Hoje é aniversário de um dos maiores artistas da MPB de todos os tempos, praticamente patrimônio cultural do país: Caetano Veloso! Completando 81 anos de vida e quase 60 anos de carreira, Caetano é um dos artistas brasileiros mais influentes desde a década de 1960 e um dos mais respeitados e produtivos músicos do mundo, considerado internacionalmente um dos melhores compositores do século XX.
Cantor, compositor, músico, escritor, produtor, cineasta, poeta e arranjador, sua obra é marcada pela renovação e por seu grande valor intelectual e poético.
Por tudo isso, hoje nós – da Novabrasil – preparamos uma matéria especial de aniversário para homenagear esse gigante da nossa música.
Caetano Veloso
O início de tudo
Caetano Veloso nasceu em Santo Amaro da Purificação, pequena cidade do Recôncavo Baiano, filho de Dona Canô e Seu Zezinho. É irmão de Maria Bethânia, uma das maiores cantoras e intérpretes do Brasil.
Foi Caetano quem escolheu o nome da irmã, inspirado em uma música do compositor Capiba, que Nelson Gonçalves lançou no mesmo ano em que ela nasceu, 1946, chamada Maria Bethânia. Ele tinha apenas quatro anos e a música já tinha uma influência significativa em sua vida.
Ainda criança, já se interessava por música, desenho e pintura. Escutava no rádio cantores como Luiz Gonzaga e, nas ruas da cidade, os sambas de roda e os pontos de candomblé.
Quando escutou a bossa nova de João Gilberto no rádio pela primeira vez, com 16 anos, ficou maravilhado e João tornou-se seu maior mestre e ídolo. Era o disco Chega de Saudade, lançado naquele mesmo ano.
Foi ali que Caetano decidiu definitivamente que queria fazer música. Mais tarde, veio a ficar amigo, dividir o palco, gravar e produzir discos do ídolo, também baiano, de Juazeiro.
Nesta mesma época, Caetano começou a se interessar por cinema, graças ao Cinema Novo de Glauber Rocha, e também por teatro. Antes de ganhar notoriedade na música, ele escreveu críticas de cinema engajadas e intelectualistas em um jornal de Salvador, o Diário de Notícias, cuja seção cultural era dirigida por Glauber Rocha.
Como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Gosta, Tom Zé e Maria Bethânia se conheceram?
Em 1961, Caetano Veloso começou a carreira tocando violão e cantando com a irmã, Bethânia, pelos bares de Salvador. Nesta época, passou a admirar um outro baiano que aparecia de vez em quando tocando e cantando na TV: Gilberto Gil.
Quando entrou na faculdade de Filosofia, na Universidade Federal da Bahia, no ano seguinte, Caetano conheceu Gil, que estava cursando Administração, e logo se tornam amigos e formam uma parceria artística que dura a vida toda. Neste mesmo período, conheceram também Gal Costa – ainda Gracinha ou Maria da Graça – e Tom Zé.
O primeiro trabalho musical de Caetano foi uma trilha sonora para a peça Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues, da qual Maria Bethânia participou, em 1963.
Juntos, Caetano, Gil, Bethânia, Gal e Tom Zé fizeram – em 1964 – o show Nós, Por exemplo, para inaugurar o Teatro Vila Velha, de Salvador; com um repertório de canções da bossa nova, de Dorival Caymmi e de cada um dos compositores do elenco. O espetáculo foi um marco e influenciou muito do que veio a ser produzido no eixo Rio-São Paulo em seguida.
No mesmo ano, os artistas fizeram juntos mais um espetáculo: Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova, que tinha a intenção de inserir o grupo baiano em um plano histórico que passava pelo passado musical da MPB, depois por alguma renovação da bossa nova, chegando em algo que seria a sua continuação, representada por eles mesmos que – já como um prenúncio – consideravam-se descendentes do movimento liderado por Tom Jobim, João Gilberto e Vinícius de Morais mas – ao mesmo tempo – precursores de um novo movimento que viria inovar a música brasileira de uma forma jamais vista.
