Ana Caetano: a vida, obra e sucessos da aniversariante do dia

Hoje é aniversário da cantora, compositora e instrumentista goiana Ana Caetano, integrante do duo Anavitória – ao lado da tocantinense Vitória Falcão – um dos mais relevantes nomes do cenário contemporâneo da música popular brasileira.

E para celebrar os 29 anos de Ana Caetano, nós da Novabrasil  preparamos uma matéria especial sobre a artista e sua trajetória ao lado de Vitória

Foto: Divulgação

Ana Caetano

Ana Clara Caetano Costa nasceu em Goiânia, capital de Goiás, em 1994, e mudou-se para Araguaína, no Tocantins, ainda criança. Foi ainda no colégio que conheceu a parceira musical, Vitória Fernandes Falcão, nascida em Araguaína, em 1995.

Ana já tocava violão e piano desde os 15 anos e já compunha e cantava coisas sobre o seu cotidiano. Sua mãe tocava violão e piano e a artista aprendeu a tocar violão com seu irmão. 

Vitória, que começou a cantar na igreja aos 12 anos, conta que muitas das suas influências musicais vêm das coisas que seu pai escutava.

Acontece que, nessa época, nenhuma das duas pensava ainda em seguir carreira na música, e cada uma foi para um lado, fazer faculdade.

Ana foi estudar Medicina, em Minas Gerais, e Vitória chegou a estudar Direito e Teatro, no Rio de Janeiro. Se reencontraram nesta época – quando Ana tinha um canal na internet onde colocava as suas composições. Ela viu Vitória cantar no Instagram e convidou-a para gravar algo juntas.

Ana e Vitória

Nenhuma das duas era cantora profissional, apenas faziam para se divertir, quando Ana voltava para Araguaína, para visitar a cidade, para a qual Vitória já havia voltado após desistir dos cursos no Rio de Janeiro.

Mas, logo que fizeram o primeiro vídeo juntas, perceberam como as vozes das duas tiveram uma sintonia incrível e harmonizaram muito bem. 

As meninas colocaram dois vídeos na internet, o primeiro em 2013, ainda sem muitas visualizações. Até que Vitória – que sempre foi muito fã do cantor e compositor Tiago Iorc, mandou o terceiro vídeo que postaram, em 2014, para o empresário dele na época – e empresário delas até hoje – Felipe Simas. No vídeo, as duas faziam uma versão da canção Um Dia Após o Outro, de Tiago.

Tiago e Felipe ficaram impressionados com o talento das meninas e convidaram-nas para gravar um EP em São Paulo, apadrinhadas e produzidas pelo artista, pela gravadora independente Forasteiro.

Além do lindo ajuste na combinação das vozes, as letras compostas por Ana eram de uma sensibilidade imensa e traziam um resgate necessário da canção para a MPB.

O nascimento de Anavitória

Até aquele momento as duas se apresentavam separadamente, como Ana e Vitória, até que Felipe Simas sugeriu que usassem Anavitória, como um nome só, sem o “&”, até para distingui-las de duplas sertanejas. Assim como chamaram a atenção de Iorc e Simas, não demorou para Anavitória conquistarem o Brasil inteiro. 

O EP lançado nas plataformas digitais teve o título de Anavitória e contou com as canções:

  • Singular e Chamego Meu (ambas composições de Ana Caetano);
  • Tentetender (de Humberto Gessinger e Duca Leindecker);
  • e Cores (de Lorena Chaves).

Logo de início, as meninas – vindas de uma cidade culturalmente de raízes sertanejas, mas fazendo uma música totalmente cosmopolita – classificaram o seu som como um Pop Rural:

“O nosso som é uma mistura de influências brasileiras. Acho que conseguimos mesclar o pop com a música de raiz, então o título encaixou, sabe? Ficamos muito satisfeitas de sermos definidas assim. E apesar do rural do título, acho que somos bem urbanas!”, declararam em entrevista.

É um jeito de unir o popular, que é a nossa música, com o canto que a gente veio, as músicas que crescemos ouvindo”.

O vídeo de uma performance ao vivo de Singular foi publicado no YouTube e atraiu a atenção do público para o trabalho do duo. E, após a boa recepção do material, a dupla arrecadou mais de 60 mil reais em uma campanha de financiamento coletivo para gravar o seu primeiro disco de estúdio.

O primeiro álbum já com Grammy Latino

Em 2016, Anavitória lançaram o seu primeiro álbum, com título homônimo e produção de Tiago Iorc e Jeff Pina, pela Forasteiro e com distribuição da Universal Music. 

