Aniversário de Marina Lima: vida, obra e maiores sucessos

Hoje, dia 17 de setembro, uma das grandes cantoras e compositoras da música popular brasileira, Marina Lima, completa 68 anos e nós preparamos uma matéria especial, que faz um passeio pela vida e obra dessa artista que transformou a MPB para sempre, com suas influências que passam pelo pop, rock, blues, bossa-nova, pela Tropicália, pela soul music produzida pela gravadora norte-americana Motown e pela música eletrônica.

Aproveite!

Marina Lima é uma das grandes cantoras e compositoras da música popular brasileira | Foto: Divulgação

Marina Lima

O início de tudo e a parceria com o irmão Antônio Cícero

Também instrumentista, Marina Lima nasceu no Rio de Janeiro, em 1955, e ganhou o seu primeiro violão ainda criança, para sentir menos falta do Brasil, quando foi viver nos Estados Unidos aos cinco anos por conta do trabalho do pai.

Seu irmão mais velho é o também compositor, poeta, crítico literário, filósofo e escritor Antônio Cícero, dez anos mais velho, e seu maior parceiro de composição.

Marina voltou para o Brasil aos 12 anos e, aos 20 anos – em 1975 – musicou um poema de seu irmão, Alma Caiada, dando início a uma parceria de muito sucesso que dura até os dias de hoje. No ano seguinte, Maria Bethânia gravou a canção Alma Caiada, mas ela foi barrada pela censura da ditadura militar. 

Em 1977, Marina iniciou oficialmente sua carreira e tornou-se conhecida nacionalmente, quando Gal Costa gravou a sua canção Meu Doce Amor, no disco Caras e Bocas

Os primeiros álbuns de Marina Lima

Em 1979, Marina Lima tornou-se a primeira artista mulher a assinar um contrato com a gravadora Warner e lançou o seu primeiro disco – Simples como Fogo, que já traz o grande sucesso A Chave do Mundo (dela e de Antônio Cícero, que entrou na trilha sonora da novela Pai Herói, exibida no mesmo ano), além de mais quatro composições em parceria com o irmão. 

Nesta época, Marina – ao lado de nomes como Rita Lee e Ângela Ro Ro – era uma das poucas compositoras da MPB e, por isso, também gravou uma canção de Dolores Duran – que foi uma das primeiras compositoras do Brasil –  neste mesmo disco: Solidão.

O álbum também traz as gravações de:

  • Revolta (de Moraes Moreira);
  • Não Há Cabeça (de Angela Ro Ro);
  • e Muito (de Caetano Veloso).

Em 1980, Marina Lima lançou o disco Olhos Felizes, que traz seis canções em parceria com Antônio Cícero – entre elas, Só Você e a canção-título – além do grande sucesso Nosso Estranho Amor, de Caetano Veloso e com participação do artista na gravação da faixa. O álbum também conta com as canções:

  • Doce Vida (de Rita Lee e Roberto de Carvalho);
  • e Coração a Mil (de Gilberto Gil).

Em 1981, Marina lançou o LP Certos Acordes, que traz cinco composições em parceria com o irmão, entre elas, os grandes sucessos Charme do Mundo e O Lado Quente do Ser. Outro grande hit do disco é a canção Maresia (de Antônio Cícero e Paulo Machado), além da canção Gata Todo Dia (parceria de Marina com Leo Jaime e Tavinho Paes).

No ano seguinte foi a vez de Marina lançar o disco Desta Vida, Desta Arte, que conta com a participação de Zizi Possi, na canção Essas Coisas Que Eu Sei (de Marina e Antônio Cícero) e também com as regravações da clássica:

  • Emoções (de Roberto e Erasmo Carlos);
  • e do sucesso Noite e Dia (de Lobão e Júlio Barroso).

Fullgás e o estrelato

Em 1984, Marina lançou o álbum Fullgás, um dos mais importantes da sua carreira, que conta com o imenso sucesso da faixa-título, composta por ela e por seu irmão, Antônio Cícero. 