As primeiras canções gravadas
Em 1965, Caetano resolveu abandonar a faculdade, deixar Salvador e mudar-se para o Rio de Janeiro, para acompanhar sua irmã, Bethânia, que havia sido convidada para substituir Nara Leão no antológico espetáculo de protesto Opinião, dirigido por Augusto Boal e encenado também por Zé Keti e João do Vale.
Neste mesmo ano, o baiano gravou o seu primeiro compacto simples, com as canções de sua autoria Cavaleiro e Samba em Paz. Enquanto isso, sua irmã ganhava projeção nacional com o show Opinião e – principalmente – a canção Carcará, de João do Vale e José Cândido, que interpretava no show.
Nesta mesma época, Maria Bethânia lançou seu primeiro compacto, que contava com – além de Carcará – a canção De Manhã, composição do irmão. Já conhecida nacionalmente, Bethânia lançou – em seguida – seu primeiro disco, que conta com a canção Sol Negro, também de Caetano, que a irmã canta em dueto com Gal Costa. E assim, Caetano Veloso é também lançado no cenário nacional de forma a nunca mais sair de cena.
Ainda em 1965, o baiano esteve mais uma vez ao lado de Gil, Gal, Bethânia e Tom Zé (todos haviam se mudado para São Paulo) no espetáculo Arena canta Bahia, dirigido por Augusto Boal.
Em 1966, a Revista Civilização publica um depoimento de Caetano, em que ele fala da necessidade da retomada da linha evolutiva da música popular brasileira a partir das lições mais fundamentais da bossa nova. É uma das primeiras manifestações teóricas do artista/crítico/pensador de arte que viria a ser um dos mais importantes da história da música popular brasileira.
Os Festivais e o LP de estreia
Neste mesmo ano, Caetano Veloso faz sua estreia na Era dos Festivais que sacudiram a MPB nos anos 60. Ele concorre, no Festival Nacional da Música Popular, da TV Excelsior, com sua composição Boa Palavra, defendida pela cantora Maria Odette, que se classifica em quinto lugar.
Já no 2º Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, sua canção Um Dia recebe o prêmio de melhor letra.
Em 1967, Caetano lançou o seu LP de estreia, Domingo, dividindo o álbum com a também estreante, Gal Costa. São destaques do repertório as canções de Caetano:
- Coração Vagabundo;
- Domingo;
- e Um Dia.
O disco mostra uma proximidade do artista com a bossa nova, mas – na contracapa – ele já adianta que sua inspiração está tendendo para caminhos muito diferentes a partir dali.
No mesmo ano, o baiano apresenta a marcha Alegria, Alegria, no 3º Festival da TV Record, acompanhado pelas guitarras elétricas do grupo pop argentino Beat Boys. A canção – junto com Domingo no Parque, de Gil, também acompanhado das guitarras de Os Mutantes – fez um sucesso avassalador.
Eram os baianos rompendo com a tradição apresentada até aquele momento da música popular brasileira.
Domingo no Parque ficou em 2º lugar no Festival, e Alegria, Alegria em 4º.
A Tropicália
Nesta época, Caetano Veloso iniciou – junto com outros grandes nomes da música popular brasileira como Gilberto Gil, Gal Costa, Torquato Neto, Rogério Duprat, Capinan, Tom Zé e Os Mutantes – o Movimento Tropicalista: movimento de contracultura, que transcende tudo o que já havia em termos de produção artística no Brasil.
A Tropicália contempla e internacionaliza a música, o cinema, as artes plásticas, o teatro e toda a arte brasileira.
