O amor que ANAVITÓRIA transmite ultrapassa esquinas e se instala em cada canto do coração do público na oitava edição da Turnê dos Namorados. Na primeira sexta-feira de Junho, São Paulo recebeu de braços abertos a segunda apresentação da turnê, que celebra a força do amor às vésperas do Dia dos Namorados. A estreia aconteceu em Belo Horizonte e o encerramento será no Rio de Janeiro, após a dupla ficar 6 meses fora dos palcos.
ANAVITÓRIA abre o show com AZA e logo o espetáculo segue com Trevo (Tu). A quinta canção do álbum de estreia, que leva o título do nome da dupla, e que recebeu o Grammy Latino de melhor canção em língua portuguesa, em 2017. Aqui, de primeira, Ana Caetano e Vitória Falcão se entregam ao palco e ao público com leveza e reciprocidade tomada pelo coral da plateia.
Sob o aroma da paixão, a dupla relembra que a potência do amor é também saber manter os pés no chão, que ele não treme e é real. Ter o coração no chão, do último álbum lançado, em 2024, Esquinas, demonstra que a reciprocidade de amar é natural e bem-vindo, que a intensidade e os riscos, bem canetada da composição de Ana Caetano “Que venham as surpresas, os atrasos, os abismos, os desencontros/ Desafios, canastras, perigos / Que sinalizem astros, profecias, as intuições e os guias espirituais” não é sinônimo de loucura, é o caminho da vontade de querer. E quando se trata de paz, parceria e acolhimento, a escolha do amor é sempre certeira e é um alívio “ter coragem pra dizer Eu te amo”.
De peito aberto, a dupla também mostra com Tenta Acreditar, do álbum Cor, de 2021, que às vezes a paixão não é suficiente, o amor deixa de estar presente e a melhor escolha é simplesmente ir embora. Os astros podem ser responsabilizados, mas quando as coisas não dão certo a gente força a acreditar e diz que as coisas acontecem sem pedir/ e a gente recomeça em outro lugar.
Ana Caetano enaltece o melhor amigo e também compositor, João Ferreira, que estava presente na primeira fileira do show e que foi peça fundamental para diversas canções, como Tenta Acreditar. Juntos transformam sentimentos em melodia e no álbum Esquinas, que marca uma década da carreira de ANAVITÓRIA, trouxe à tona relacionamentos em faces de maturidade e identidade. Além dele, os produtores não ficaram de fora, estavam ao lado da dupla, foram enaltecidos e aplaudidos: Janluska no violão ao lado de Ana Caetano e Pege no teclado ao lado de Vitória.
O show segue trazendo músicas de cada álbum das artistas, enaltecendo as diferentes formas e a facilidade de amar. Tempo é Agora, álbum de 2018, que ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa, esteve presente com as faixas Ai, amor, Porque eu te amo e Dói Sem Tanto, que também fazem parte do filme Ana e Vitória do mesmo ano de lançamento do álbum.
Ainda sobre os amores que passam, a dupla mostra que a reciprocidade pode não acontecer e é necessário ser honesto consigo mesmo e com o outro. A percepção própria de não sentir nada, de ter o corpo inteiro no mesmo lugar e que não é capaz de entregar ao outro o amor que tanto espera, também é um ato de coragem. Mas, quando se tem um amor recíproco e que mesmo assim, não foi possível continuar vivo, tudo que resta é lembrança e carinho, os versos de Água Viva “Se eu puder ter um pedido a mais / Guarde o melhor que tivemos / As confidências, mesmo que banais /Eu deixo em segredo / Nem todo mundo tem a sorte que nós dois tivemos juntos / E é tão bom saber que alguém que me conhece assim tão bem existe” dizem bem.
Em contrapartida a dor que o amor e o viver permitem sentir, o ápice de se apaixonar gera vontade de contar para os 12 milhões de habitantes da capital mais movimentada do país. Da vontade de viver um amor que os poetas invejem , morrer nos seus olhos e bocas e ouvidos , jurar em nome dos santos promessas pra descumprirmos e contar pra São Paulo que eu te amo, como pincelado em “Quero contar para São Paulo”.
A turnê se encerra com a canção que traz desejo de conexões profundas, com Lisboa em parceria com Lenine, do álbum Cor. Além de atrações magnéticas, o amor se funde a certezas e entregas, a vontade de construir um relacionamento duradouro e sincero. Ana Caetano e Vitória Falcão fazem jus a música bem sentida, a poesia com o corpo e a verdade com o público, traz em persona a reciprocidade, a verdade e o amor que transborda no fazer arte.
