Hoje é dia de honrar e celebrar a grande Ângela Maria, que estaria completando 94 anos de idade, se não tivesse nos deixado em setembro de 2018, aos 89 anos. Em homenagem, relembre sua trajetória e importância para o rádio e música brasileira.
Ângela Maria
Conhecida nacional e internacionalmente como uma das maiores vozes da música brasileira, a Sapoti – como Ângela foi carinhosamente apelidada por Getúlio Vargas, que achava a voz dela doce como a fruta Sapoti – começou a cantar e atuar no rádio, muito nova.
A família inicialmente não aprovava, então ela fingia que fazia um curso de costura depois do trabalho, para poder se apresentar nas rádios. Nas gravações, fazia uma voz mais suave, para que sua família não a reconhecesse, além de usar o pseudônimo Ângela Maria, pois seu nome verdadeiro era Abelim Maria da Cunha.
Inspiração para grandes cantoras brasileiras – como Elis Regina, Gal Costa e muitas outras artistas que vieram depois dela – Ângela Maria é uma das expoentes cantoras da Era do Rádio.
Fã declarada de Dalva de Oliveira, foi eleita a Rainha do Rádio em 1954. Foi também considerada – por um longo período – a cantora mais popular do Brasil e conquistou a admiração de personalidades internacionais como Edith Piaf e Louis Armstrong.
Uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção
Com sua voz impressionantemente harmônica, Ângela Maria consagrou-se como uma das grandes intérpretes do gênero samba-canção – surgido na década de 1930 – ao lado de cantoras como:
- Maysa;
- Nora Ney;
- e Dolores Duran.
Dedicou-se a interpretar principalmente sambas-canções, mas também gravou muitos boleros, tangos e versões de baladas e músicas espanholas e italianas.
Ao longo da carreira, gravou mais de 100 discos e vendeu cerca de 60 milhões de exemplares, sendo uma das cantoras que vendeu mais discos na história da MPB.
Ângela era também compositora e atriz: fez cursos de teatro e atuou em cinema, no longa-metragem Portugal – Minha Saudade, em 1973, comédia produzida, dirigida e estrelada por Mazzaropi.
Os sucessos de Ângela Maria
Gravou dezenas de sucessos como:
- Não Tenho Você (de Paulo Marques e Ari Monteiro);
- Babalu (de Margarita Lecuona);
- Moça Bonita e Tango para Teresa (ambas de de Jair Amorim e Evaldo Gouveia);
- Cinderela (de Adelino Moreira);
- Orgulho (de Nelson Wenderkind e Waldir Rocha);
- A Noite e a Despedida (de J. Ribamar e Beto Scala);
- Gente Humilde (de Garoto, Chico Buarque e Vinicius de Moraes);
- e muitos outros.
Seu melhor amigo sempre foi o cantor Cauby Peixoto. Em 2015, os dois iniciaram uma turnê por várias capitais brasileiras, com o musical 120 Anos de Música, em comemoração aos 60 anos de suas duas carreiras.
Ele morreu dois anos antes dela, em 2016, e os dois artistas estão sepultados lado a lado, no jazigo da família de Ângela Maria.
Viva a eterna Sapoti!