Outros sucessos do disco são as canções:

  • Pé Na Tábua (versão de Antônio Cícero e Sérgio de Souza para a canção Ordinary Pain, de Stevie Wonder);
  • Pra Sempre e Mais Um Dia (também de Marina e do irmão);
  • Mesmo Que Seja Eu (de Roberto e Erasmo);
  • Me Chama (de Lobão);
  • Mais Uma Vez (de Lulu Santos e Nelson Motta);
  • e o grande hit Veneno (de Nelson Motta).

Foi este o disco que lançou Marina de vez ao estrelato e ao reconhecimento nacional.

Em 1985, a cantora lançou o disco Todas, com os super sucessos:

  • Nada Por Mim (de Herbert Vianna e Paula Toller);
  • Correndo Atrás (de Marina e Antônio);
  • e Eu Te Amo Você (de Kiko Zambianchi).

No ano seguinte, Marina lançou o disco Todas – Ao Vivo, que – além dos sucessos do álbum anterior e de outros álbuns de sua carreira – traz também a clássica Ainda É Cedo (de Renato Russo, Marcelo Bonfá, Dado Villa-Lobos e Ico Ouro Preto, do Legião Urbana), além de outro grande sucesso de sua carreira: Pra Começar, parceria dela com Antônio Cícero.

Em 1987, foi a vez do clássico disco Virgem, que traz canções emblemáticas e de sucesso como:

  • a faixa-título (de Marina e Antônio Cícero);
  •  Uma Noite e Meia (de Renato Rocketh, com participação do artista);
  • e Preciso Dizer Que Te Amo (de Cazuza, Bebel Gilberto e).

Em 1989, a cantora lançou o álbum Próxima Parada, que traz outro grande sucesso da carreira de Marina: À Francesa, composta por Cláudio Zoli e Antônio Cícero. Outra canção de destaque é a faixa-título (parceria com o irmão), além da regravação da clássica Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.

De Marina pra Marina Lima

No disco Marina Lima, de 1991, é a primeira vez que a cantora assina seu nome inteiro em um álbum. Antes ela utilizava apenas Marina. Este disco traz outros grandes sucessos da carreira da artista, como:

  • Grávida (parceria com Arnaldo Antunes);
  • Criança (composição apenas da cantora);
  • Acontecimentos (parceria com Antônio Cícero);
  • além da regravação da canção Ela e Eu (de Caetano Veloso).

Em 1993, lançou o álbum O Chamado, que traz os grandes sucessos:

  • Pessoa (de Dalto e Cláudio Rabello);
  • Eu Vi o Rei (de Marina e Cícero);
  • Carente Profissional (de Cazuza e Frejat);
  • e a faixa-título, parceria da cantora com Giovanni Bizzotto.

O disco também traz parcerias de Marina, em inglês, com o cantor e compositor estadunidense Pat MacDonald.

No disco Abrigo, de 1995, Marina traz diversas regravações de canções emblemáticas da música brasileira como:

  • Samba do Avião (de Tom Jobim);
  • Nem Luxo Nem Lixo (Rita Lee e Roberto de Carvalho);
  • Admito Que Perdi (Paulinho Moska);
  • A Cidade (Chico Science);
  • Beija-Flor (de Conceição, Raimundo, Rubinho e Xexéu, sucesso da banda Timbalada);
  • e O Que Tinha de Ser (Vinicius de Moraes e Tom Jobim).

Em 1996, é a vez do disco Registros à Meia Voz. Como menciona o título, o álbum é um registro gravado enquanto a artista se recuperava de um problema nas cordas vocais, que provocou o cancelamento da turnê planejada para o álbum anterior. 

O álbum contém composições e produções que foram elaborados para o espetáculo, entre sucessos já consagrados de sua carreira e outras canções como:

  • Tempestade (de Zélia Duncan e Christiaan Oyens);
  • Para Um Amor no Recife (Paulinho da Viola);
  • e O Solo da Paixão (de Marina e Cícero).

De volta aos palcos

Em 1998, Marina retornou à ativa com o disco Pierrot do Brasil, com a voz um pouco mais grave, que passou a ser predominante nos trabalhos seguintes. Destaque para as canções:

  • Deixa Estar (de Marina e Cícero);
  • Pierrot (só de Marina);
  • e Leva (Esse Samba, Esse Amor), parceria com Sérgio Britto.

