Aniversário Fafá de Belém: vida, obra e sucessos da artista

Hoje é aniversário de uma das maiores artistas da música popular brasileira: Fafá de Belém! Preparamos uma matéria especial para comemorar os 67 anos de Fafá, fazendo um passeio pela vida e obra da cantora, e – ao final dela – você confere uma playlist especial com os maiores sucessos da artista.

Cantora, compositora, atriz e multi-instrumentista, Fafá sempre exaltou em seu repertório canções que trouxessem gêneros populares de raízes Amazônicas, como o carimbó, a lambada, o brega, a síria e a guarânia.

Foi também bastante influenciada por artistas da MPB como Maysa, Cauby Peixoto, a turma da Jovem Guarda e The Beatles, além de outros gêneros, como jazz e música clássica.

Fafá de Belém

O início de tudo

Nascida em Belém, daí vem o seu nome, Fafá (apelido de Maria de Fátima) tem ascendência indígena e portuguesa. Sua voz potente e afinada já chamava a atenção desde a infância.

Na adolescência, ela aprendeu a tocar piano e violão e fez as suas primeiras composições. Logo, começou a apresentar-se em casas noturnas e bares da sua cidade e região. Em 1973, ainda com 17 anos, mudou-se com o irmão para o Rio de Janeiro e começou a se apresentar nos bares da cidade. 

Neste mesmo ano, conheceu um produtor musical da gravadora Polygram, que a aconselhou a seguir uma carreira nas rádios e gravar discos. Mas sua estreia mesmo foi como atriz, ainda em 1973, no espetáculo musical que satirizava o cenário político da época – Tem Muita Goma no Meu Tacacá – no principal teatro de Belém, Theatro da Paz.

No ano seguinte, Fafá atuou na peça Os Sete Gatinhos e, em 1975, assinou contrato com sua primeira gravadora e gravou o seu primeiro sucesso: a canção Filho da Bahia, de Walter Queiroz, que entrou para a trilha sonora da novela Gabriela e projetou Fafá de Belém no cenário nacional.

No mesmo ano, a artista lançou seu primeiro compacto, com as canções:

• Naturalmente (de Caetano Veloso e João Donato);
• e Emoriô (de Gilberto Gil e João Donato).

Os primeiros álbuns de Fafá de Belém

No ano de 1976, Fafá lançou o seu primeiro disco, Tamba-Tajá, com um repertório de raízes bem brasileiras – principalmente com influências culturais do norte do país – e bastante eclético. Entre as principais canções estão:

• o carimbó Este Rio É Minha Rua (de Paulo André e Ruy Barata)
• os forrós Haragana (de Quico Castro Neves) e Xamego (de Luiz Gonzaga e Miguel Lima);
• além de Tamba-Tajá (de Waldemar Henrique);
• e Cá Já (de Caetano Veloso).

O álbum foi muito aclamado pela crítica e pelo público e já apontou Fafá de Belém como uma das melhores cantoras da sua geração, que – além de sua voz fascinante, trazia muita intensidade e presença em suas interpretações.

Em 1977, Fafá de Belém lançou seu segundo álbum, Água, que vendeu mais de 100 mil cópias e trouxe vários sucessos como:

• Ontem ao Luar (de Catulo da Paixão Cearense e Pedro Alcântara);
• Raça e Sedução (ambas de Milton Nascimento e Fernando Brant);
• Foi assim e Pauapixuna (ambas dos compositores também paraenses Paulo André e Ruy Barata).

Em 1978, o terceiro disco de Fafá de Belém, Banho de Cheiro, traz o sucesso da faixa homônima (de Paulo André Barata e Ruy Barata), além das canções:

• Dentro de Mim Mora um Anjo (de Sueli Costa e Cacaso);
• Maria Solidária (de Milton Nascimento e Fernando Brant);
• e Moça do Mar (de Octávio Burnier e Ivan Wrigg). 

Em 1979, a cantora lançou o álbum Estrela Radiante, considerado um dos mais importantes da sua carreira, que traz o grande sucesso em sua voz: a canção Sob Medida, de Chico Buarque.