Das 11 faixas do disco – todas com uma pegada pop folk:

  • sete são composições solo de Ana Caetano;
  • três são parcerias dela com Tiago Iorc;
  • e uma é a regravação do clássico Tocando em Frente (de Almir Sater e Renato Teixeira, que passou a fazer parte da trilha sonora da novela das nove O Outro Lado do Paraíso, no ano seguinte).

Entre as canções autorais, além das quatro já lançadas em EP, estão:

  • Agora Eu Quero Ir (parceria entre Ana e Tiago, que entra para a trilha sonora da novela Malhação: Pro Dia Nascer Feliz, daquele mesmo ano);
  • Dengo (só de Ana, que entrou para a trilha sonora da novela Pega Pega, em 2017);
  • e o super hit Trevo (Tu), de Ana Caetano e com a participação de Tiago Iorc.

A já lançada Singular entrou para a trilha sonora da novela A Força do Querer, de 2017. Outras composições do disco são:

  • Cor de Marte, Coração Carnaval, Tua e Nós, todas de Ana Caetano.
  • E Talvez Deus, parceria de Ana e Tiago.

Também em 2017, o álbum foi relançado em uma edição especial, que incluiu:

  • o single Fica (de Ana e e Matheus, da dupla Matheus & Kauan, e com a participação deles na gravação, que passou a fazer parte da trilha sonora da novela das seis Orgulho e Paixão, em 2018);
  • e a canção Amores Imperfeitos (de Samuel Rosa e Chico Amaral, gravada inicialmente por Anavitória para o álbum Dois Lados – Um Tributo ao Skank, de 2017).

O primeiro álbum da dupla foi indicado na 18ª edição do Grammy Latino na categoria Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa e a canção Trevo (Tu) ganhou na categoria Melhor Canção em Língua Portuguesa.

Em 2019, o álbum recebeu a certificação de Disco de Diamante, vendendo mais de 300 mil cópias.

Anavitória tornaram-se um fenômeno de público e crítica, já no seu primeiro álbum. As duas meninas do interior do Tocantins, que nunca tinham gravado em estúdio e feito shows em grandes palcos, fizeram uma turnê de sucesso do primeiro disco, que durou dois anos e passou pelo Brasil inteiro e por Portugal, onde o álbum também foi lançado.

Duo Anavitória | Foto: Reprodução/@anavitoria

Filme e mais EPs

Em outubro de 2017, a dupla lançou o EP Anavitória Canta para Pessoas Pequenas, Pessoas Grandes e Não Pessoas Também, em comemoração ao Dia das Crianças.

Mistério, composta pelo duo em parceria com Mike Túlio, é a única faixa inédita do EP. As outras três canções são:

  • Sideral (de Tibério Gaspar, Durval Ferreira e Valdir Granthon, composta para o programa Clube do Capitão Aza, que passava na TV Tupi entre os anos 60 e 70);
  • Pirlimpimpim (de Moraes Moreira com Fausto Nilo, que fez parte do especial infantil Pirlimpimpim, de 1982);
  • e O Leãozinho (composta por Caetano Veloso, em 1977).

Em fevereiro de 2018, o duo lançou seu terceiro EP, Anavitória Canta para Foliões de Bloco, Foliões de Avenida e Não Foliões Também, com a regravação de três músicas clássicas do carnaval baiano dos anos 90:

  • Vem Meu Amor (de Silvio e Guio, grande sucesso da Banda Eva);
  • Me Abraça (de Jorge Xaréu e Roberto Moura, também sucesso da Banda Eva e que fez parte da trilha sonora da novela Segundo Sol, da Rede Globo);
  • e Baianidade Nagô (de Evandro Rodrigues, sucesso com a Bandamel).

Além dessas, o EP traz o single inédito Clareiamô, composição conjunta de Ana, Vitória e Saulo Fernandes, com participação do baiano.

Ana e Vitória, o filme, pela Netflix

Em junho do mesmo ano, o duo saiu em turnê pelo Brasil ao lado de Nando Reis, em comemoração ao Dia dos Namorados. Logo em seguida, lançam o filme Ana e Vitória, pela Netflix.

O longa, que mistura comédia e musical, é inspirado em acontecimentos reais, e narra dois anos na história de Ana e Vitória – do momento em que se conhecem e decidem cantar juntas à consagração no mercado de música pop nacional. As duas atuam no filme e apresentam canções originais, abordando de forma leve e sob a ótica da juventude contemporânea, cenas cotidianas de relacionamentos modernos e amizade, tendo a música como pano de fundo.

Mais álbuns e mais Grammy Latino

Ainda em 2018, Anavitória lançaram o seu segundo álbum, O Tempo É Agora, mais amadurecido, que venceu o Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa e trouxe outros grandes hits. 