O movimento surgiu sob a influência das correntes artísticas da vanguarda e da cultura pop nacional e estrangeira, como o rock e o concretismo, misturando manifestações tradicionais da cultura brasileira a inovações estéticas radicais, para criar algo inovador, que interviesse na cena de indústria cultural e de cultura de massas da época. E que representasse uma mudança de parâmetros, que atendesse também aos anseios da juventude da época.
Em 1968, o artista lança seu primeiro LP individual, Caetano Veloso, que traz canções como Alegria, Alegria, Superbacana e Tropicália – em que Caetano canta que “organiza o movimento”, referindo-se ao Tropicalismo.
No mesmo ano, o artista lançou – ao lado de seus companheiros de movimento Tropicalista – o álbum Tropicália ou Panis Et Circensis. Entre as canções, estão a homônima: Panis Et Circensis e Batmakumba, (que Caetano compôs em parceria com Gilberto Gil) e Baby, sucesso na voz de Gal Costa.
Tropicália foi eleito o segundo melhor disco de música brasileira da história, pela Revista Rolling Stone, em 2007.
No fim de 1968, Caetano apresentou a canção É Proibido Proibir, no 3º Festival Internacional da Canção. Vestido com uma roupa de plástico e acompanhado das distorções de guitarra de Os Mutantes, Caetano foi vaiado pela plateia e desagradou o júri.
Naquele momento, o artista fez um discurso histórico – antes de ser desclassificado e se retirar, junto com Gil (que apresentou a sua canção Questão de Ordem) – em que diz a emblemática frase: “Vocês não estão entendendo nada!”. E não estavam mesmo. Era um novo momento para a música popular brasileira e não tinha mais volta.
É também de 1968, a música Divino Maravilhoso (de Caetano e Gil), defendida por Gal Costa no Festival da TV Record, em uma apresentação revolucionária, que soava como grito de liberdade para a juventude da época. Caetano Veloso e Gilberto Gil apresentaram um programa com esse mesmo nome, neste mesmo ano, na TV Tupi.
Tempos de repressão e exílio de Caetano
Em tempos duros de repressão – no auge da Ditadura Militar e diante da recente instauração do Ato Institucional nº 5 – com o cerceamento das liberdades democráticas, de expressão e das criações libertárias, o movimento Tropicalista sofreu forte censura e perseguição. Caetano e Gil – já grandes ídolos de uma geração e líderes do movimento – foram presos em novembro de 1968 e, depois, obrigados a se exilar em Londres.
Antes de partir pro exílio, o artista lançou – em 1969 – o álbum Caetano Veloso, com arranjos de Rogério Duprat e canções como Atrás do Trio Elétrico, Irene (composta na cadeia, em homenagem à irmã) e Não Identificado. O álbum é o único de toda a discografia do artista até então que não traz uma foto de Caetano na capa.
Em seu site ele explica:
“De que jeito se explicaria o pouco cabelo de Caetano?”.
Eram os tempos duros de repressão e as consequências da prisão do artista, que fora obrigado a raspar seus caracóis, tão exaltados depois por Roberto Carlos e Erasmo Carlos, na canção feita especialmente para o amigo baiano: Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos, enquanto Caetano estava no exílio, e lançada por Roberto em 1971.
Ainda em 1969, antes da partida para Londres, Gil e Caetano fizeram um show de despedida no Teatro Castro Alves, em Salvador, que três anos depois se transformou no álbum Barra 69, com canções como:
- Cinema Olympia;
- Superbacana;
- Atrás do Trio Elétrico;
- e Alegria, Alegria.
Em 1971, durante o exílio político em Londres, Caetano lançou outro disco com o título Caetano Veloso, que traz uma temática melancólica e algumas canções compostas em inglês e endereçadas aos que ficaram no Brasil, como London, London e Maria Bethânia.
O álbum inclui ainda uma versão do clássico de Asa Branca (de Luiz Gonzaga e Zé Dantas), que exprime a profunda tristeza que Caetano sentia por estar longe do Brasil.