Em 2000, a artista lançou o disco Marina Lima: Sissi Na Sua Ao Vivo, gravado durante apresentações do show de mesmo nome e que conta com canções já consagradas em outros álbuns de sua carreira, além de O Mel da Lenda (parceria com William Magalhães) e Sissi (parceria com Fernanda Young).

Dirigido pelo ator Enrique Diaz, com texto de abertura de Fernanda Young, é um show com ares teatrais, sucesso de público e crítica.

O espetáculo e a turnê desse disco marcaram também o retorno de Marina aos palcos desde O Chamado, em 1993, e o período de reclusão que se submeteu quando começou a tratar de uma crise emocional e o desenvolvimento de problemas vocais.

Acústico MTV Marina Lima

Em 2001, lançou o álbum Setembro, que traz uma mistura do rock com a música eletrônica, com destaque para a canção-título e No Escuro (parcerias com o irmão, que entra para a trilha sonora da novela O Clone) e Notícias (de Marina, Cláudio Rabello e Dalto, trilha da novela Esperança).

Em 2004, Marina apresentou o programa Saia Justa, no Canal GNT.

Em 2006, lançou o CD e DVD Acústico MTV Marina Lima, com canções já consagradas em outros discos, além de Sugar (trilha da novela Agora é que São Elas) e A Não Ser Você (parcerias com Alvin L., com participação do artista), e a participação de Martinho da Vila nas canções dele Tom Maior e Arco de Luz (parceria dele com Antônio Cícero).

O disco também conta com a participação de Fernanda Porto, na canção Charme do Mundo.

Também em 2006, a artista lançou o disco Lá Nos Primórdios, com a voz mais firme e forte. Anuncia que está fazendo aula de canto e fono, para reaprender a usar a voz. Entre as canções, destaque para:

  • Anna Bella (parceria com Antônio Cícero);
  • e as releituras de Cara (também parceria com Antônio) e Meus Irmãos (só dela), que já haviam sido lançadas em outros discos anteriores. Além da regravação do clássico Dura na Queda, de Chico Buarque.

Marina firma e forte

Em 2011, é a vez do disco Clímax, aclamado pela crítica, com os hits Não Me Venha Mais com o Amor (parceria com Adriana Calcanhotto) e Pra Sempre (composta e gravada com Samuel Rosa). O álbum também conta com uma canção sobre a cidade de São Paulo, SP Feelings, na qual a artista passa a viver a partir daquele ano.

Vanessa da Mata participa da faixa A Parte Que Me Cabe, e Karina Buhr e Edgard Scandurra participam da música Desencantados (composição conjunta de Marina, Buhr, Scandurra e Alex Fonseca).

Em 2013, Marina Lima lançou seu livro de memórias e percepções: Maneira de Ser.

Novos discos

Já em 2015, lançou o disco No Osso, registro ao vivo da turnê de voz e violão que fazia desde o fim de 2014. O álbum possui releituras de clássicos de sua carreira, além de duas canções inéditas: Da Gávea e Partiu (composições solo de Marina) – e um cover de Can’t Help Falling In Love, clássico sucesso de Elvis Presley.

Em 2018, Marina Lima lançou o disco Novas Famílias, que traz os sucessos: Juntas, a faixa-título e o funk Só Os Coxinhas (parcerias com Antônio Cícero). O disco tem a participação de Marcelo Jeneci e de Letrux, que também é compositora da faixa Mãe Gentil, junto com Marina e Arthur Kunz.

Em 2019, o cineasta Candé Salles estreou o documentário Uma Garota Chamada Marina, longa-metragem gravado ao longo de dez anos (de 2009 até 2019), que faz um recorte do processo de criação do álbum Clímax, de 2011, o processo de mudança para a cidade de São Paulo e outros momentos de sua carreira.

Em 2021, a artista lançou o EP Motim, que conta com a participação de Mano Brown na faixa Nóis, composição da cantora.

Viva, Marina Lima! Aproveite para escutar também a nossa audiobiografia especial dessa grande artista, no Acervo MPB, produção original da Novabrasil FM, que é praticamente uma enciclopédia da nossa música.

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