Aniversário de Paulinho Moska: vida, obra e maiores sucessos

Músico, cantor, compositor, ator e apresentador: hoje é aniversário de um dos maiores artistas da MPB da atualidade: o multitalentoso Paulinho Moska.

Com mais de 30 anos de carreira e um repertório sensível, que traz canções que exaltam, principalmente, o amor à vida, Moska tornou-se um dos mais produtivos e talentosos artistas da música popular brasileira, 

Suas composições também já foram gravadas por grandes nomes da nossa música, como Maria Rita, Simone, Zélia Duncan, Lenine, Mart’nália, Marina Lima, Ney Matogrosso, Gal Costa e Maria Bethânia.

Preparamos uma matéria especial para homenagear o aniversariante de hoje, que traz um panorama da sua vida e obra e finaliza com uma playlist especial com os maiores sucessos de Paulinho Moska. Aproveite!

Foto: Reprodução / Facebook Paulinho Moska

Paulinho Moska

O início de tudo

Paulinho Moska nasceu Paulo Corrêa de Araújo, no Rio de Janeiro, em 1967. Como conta em seu site oficial: 

“Caçula de 4 irmãos, quando sua casa já era cheia de música e diversidade. Quando era criança, gostava de colecionar coisas. Tampinhas de garrafa, selos, conchas, latinhas de refrigerante, quadrinhos, figurinhas, discos, pedras, fotografias, chaves.

E assim o menino montou, tijolo por tijolo, o mundo em que pretendia viver: costurando informações das áreas mais variadas, colando fragmentos de sons e pedaços de imagens de todos os tipos e origens. O primeiro violão era do irmão mais velho. Os primeiros ídolos foram Caetano Veloso e Gilberto Gil.

Moska aprendeu a tocar violão aos 13 anos, com seu irmão mais velho, Oswaldo, que era músico amador. Oswaldo tocava em festivais de escola e esse ambiente fascinava Paulinho. Em uma das atuações do irmão, conheceu o músico André Abujamra, com quem aprendeu os primeiros acordes de blues e rock.

Na adolescência, Moska foi estudar teatro e, logo que formou-se no curso da CAL (Casa das Artes de Laranjeiras), em 1984, começou a atuar no cinema. Em 1986, participou do filme A Cor do Seu Destino, de Jorge Duran.

Garganta Profunda

No mesmo ano, Paulinho Moska passou a integrar o grupo vocal Garganta Profunda, e gravou com eles a sua primeira participação em um álbum A Orquestra de Vozes, em que interpretavam canções como:

  • Alguém Cantando (de Caetano Veloso);
  • Você Vai me Seguir (de Chico Buarque e Ruy Guerra);
  • Hello Goodbye (de John Lennon e Paul McCartney);
  • e Paixão (versão de Geraldo Carneiro para a canção Smile, de Charles Chaplin, Geoffrey Parsons e John Turner).

Em 1987, ainda com o grupo, grava o disco Yes, Nós Temos Braguinha – 80 anos, dedicado à obra de João de Barro, o Braguinha, com canções do artista como:

  • Yes, Nós Temos Banana e Chiquita Bacana (ambas parcerias com Alberto Ribeiro);
  • Carinhoso (parceria com Noel Rosa);
  • Pastorinhas (parceria com Noel Rosa); e Moreninha da Praia.

 Inimigos do Rei

Também em 1987, junto com outros integrantes do Garganta Profunda, Moska formou a sua primeira banda: Inimigos do Rei, que ficou conhecida por seu estilo irreverente e humorístico, compondo músicas com duplo sentido e com acentuados jogos de vozes, além de excêntricas performances no palco.

Em 1988, o artista participou dos filmes Um Trem Para as Estrelas, de Cacá Diegues; e Um Mistério no Colégio Brasil, de José Frazão.

Em 1989, integrou o elenco do filme Kuarup, de Ruy Guerra e também lançou o seu primeiro álbum com a banda Inimigos do Rei, com o nome homônimo e destaque para as canções:

  • Uma Barata Chamada Kafka (Moska, Luiz Guilherme e Marcelo Marques) – que faz referência à obra clássica A Metamorfose, de Franz Kafka;
  • e Adelaide (uma versão de Luiz Guilherme para a canção You’ll Be Illin, dos rappers do Run DMC, Joseph Simmons, Jason Mizell e Raymond White). 