Neste mesmo ano, Caetano Veloso passou a se apresentar por palcos da Inglaterra e de outros países da Europa. De Londres, ele enviava artigos para o jornal carioca O Pasquim e canções novas para intérpretes como:
- Gal Costa (o hit London, London);
- Maria Bethânia (A Tua Presença Morena);
- Elis Regina (Não Tenha Medo);
- Erasmo Carlos (De Noite Na Cama);
- e Roberto Carlos (Como Dois E Dois).
Nesta época, o compositor Paulo Diniz fez uma letra especialmente para o amigo, Caetano, que diz:
“I don’t want to stay here / I wanna to go back to Bahia”, em português: “Eu não quero ficar aqui. Quero voltar pra Bahia”.
Em agosto de 1971, o baiano vem ao Brasil para gravar um especial histórico com Gal Costa e João Gilberto. Ainda em Londres, começou a gravar um dos discos mais importantes e bem avaliados de sua carreira, muito marcado pelo experimentalismo: Transa.
Com capa em formato tridimensional, o álbum inclui sucessos como:
- Triste Bahia (sua musicalização do trecho do soneto de Gregório de Matos);
- Mora na Filosofia (de Monsueto Menezes e Arnaldo Passos);
E algumas composições em inglês, como as clássicas:
- You Don´t Know Me;
- It’s A Long Way;
- e Nine Out Of Ten.
Essa última, traz – pela primeira vez – influências do reggae para a música brasileira.
O Retorno de Caetano Veloso ao Brasil
O lançamento de Transa marca o retorno definitivo de Caetano Veloso ao Brasil, em 1972, além de um show que ele fez ao lado de Gilberto Gil, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Caetano percorreu várias cidades com seu novo show e surpreendeu o público ao se apresentar com um novo visual – meio hippie, meio andrógino – com brincos de argola, tamancos, batom e tomara que caia, imitando trejeitos de Carmem Miranda.
Ainda em 1972, o baiano apresentou-se ao lado de Chico Buarque, em um espetáculo que deu origem ao disco Caetano e Chico: Juntos e Ao Vivo. É desse disco a clássica junção das canções Você Não Entende Nada (de Caetano) e Cotidiano (de Chico).
Em 1973, o artista lançou outro álbum com forte experimentalismo, Araçá Azul, e em 1974 produziu o disco Cantar, de Gal Costa (em 1972 também havia produzido Drama – Anjo Exterminado, um dos principais discos da carreira de Maria Bethânia).
Em 1975, Caetano lançou mais um álbum experimental, Jóia, cuja capa foi censurada na época, por exibir um autorretrato dele, da esposa na época (Dedé Gadelha) e do filho (Moreno Veloso) nus. O disco traz sucessos como:
- Canto do Povo de Um Lugar;
- e Minha Mulher.
No mesmo ano, lançou Qualquer Coisa – álbum que contém a música homônima, além de três canções dos Beatles, que também são homenageados na capa do disco.
Em 1976, Caetano Veloso juntou-se a Gilberto Gil, Maria Bethânia e Gal Costa para o espetáculo Doces Bárbaros – com 15 canções novas, compostas exclusivamente para a turnê – e que virou documentário e um álbum considerado uma obra-prima da MPB.
Entre as canções, estão as clássicas de Caetano:
- Os Mais Doces Bárbaros;
- Um Índio;
- Pássaro Proibido (composta em parceria com a irmã, Bethânia);
- e São João Xangô Menino (parceria com Gilberto Gil).
Muitos Carnavais e mais sucessos
Desde 1971, Caetano compõe – todo ano – canções especialmente para o carnaval e que fazem muito sucesso na folia. Em 1977, ele gravou a coletânea Muitos Carnavais, com clássicos compostos durante todo esse período, mas só lançadas em compactos, como:
- A Filha da Chiquita Bacana;
- Chuva Suor e Cerveja;
- Atrás do Trio Elétrico;
- Um Frevo Novo;
- e Muitos Carnavais.