Entre as 11 canções do disco:

  • cinco são composições solo de Ana Caetano (Ai Amor, Calendário, Preta, Cecília e Dói Sem Tanto);
  • duas são parcerias dela com Tiago Iorc, que também produziu o disco (Porque Eu Te Amo e A Gente Junto);
  • uma é parceria de Ana com Vitória (a faixa-título O Tempo É Agora);
  • e três são parcerias de Ana com Mike Túlio (Outrória, Canção de Hotel e Se Tudo Acaba).

Em 2020, o duo lança o show em formato de filme, intitulado O Tempo É Agora: Ao Vivo na Fundição, gravado na Fundição Progresso.

Ainda em 2018, Ana e Vitória compuseram – junto com Sandy, Lucas Lima e Deco Martins – a canção Pra Me Refazer, que foi lançada como segundo single do álbum Nós, Voz, Eles, da já experiente irmã de Júnior.

Anavitória: Araguaína – Las Vegas

Em 2019, foi lançado o documentário Anavitória: Araguaína – Las Vegas, que documenta uma semana de 2017, onde o duo se apresentou na praça pública de sua cidade natal, e – alguns dias depois – estava em Las Vegas recebendo o Grammy Latino.

Também em 2019, elas lançaram o seu terceiro álbum de estúdio: N. O disco, produzido por Ana Caetano e Tó Brandileone (que integrou o grupo 5 a Seco), traz regravações de sucessos consagrados de Nando Reis, como:

  • All Star;
  • Por Onde Andei;
  • Relicário;
  • As Coisas Tão Mais Lindas;
  • e Pra Você Guardei o Amor. 

O nome do álbum, que foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa, já é uma homenagem ao artista, referência musical para Ana e Vitória.

Também em 2019, Anavitória lançaram o single Pupila, uma parceria do duo com o cantor e compositor Vitor Kley; e também o single Partilhar, com Rubel, composição do artista.

Em 2020, assim que iniciou a pandemia de Covid-19 no Brasil, o duo lançou a canção Me Conta da Sua Janela, escrita por Ana Caetano e que fala sobre a situação de isolamento social por conta do vírus.

Também em 2020, o duo lançou a canção Não Passa Vontade, composição de Ana, com a participação de Duda Beat.

Cor e Trilhas

Em janeiro de 2021, Anavitória lançaram – de surpresa – seu quarto álbum, todo de inéditas e produzido durante a pandemia: Cor.

A primeira canção do disco, Amarelo, Azul e Branco, foi composta pelas duas cantoras de forma autobiográfica, falando sobre o Tocantins, e conta com a participação de Rita Lee recitando alguns versos.

As outras 13 faixas mesclam composições solo de Ana Caetano:

  • Te Amar é Massa Demais, Explodir, Cigarra, Ainda é Tempo, Eu Sei Quem É Você, Terra e Abril;
  • uma canção dee Fábio Sá, [dia 34].
  • parcerias de Ana Caetano com outros artistas:
    • Tenta Acreditar (com João Ferreira);
    • Selva (com Tó Brandileone);
    • Lisboa (com Paulo Novaes e com participação de Lenine);
    • Cavoeiro (com Deco Martins);
    • e Te Procuro (com Nina e Saulo Fernandes).

O álbum foi indicado ao Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa de 2021.

Já em 2022, o duo lançou o EP Trilhas, uma coletânea de canções já gravadas anteriormente por elas, por encomenda para filmes, jingles de publicidade, programas de tv e temas de rádio, mas nunca lançadas nas plataformas digitais.

São quatro releituras de clássicos da nossa música:

  • João e Maria (de Chico Buarque e Sivuca, que – na versão de Anavitória tornou-se trilha da série Cine Holliúdy, da TV Globo);
  • Simples Assim (de Lenine e Dudu Falcão e que na versão das meninas foi tema de abertura do programa homônimo, na TV Globo);
  • Amor Perfeito (de Michael Sullivan, Paulo Massadas, Lincoln Olivetti e Robson Jorge, que entrou para a trilha do documentário Sullivan & Massadas, na Globoplay);
  • e Aí Já Era (composição de Jorge, da dupla Jorge e Mateus).

Além de duas composições de Ana Caetano:

  • Barquinho de Papel (em parceria com Lucas Veiga, que foi trilha do filme Coração de Papel);
  • e Espalhe Amor.

Anavitória já fizeram feats com outros nomes da nossa música aqui não citados ainda, como Lagum, Rubel, Ana Gabriela, Manu Gavassi e Jovem Dionísio, e Ana Caetano – compositora prolífica – já escreveu canções para vários outros artistas gravarem, como:

  • Rubel;
  • Ana Gabriela;
  • Júlia Mestre;
  • Sandy;
  • e Manu Gavassi.

Viva, Ana Caetano!

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