Paulinho Moska participou de oito, das dez composições do álbum, que ganhou Disco de Ouro e levou a banda a se apresentar em programas de rádio e televisão, ganhando projeção nacional e saindo em turnê pelo Brasil por dois anos seguidos.

Em 1990, a banda ainda lançou o seu segundo disco: Amantes da Rainha, que traz canções como:

  • Carne;
  • Osso e Silicone (de Moska, Marcelo Marques, Luiz Guilherme, Marcelo Crelier, Luis Nicolau, Marcus Lyrio e Lourival Franco);
  • e Pacto (Moska e Luiz Guilherme). 

Em 1991, a Inimigos do Rei  se apresentou no Rock In Rio II e, no ano seguinte, Moska deixou a banda para seguir carreira solo.

A carreira solo de Moska

Em 1993, o artista lançou o seu primeiro disco solo – Vontade – com destaque para as canções autorais:

  • Não Diga que Eu Não Te Dei Nada (que anos mais tarde fez muito sucesso na voz de Luiza Possi);
  • Dinossauros;
  • Trampolim;
  • e a faixa título.

Em 1995, Paulinho Moska lançou o seu segundo álbum: Pensar É Fazer Música, inspirado nos seus estudos de filosofia e que traz um dos maiores sucessos da sua carreira, a canção que lhe deu projeção nacional como artista solo O Último Dia (parceria com Billy Brandão), que foi tema de abertura da nova O Fim do Mundo, no ano seguinte, e também do enredo da escola de samba carioca Mocidade Independente de Padre Miguel, em 2015.  Ney Matogrosso regravou a canção em 1998.

Outras músicas de destaque no disco são:

  • Qualquer Outro Amor;
  •  Não Havia Nada Lá;
  • e Camaleão.

Em 1997, Moska lançou o álbum Contrasenso, com 12 composições que misturam pop, baião, reggae e outros gêneros, entre elas:

  • Relampiano (parceria com Lenine, lançada pelo pernambucano poucos anos depois, e também por Elba Ramalho, no mesmo ano);
  • Paixão e Medo (parceria com Nilo Romero, gravada por Luiza Possi anos mais tarde);
  • e Admito que Perdi (apenas de Moska e também gravada por Marina Lima).

O disco também conta com o grande sucesso A Seta e o Alvo (parceria com Nilo Romero), que ganhou as rádios de todo o país, e com Me Chama de Chão (parceria com Branco Mello e Fernando Zarif).

O nome do álbum surgiu quando Moska foi passar a limpo as letras das músicas, e, pelas palavras do próprio, percebeu “que todas as canções são dúbias, falam de coisas que se contrapõem a outras”. 

Mais álbuns de sucesso

Ainda em 1997, Moska lançou o álbum ao vivo Através do Espelho, que – além de canções já consagradas dos seus primeiros álbuns – traz também as versões de:

  • Sonhos (Peninha);
  • Blues dos Anos 2000 (de Cazuza, George Israel e Nilo Romero);
  • e Sonífera Ilha (de Branco Mello, Marcelo Fromer, Tony Bellotto, Ciro Pessoa e Carlos Barmak).

Em 1999, o artista lançou o álbum Móbile, que conta com os sucessos:

  • Um Móbile no Furacão;
  • Onde Anda a Onda;
  • Castelo de Areia (essa última em parceria com Jorge Mautner, e com participação do artista);
  • e Sem Dizer Adeus (regravada por Mart’nália em 2008);
  • além das regravações de País Tropical (de Jorge Ben Jor);
  • Retalhos de Cetim (Benito di Paula);
  • e de O Mundo (de André Abujamra, com a participação de Lenine, Chico César e Zeca Baleiro).

No ano de 2001, Paulinho Moska lançou o disco Eu Falso da Minha Vida o Que Eu Quiser, e passou a usar pela primeira vez apenas somente o nome Moska.