Também em 1977, o artista lançou o disco Bicho, com grandes clássicos como:
- Tigresa;
- Um Índio;
- Gente;
- Leãozinho;
- Alguém Cantando;
- e Odara.
Em 1978, lançou Muito, álbum com os sucessos Sampa e Terra. Também em 1978, lançou um disco com a irmã: Maria Bethânia e Caetano Veloso Ao Vivo.
Em 1979, o álbum Cinema Transcendental trouxe os grandes sucessos:
- Lua de São Jorge;
- Oração ao Tempo;
- o hit Beleza Pura;
- Menino do Rio (que estourou na voz de Baby do Brasil);
- e Cajuína (composta em homenagem ao amigo tropicalista Torquato Neto, que havia se suicidado alguns anos antes).
Em 1981, é a vez do álbum Outras Palavras, sucesso de vendas, com canção homônima, e também a clássica Rapte-me Camaleoa. Neste mesmo ano, Caetano Veloso gravou um disco ao lado de Gilberto Gil e João Gilberto, chamado Brasil.
Em 1982, no álbum Cores, Nomes, o baiano apresentou suas clássicas:
- Queixa;
- Meu Bem Meu Mal;
- além da canção Sina, de Djavan, que traz uma bela homenagem a Caetano, transformando seu nome em verbo: “caetanear”.
Com uma carreira internacional consolidada, se apresentando em diversos países do mundo, Caetano Veloso apresentou, em 1983, o programa de TV Conexão Internacional, em que chega a entrevistar Mick Jagger. Neste mesmo ano, lançou o álbum Uns, com canções como:
- Você é Linda;
- Eclipse Oculto;
- e É Hoje, samba-enredo da escola carioca União da Ilha.
Em 1984, lançou Velô, disco mais rock’n roll, que apresenta os sucessos:
- Podres Poderes;
- O Quereres;
- além de Homem Velho, em homenagem a seu pai, que havia falecido no ano anterior.
Em 1986, Caetano Veloso dirigiu o documentário Cinema Falado, em que entrevista diversas personalidades artísticas brasileiras como:
- Elza Soares;
- Regina Casé;
- Chico Diaz;
- Gilberto Gil;
- e Dorival Caymmi.
Neste mesmo ano, apresentou o programa Chico e Caetano, ao lado de Chico Buarque, e lançou o disco recorde de vendas, Totalmente Demais, gravado durante seu show Luz do Solo, no ano anterior. Entre as canções, as famosas:
- Vaca Profana;
- Dom de Iludir;
- e Nosso Estranho Amor.
Ainda em 1986, lançou o álbum Caetano Veloso, com regravações de artistas estrangeiros como Cole Porter e Michael Jackson, além da sua clássica Luz do Sol.
Em 1987 foi a vez do disco Caetano, que conta com canções como:
- Eu Sou Neguinha;
- Fera Ferida (composição de Roberto e Erasmo Carlos);
- e Língua, com a participação de Elza Soares.
Em 1989, o artista lançou O Estrangeiro, álbum que traz a clássica Meia Lua Inteira, do cantor, compositor e percussionista baiano – ainda pouco conhecido na época – Carlinhos Brown. Neste mesmo ano, sua irmã Maria Bethânia lançou o sucesso composto por Caetano, Reconvexo, no álbum Memória de Pele.
Em 1991, seu disco Circuladô, traz canções que falam sobre a situação atual do país naquela época – Fora da Ordem e Cu do Mundo – além de Boas Vindas, em homenagem ao nascimento de seu segundo filho, Zeca, do casamento com Paula Lavigne, que dura até hoje, após um tempo separados. Paula também é empresária de Caetano.
Em 1992, no álbum Circuladô Vivo, Caetano grava pela primeira vez a canção feita em sua homenagem por Roberto e Erasmo Carlos quando ele estava no exílio: Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos.
