Os alimentos desidratados estão cada vez mais presentes na rotina de quem busca praticidade sem abrir mão da saúde. A técnica, usada há séculos, consiste na retirada da maior parte da água dos alimentos, o que impede a proliferação de microrganismos e prolonga a validade, sem necessidade de conservantes ou refrigeração.
Mas os benefícios vão além da conservação. “A desidratação, quando feita de maneira adequada, preserva boa parte dos nutrientes e ainda concentra o sabor e o valor nutricional dos alimentos”, explica Ingrid Rezende França, nutricionista do Hospital Sírio-Libanês.
Preservação de nutrientes e praticidade no dia a dia
Ao contrário do que muitos pensam, a desidratação não elimina os nutrientes essenciais dos alimentos. Vitaminas mais sensíveis ao calor, como a vitamina C, podem sofrer alguma perda, mas de forma geral o processo mantém e até concentra minerais, fibras e antioxidantes.
A ausência de água torna os alimentos mais leves e compactos, facilitando o transporte e o armazenamento — uma vantagem para quem precisa de opções práticas para lanches ou viagens. “As frutas secas, por exemplo, são uma excelente alternativa para substituir sobremesas açucaradas”, recomenda a nutricionista. Vale lembrar que frutas secas não contêm açúcar adicionado, diferentemente das frutas cristalizadas ou de algumas variedades de passas industrializadas.
Mais fibras, mais saciedade
Além de práticas, as frutas desidratadas oferecem um benefício extra: são ricas em fibras. Isso significa maior sensação de saciedade e melhor controle glicêmico. Comparando a ameixa fresca e a seca, por exemplo, a versão desidratada possui quase o triplo de fibras — 7,1g contra 2,43g em 100g do alimento. As fibras são importantes não só para a saciedade, mas também para a saúde intestinal.
Ainda assim, o consumo deve ser moderado. “Por perderem água, os alimentos desidratados são mais calóricos por grama em comparação aos in natura”, alerta Ingrid.
Variedade de opções para enriquecer a alimentação
As possibilidades vão além das frutas. Legumes como cenoura e batata-doce podem ser transformados em chips saudáveis, desde que preparados de maneira correta — de preferência assados e com pouco ou nenhum sal adicionado. Ervas desidratadas, como sálvia e salsa, são ricas em vitaminas A e K e ajudam a reduzir o consumo de sal nas refeições.
Já as ervas para infusão, como erva-doce e cidreira, são boas opções para quem busca propriedades calmantes e digestivas em forma de chá.
Para quem prefere praticidade, é importante atenção à procedência dos alimentos desidratados comprados a granel. “Produtos muito expostos estão mais suscetíveis à contaminação. O ideal é optar por embalagens com identificação de lote e validade”, orienta a nutricionista.

Aliados contra os ultraprocessados
Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, a base de uma alimentação saudável deve ser composta por alimentos in natura ou minimamente processados. Nesse contexto, os desidratados surgem como uma estratégia eficiente para reduzir o consumo de ultraprocessados, que geralmente são ricos em sal, açúcar e gorduras.
“Os alimentos desidratados, quando consumidos com equilíbrio, são uma excelente alternativa para quem busca praticidade, sabor e saúde na mesma refeição”, finaliza Ingrid Rezende França