O álbum conta com a participação de Marcos Suzano na percussão e Sacha Amback nos samplers, e traz canções como:

  • Não Deveria se Chamar Amor;
  •  Mentiras Falsas;
  •  Pra Sempre Nunca Mais;
  • e a faixa título.

São 12 composições, todas de Moska, além de uma versão do artista para a canção Lover, You Should’ve Come Over, de Jeff Buckley.

Tudo Novo de Novo!

Em 2003, Moska lançou o álbum de super sucesso Tudo Novo de Novo. Além do grande hit que é a canção título (que, inclusive, ganhou uma versão super especial da Novabrasil, sendo o tema da nossa “retomada”, em setembro de 2020, quando vários grandes nomes da música brasileira cantaram a esperança por dias melhores, levando uma mensagem de otimismo para os amigos ouvintes em tempos de pandemia), o disco traz outros dois grandes hits: as canções:

  • A Idade do Céu (versão de Moska para a canção La Edad Del Cielo, do cantor e compositor uruguaio Jorge Drexler);
  • e Pensando em Você (só de Moska, e regravada por Drexler em espanhol, também para esse álbum, com o nome de Pensando en Ti).

A partir deste disco, Moska tornou-se um artista independente e lançou o seu próprio selo: Casulo. O artista conta que o disco “é uma metáfora para a vida de todos nós, pois fala da transformação da dor para o amor”, vindo na sequência de um álbum bem mais sombrio e triste, que foi o anterior, refletindo os momentos diferentes que o artista estava vivendo em cada fase.

A canção Reflexos e Reflexões, deste mesmo disco, descreve um hábito desenvolvido pelo artista a partir de 2001: registrar suas imagens refletidas em superfícies espelhadas, principalmente dentro de hotéis, durante as turnês de shows, o que gerou uma série de 2.000 autorretratos.

Esse material foi aproveitado para ilustrar a capa e o encarte do CD e para interagir com o cenário do show de lançamento do disco.

O disco também conta com a participação de Mart’nália, na canção Acordando; e de Jorge Drexler, na música Dos Colores: Blanco y Negro; ambas composições de Moska.

Outra faixa do disco – Essa é a Última Solidão de Sua Vida – é uma parceria de Moska com Pedro Luís, Thalma de Freitas, Mart’nália e Talita Castro.

Em 2004, Moska gravou a versão ao vivo do álbum, chamada Mais Novo de Novo, que é lançada em CD e DVD, em 2007. A canção A Idade do Céu também fez muito sucesso, tempos depois, nas vozes de Simone e de Zélia Duncan.

Moska, um artista múltiplo e multitalentoso

Em 2001, Paulinho Moska se apresentou no Rock In Rio III  e gravou a música Amores Possíveis (de João Nabuco e Antonio Villeroy), para o filme homônimo, de Sandra Werneck.

Em 2003, participou como ator do filme O Homem do Ano, de José Henrique Fonseca. Moska participou também, ao longo de sua carreira, de minisséries globais, como por exemplo o seriado Mulher, em 1998. Suas canções foram tema de inúmeras novelas brasileiras ao longo dos anos.

Em 2006, Paulinho Moska começa a apresentar o programa Zoombido, no Canal Brasil, no qual recebe outros artistas como convidados e – além de entrevistá-los e fotografá-los – ainda toca e canta em dueto com cada um deles. Em 10 temporadas de programa, Moska recebeu mais de 240 convidados, dos mais variados estilos: de Milton Nascimento à Céu, de Flávio Venturini à Teresa Cristina, de Cícero a MV Bill.

Os retratos que ele faz dos convidados do programa, também distorcidos através de um tijolo de vidro, geraram uma exposição fotográfica na Galeria Arthur Fidalgo, no Rio de Janeiro.

Em 2019 e 2021, o artista lançou três álbuns com os duetos que fez com inúmeros artistas durante os 10 anos de programa Zoombido.