Tropicália 2, mais Doces Bárbaros e Caetano escritor
Em 1993 – junto com Gilberto Gil – Caetano Veloso comemorou 26 anos de Tropicalismo e 30 anos de amizade, com o disco Tropicália 2. Neste disco, estão parcerias de sucesso dos dois artistas como Haiti e Cinema Novo, além da clássica Desde que o Samba é Samba, de Caetano.
Em 1994, a escola de samba Mangueira faz homenagem aos Doces Bárbaros – Caetano, Gil, Gal e Bethânia – com o enredo Atrás Da Verde E Rosa Só Não Vai Quem Já Morreu, com uma paráfrase do verso da canção Atrás Do Trio Elétrico, de Caetano. Os quatro artistas desfilaram com a Mangueira na avenida.
No mesmo ano, Caetano lançou o álbum Fina Estampa, com clássicos latinos relidos sob uma perspectiva bossa-novista. E no ano seguinte, uma versão ao vivo desse álbum.
Em 1996, compôs a trilha sonora do filme Tieta do Agreste, de Cacá Diegues, em que também interpreta o clássico A Luz de Tieta, cantando junto com Gal Costa e Didá Banda Feminina.
Em 1997, Caetano lançou o livro Verdade Tropical, em que ele dá a mais profunda e pessoal das visões acerca dos principais aspectos e acontecimentos relacionados com o movimento tropicalista. No mesmo ano lançou também o disco Livro, com canções como:
- Não Enche;
- e Um Tom (em homenagem ao terceiro filho, Tom, também fruto de seu casamento com Paula Lavigne).
Em 1998, o já muito premiado artista, ganhou o título de Honoris Causa, da Universidade Federal da Bahia, e também lançou o disco Prenda Minha, que conta com a clássica Sozinho, composição de Peninha, sucesso em sua voz.
Grammys Latinos, Oscar e outras trilhas
Em 1999, Caetano Veloso lançou o álbum Omaggio A Federico E Giulietta, com músicas sobre o cineasta Federico Fellini e ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de MPB, com o disco Livro.
Em 2000, lançou o CD Noites do Norte, que trata das culturas negra e africana, com todas as canções inéditas, e também venceu o Grammy Latino de Melhor Álbum de MPB. No ano seguinte, a versão ao vivo de Noites do Norte, traz o sucesso Gatas Extraordinárias, que estourou na voz de Cássia Eller, em 1999.
Em 2002, foi a vez de lançar, ao lado de Jorge Mautner, o disco Eu Não Peço Desculpas (com o sucesso Todo Errado, composição de Mautner) que recebeu o Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Popular Brasileira.
Em dezembro de 2002, após 26 anos, os Doces Bárbaros Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia se reuniram novamente para dois shows ao ar livre, que aconteceram em São Paulo e no Rio de Janeiro. O encontro virou o documentário Outros (doces) Bárbaros, dirigido por Andrucha Waddington, em 2004.
Em 2003, Caetano participou da cerimônia de entrega do 75º Oscar , em Los Angeles, onde cantou Burn It Blue, trilha do filme Frida, interpretada por ele em dueto com a mexicana Lila Downs e indicada como Melhor Canção Original.
Também em 2003, o baiano interpretou o sucesso Você Não Me Ensinou A Te Esquecer, composição de Fernando Mendes, José Wilson e Lucas, para a trilha do filme Lisbela e o Prisioneiro, de Guel Arraes.
No mesmo ano, lançou o livro Letra Só, pela Companhia das Letras, sobre as letras de suas canções.
Em 2004, Caetano Veloso lançou um álbum com canções somente em inglês, o A Foreign Sound.
Em 2006 lançou o elogiado álbum Cê, fruto de sua experimentação com o rock e o underground, com canções como Não me Arrependo, Deusa Urbana e Odeio, e que ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Cantor/Compositor.