Outras canções de sucesso do disco – que mescla diversas influências – é a faixa título (de Walter Queiroz), e as canções Memória (de Gonzaguinha) e Carece de Explicação (de Dominguinhos e Clodô).

Projeção Internacional e mais sucessos

Fafá passou – a partir daí –  a ganhar projeção internacional, principalmente em Portugal, onde é, até hoje, muito reconhecida por seu talento e carisma. Em 2011, inclusive, foi condecorada com a Medalha de Mérito Turístico de Portugal.

Em 1980, foi a vez de lançar o disco Crença, com destaque para:

• a faixa-título (de Milton Nascimento e Márcio Borges);
• Sexto Sentido (Beto Fogaça e Hermes Aquino);
• Bicho Homem (de Milton Nascimento e Fernando Brant);
• Carrinho de Linha (de Walter Queiroz);
• Me Disseram (de Joyce);
• e Para Um Amor no Recife (de Paulinho da Viola).

No ano seguinte, em 1982, no álbum Essencial, traz – além da faixa-título (composição de Joyce), os clássicos:

• Bilhete (de Ivan Lins e Vitor Martins);
• Nos Bailes da Vida (de Milton Nascimento e Fernando Brant);
• e Promessas (de Tom Jobim e Milton Moreno).

Em 1983, a artista lançou o disco Fafá de Belém, que traz os sucessos:

• Menestrel de Alagoas (de Milton Nascimento e Fernando Brant);
• Você Em Minha Vida (de Roberto e Erasmo Carlos);
• e Aconteceu Você (de Guilherme Arantes).

Em 1985, o álbum Aprendizes da Esperança, conta com uma gravação do Hino Nacional Brasileiro (de Francisco Manoel da Silva e Joaquim Osório Duque Estrada), que havia sido interpretado com muita emoção por Fafá durante a campanha das Diretas Já, que reivindicava a realização das eleições presidenciais diretas no Brasil após a Ditadura Militar, na qual a cantora teve papel muito presente.

O álbum também conta com um pot-pourri de lambadas – ritmo típico do estado de Fafá, o Pará, e que logo tornou-se um fenômeno no país inteiro. Outros sucessos do disco são as canções:

• Mambembe (de Chico Buarque);
• e Doce Magia (em que Fafá participa como compositora, em parceria com Alec Costandinos e Erich Bulling).

Fafá Compositora

Em 1986, o álbum Atrevida vendeu mais de 500 mil cópias, com o sucesso da canção Memórias (de Leonardo Sullivan), além das canções:

• Meu Homem (versão de Fafá de Belém para a balada Nobody Does it Better, de Carole Bayer Sager e Marvin Hamlish);
• e o samba-enredo Rei no Bagaço Coisas da Vida (de Osvaldo e Albertino Garcia, com citação de Samba do Jubileu de Ouro).

Em 1987, o disco Grandes Amores traz as canções:

• Meu Dilema e Motivos (Michael e Leonardo Sullivan);
• Tudo Pode o Amor (versão de Fafá para a música All In Love Is Fair, de Stevie Wonder);
• e Amores (de Milton Nascimento e Fernando Brant).

Em 1988, foi a vez do álbum Sozinha:

• com a canção título (de Paulo Sérgio Valle e José Augusto);
• Meu Disfarce (de Chico Roque e Carlos Colla);
• e duas versões de Fafá para canções de Rubby Perez: Te Odeio e Te Quero e Teu Imenso Amor. 

No ano seguinte, a artista lançou Fafá de Belém, disco que traz os grandes sucessos:

• Chorando se Foi e Conversa Bonita (de Chico Roque e Carlos Colla;
• a clássica Nuvem de Lágrimas (de Paulo Debétio e Resende);
• Amor Cigano (Michael Sullivan e Paulo Massadas);
• e Coração do Agreste (de Moacyr Luz e Aldir Blanc).

Em 1990, Fafá participou, como compositora, no álbum do grupo infantil Trem da Alegria, na faixa Saudade de Portugal, em parceria com Ed Wilson.

