou “amenizar” sua força para caber em padrões.

Ao ocupar esse espaço com naturalidade, Rita abriu caminhos para que outras mulheres pudessem se ver não apenas como intérpretes, mas como criadoras, instrumentistas e protagonistas da própria obra e da própria vida.

2 – Os Mutantes e a revolução tropicalista

Quando Rita Lee se juntou aos irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias para formar Os Mutantes, o Brasil vivia um momento de ebulição cultural. Ao lado do movimento tropicalista, a banda misturou rock psicodélico, música brasileira, experimentações sonoras e humor irreverente. Rita não era apenas a vocalista: era parte essencial da identidade estética e criativa do grupo: compunha, tocava diversos instrumentos, protagonizava momentos icônicos em festivais e programas de TV.

Os Mutantes ajudaram a redefinir o que se entendia por música brasileira moderna e até hoje são cultuados no mundo inteiro como uma das bandas mais inventivas da história do rock. E Rita Lee é parte essencial de tudo isso.

3 – A coragem de Rita Lee recomeçar e reinventar a própria carreira

Sair dos Mutantes poderia ter sido um risco. Poderia ter sido o fim. Mas não para Rita Lee.  Para Rita, foi libertação. Foi crescimento. Foi explosão! Primeiro acompanhada da banda Tutti Frutti e, mais tarde, em carreira solo e parceria definitiva com Roberto de Carvalho, ela construiu uma carreira solo sólida, popular e autoral.

Rita entendeu como poucas artistas que ousadia também pode dialogar com o grande público. Criou hits, moldou uma estética própria e mostrou que liberdade criativa não precisa ser sinônimo de isolamento. Pode, sim, tocar milhões de pessoas.

4 –  Uma artista que nunca se deixou aprisionar por um único som

Rock, pop, disco, new wave, baladas românticas, música eletrônica, bossa nova. Rita Lee passou por tudo isso sem perder sua identidade. Sua obra é um retrato da capacidade de adaptação e curiosidade artística, qualidades raras em carreiras longas. Enquanto muitos artistas se repetem, Rita preferiu evoluir, dialogar com seu tempo e, muitas vezes, antecipar tendências. Ela não seguiu modismos: ajudou a criá-los.

5 – Letras que desafiaram padrões e libertaram discursos

Rita Lee falou de amor, sexo, prazer, independência feminina, envelhecimento, liberdade e comportamento com uma franqueza inédita na música brasileira. Suas letras misturavam humor, ironia e crítica social, desmontando tabus e levantando bandeiras muito autênticas.

Ao cantar o desejo feminino sem culpa ou submissão, Rita ajudou a ampliar o vocabulário emocional e cultural de gerações – especialmente das mulheres – que passaram a se reconhecer em suas canções e a ter coragem de dizer o que sentiam e de cantar o que queriam.

6 –  Muito além da música: uma voz ativa na cultura e na sociedade

Rita também foi escritora de livros infantis e autobiográficos, apresentadora de rádio e televisão e uma figura pública que nunca se esquivou de posicionamentos. Defensora dos direitos dos animais, crítica de conservadorismos e dona de uma sinceridade quase desarmante, ela construiu uma imagem pública coerente com sua obra: livre, direta e profundamente humana.

7 – Rita Lee desafiou o próprio calendário

A paulistana Rita Lee Jones nasceu em 31 de dezembro de 1947, quando o mundo inteiro já estava em clima de encerramento e expectativa pela virada do ano novo. Mas, em 2020, durante o isolamento da pandemia de Covid-19, ela decidiu “mudar” seu próprio aniversário para o dia 22 de maio: um gesto simbólico que diz muito sobre sua personalidade.

Rita nunca gostou de dividir atenções, nem de se encaixar em convenções. Criar sua própria data era, também, uma forma de afirmar autonomia sobre a própria narrativa. Desde o nascimento, Rita Lee parecia destinada a reescrever regras, até as mais básicas.

Na época, a cantora relatou o fato ao programa Fantástico, da TV Globo: “Nunca tive uma festa minha. É sempre ‘hoje a festa é sua, hoje a festa é nossa, é de quem quiser’. Não, uma festa só pra mim!”.

Rita também escreveu sobre isso em seu livro “Outra autobiografia” (2023): “Resolvi que meu aniversário será em 22 de maio, dia de Santa Rita de Cássia, uma data mais normal para quem sempre sofreu por nunca ter podido chamar um aniversário de seu.”.

Curiosamente, este seu livro foi lançado no dia 22 de maio de 2023, exatamente por conta da data, poucos dias depois de Rita nos deixar, por conta de um câncer no pulmão, aos 75 anos de idade (de acordo com o seu aniversário oficial!).

Em 2024, a cidade de São Paulo homenageou a cantora e transformou o 22 de maio no “Dia de Rita Lee”.

Um legado que segue vivo, pulsante e necessário

Com mais de 55 milhões de discos vendidos, Rita Lee é uma das artistas mais bem-sucedidas e influentes da história da música brasileira. Mas seu impacto vai além dos números. Rita deixou um legado de atitude, coragem e autenticidade. Nos ensinou que ser diferente é uma força, que humor também é inteligência e que a arte pode – e deve! – questionar o mundo ao seu redor.

Por todos esses motivos, mesmo depois de sua partida, Rita Lee segue tão viva entre nós. Viva e cheia de graça. Fazendo um monte de gente feliz!

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