Em 2009, foi a vez do álbum Zii E Zie, que mistura ritmos batizados por Caetano como “transambas” e “transrock”, com canções como Sem Cais e Tarado Ni Você. Na versão ao vivo do disco, podemos escutar a canção Força Estranha, composta por Caetano especialmente para Roberto Carlos – em 1978 – e também gravada por Gal Costa.
Também em 2009, o baiano lançou o documentário Coração Vagabundo, em que mostra sua intimidade durante a turnê de A Foreign Sound.
Em 2011, foi o lançamento do CD e DVD Caetano e Maria Gadú – Multishow Ao Vivo e Caetano Veloso produziu e compôs as músicas do disco de Gal Costa, Recanto, inovando, ao utilizar bases eletrônicas em todas as faixas.
Em 2012, Caetano lançou o álbum Abraçaço, produzido por seu filho, Moreno Veloso e pela banda Cê, vencedor do Grammy Latino de Melhor Cantor-compositor. Destacam-se as canções A Bossa Nova é Foda e Um Abraçaço.
Também em 2012, gravou – ao lado de Ivete Sangalo e Gilberto Gil – o especial Ivete, Gil e Caetano, que virou um álbum com canções dos três artistas e ganhou o Grammy Latino de Melhor Disco de MPB.
Em 2015, Caetano saiu em turnê ao lado de Gilberto Gil – pelo Brasil e o mundo – com o espetáculo Dois Amigos, Um Século de Música.
Em 2018, saiu em turnê e lançou seu álbum Ofertório (Ao Vivo), junto com os três filhos: Moreno, Zeca e Tom. O álbum contém outros grandes clássicos da carreira de Caetano como:
- A Tua Presença Morena;
- Reconvexo;
- Alguém Cantando;
- Ofertório, além de canções compostas pelos filhos.
E Caetano não pára!
Em 2021, Caetano Veloso lançou seu mais recente álbum, Meu Coco, primeiro álbum de músicas inéditas em quase nove anos, que traz sucessos como a faixa-título, Anjos Tronchos e Sem Samba Não Dá.
Sobre o lançamento do álbum, que traz 12 composições com letra e música de Caetano, o artista declarou:
“Desde a infância, amo as canções populares, inclusive por sua fácil proliferação. No final de 2019, tive um desejo intenso de gravar coisas novas e minhas. Tudo partiu de uma batida no violão que me pareceu esboçar algo que (se eu realizasse como sonhava) soaria original a qualquer ouvido em qualquer lugar do mundo.”.
O baiano foi eleito pela revista Rolling Stone Brasil o 4º maior artista da música brasileira de todos os tempos pelo conjunto da obra e o 8º maior cantor brasileiro de todos os tempos e está em plena atividade até os dias atuais.
Ao longo da carreira, Caetano compôs e esteve na trilha de diversas peças teatrais e de filmes nacionais e internacionais como:
- Fale com Ela (de Pedro Almodóvar);
- Frida (de Julie Taymor);
- Viramundo (de Geraldo Sarno);
- Tieta do Agreste e Orfeu (de Cacá Diegues);
- Lisbela e o Prisioneiro (de Guel Arraes);
- São Bernardo (de Leon Hirszman) e muitos outros.
Caetano também esteve na trilha de infinitas novelas brasileiras.
81 principais sucessos de Caetano Veloso
Para homenagear os 81 anos de Caetano Veloso, fizemos uma Playlist Especial com os 81 principais sucessos do artista, listados em ordem cronológica de quando foram lançados, interpretados por ele ou por outros grandes nomes da música brasileira.
Então, se você seguir a playlist na sequência, fará uma viagem pela vida e pela obra de Caetano (aliás, você já escutou o Acervo MPB Caetano Veloso, uma áudio-biografia exclusiva Novabrasil, que narra detalhes sobre a vida e a obra desse gigante da nossa música?).