Muito e Pouco

Em 2010, Moska lançou o projeto musical Muito Pouco, que conta com dois álbuns lançados no mesmo dia, um chamado Muito, e o outro, Pouco. Os álbuns podiam ser comprados juntos, ou separadamente.

Em 2013, ele lançou o CD e DVD ao vivo Muito Pouco para Todos, gravado no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, e que conta com os sucessos do projeto e também com outras canções já consagradas de sua carreira.

Esses discos contam, entre outras, com as seguintes canções de sucesso:

  • o grande hit Muito Pouco (só de Moska, e gravado também por Maria Rita);
  • Devagar, Divagar ou De Vagar;
  • Quantas Vidas Você Tem? (todas composições só de Moska);
  • Namora Comigo (de Moska, sucesso também na gravação junto com Mart’nália);
  • Soneto do Teu Corpo (parceria com Leoni);
  • Sinto Encanto e O Tom do Amor (ambas parcerias com Zélia Duncan);
  • Somente Nela (parceria com Carlos Rennó);
  • Waiting For The Sun Shine (parceria com o cantor argentino Kevin Johansen, e com participação do artista);
  • e Saudade (parceria com Chico César, sucesso também na voz de Maria Bethânia).

Também em 2013, Moska participou como ator e compôs a trilha (em parceria com André Abujamra) do filme Minutos Atrás, de Caio Sóh.

Viva a música latina

A proximidade de Paulinho Moska com artistas latinos como Jorge Drexler, Kevin Johansen e outros, o levou a apresentar e fazer a curadoria de dois festivais de música latina no teatro do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil): o Mercosul Musical, em 2008; e o Soy Loco Por Ti America, em 2011. 

Os projetos eram uma série de shows em duo, onde artistas brasileiros (como Arnaldo Antunes, Marcelo Jeneci, Paula Toller e Fernanda Takai) se encontravam com latino-americanos (como Drexler, Johansen, Pedro Aznar e Andrea Echeverri).

Desta proximidade também nasceu o álbum Loucura Total, de 2015, gravado em português e espanhol e em parceria com o argentino Fito Páez, com 12 faixas que misturam tango, samba e rock . O disco foi indicado ao Grammy Latino de Melhor Canção com a música Hermanos (de Moska e Fito Paez). 

Outras canções da dupla no disco são a faixa-título, Onde Você Passou a Noite e Flores de Abraços.

E Moska não pára!

Em 2018, Moska lançou o álbum Beleza e Medo, comemorando 25 anos de carreira solo, com canções de sucesso como:

  • Minha Lágrima Salta;
  • Jeito é Não Ficar Só;
  • e Medo do Medo (essa última em parceria com a grande amiga Zélia Duncan).

Em 2019, o artista se apresentou no papel principal do Rei Arthur, no musical Merlin e Arthur, Um Sonho de Liberdade.

O espetáculo parte das lendas do Rei Arthur e a Távola Redonda, para contar uma nova história, onde a política e a crítica social estão presentes – tal qual na obra de Raul Seixas, com canções que homenageiam o Maluco Beleza, no ano em que completam-se 30 anos de sua morte.

Em 2020, lançou em parceria com Zélia Duncan, a canção Um Par Ímpar – um hino de encontro, de liberdade, de turma, de tribo, da união de todos nós – que gerou, em 2022, uma turnê feita pelos dois amigos de longa data, que rodou as principais cidades do país. 

Moska e Zélia são amigos e parceiros desde o primeiro disco solo de cada um, ainda na década de noventa. São mais de vinte e cinco anos de amizade e de canções compostas juntos. O projeto já estava sendo pensado pelos dois artistas há muito tempo, quando começaram a compor e gravar pérolas como Carne e Osso, O Tom do Amor, Sinto Encanto e Não. 

E ao longo dos anos foram se aproximando cada vez mais com as novas canções Feliz Caminhar e Medo do Medo, entendendo cada vez mais as diferenças que se completam, semelhanças que se potencializam. “Um par singular, um ímpar plural”, como costumam dizer.

Desde então, Moska também vem lançando outros singles em parceria, como o recente O Laço Que Une Eu e Você, com Carlos Rennó. Viva o multiartista Paulinho Moska!

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