Em 1991, a cantora paraense lançou o álbum Doces Palavras, com canções de sucesso como:

• Águas Passadas (de Paula Debétio e Paulinho Resende;
• e Coração Xonado (César Augusto e César Rossini).

Em 1992, Fafá gravou – em Portugal – o disco Meu Fado, com destaque para as canções:

• Confesso (Frederico Valério);
• e Olhos Castanhos (Alves Coelho Filho).

Em 1993, foi a vez do disco Do Fundo do Meu Coração – que conta com a canção Capricho (de Sueli Costa e Abel Silva) e, em 1994, de Cantiga Para Ninar Meu Namorado, com o sucesso da faixa título (de Elias Jabur e Carlos Nasser).

Vermelho, Abandonada e Eternamente

Em 1996, o álbum Pássaro Sonhador é um grande sucesso em Portugal e traz dois dos maiores clássicos de sua carreira: as canções Vermelho (de Chico da Silva); e Abandonada (de Michael Sullivan e Paulo Sérgio Valle).

Além disso, traz a faixa título, de José Cardoso Sidney Resende e uma composição de Fafá: Já É Tarde, em parceria com Daniel Laufer Taubkin.

Em seguida veio o álbum Coração Brasileiro, de 1998, com a clássica Eternamente (de Tunai, Sérgio Natureza e Liliane); além de Mar de Estrelas (de Ramon Cruz).

No ano 2000, Fafá de Belém lançou o disco Maria de Fátima Palha Figueiredo (seu nome completo), que trouxe diversas canções consagradas românticas da MPB, como:

• Preciso Aprender a Ser Só (de Marcos e Paulo Sérgio Valle);
• Sob Medida (de Chico Buarque);
• Tortura de Amor (de Waldick Soriano);
• e Amor Em Paz (de Tom Jobim e Vinicius de Moraes).

Em 2001, a cantora lançou o disco O Canto das Águas – Fafá de Belém do Pará, com um repertório essencialmente brasileiro, que destaca a cultura nortista, com canções de autoria de compositores conterrâneos seus, como:

• Bom Dia Belém (de Edyr Proença e Adalcinda Camarão);
• e Amazônia (Nilson Chaves). 

O álbum Piano e Voz Ao Vivo, de 2002, traz os clássicos:

• Andança (Danilo Caymmi, Edmundo Souto e Paulinho Tapajós);
• Bilhete (Ivan Lins);
• Escândalo (Caetano Veloso);
• e Ave-Maria (Vicente Paiva e Jaime Redondo).

De 2004, o álbum Tanto Mar é um tributo a Chico Buarque, que conta com a participação do próprio na canção Fado Tropical (dele com Ruy Guerra) e traz outras canções como:

• Olhos nos Olhos;
• Gota D’água;
• e Com Açúcar, Com Afeto.

Em 2006, é a vez do disco Fafá de Belém Ao Vivo, que traz clássicos sucessos já consagrados em sua voz e rende o seu primeiro DVD.

E ela não pára

Em 2015, em comemoração ao seus 40 anos de carreira – e quase 10 anos depois do seu último disco – Fafá de Belém lançou o álbum Do Tamanho Certo Para O Meu Sorriso (aliás, a risada de Fafá é um caso à parte, uma das mais gostosa e mais famosas do Brasil).

No disco – que ganha também uma versão ao vivo e um DVD – celebra a música paraense, reunindo canções clássicas de sua carreira e algumas inéditas, como as faixas:

• Asfalto Amarelo (de Felipe Cordeiro, Manoel Cordeiro e Zeca Baleiro);
• e Volta (de Johnny Hooker). 

Seu mais recente lançamento é Humana, álbum de 2019, – aclamado pela crítica e eleito um dos 25 melhores álbuns brasileiros do ano, pela Associação Paulista de Críticos de Arte – conta com canções como:

• Alinhamento Energético (de Letícia Novaes, a Letrux);
• Eu Sou Aquela (de Joyce Moreno e Paulo César Pinheiro);
• O Terno e Perigoso Rosto do Amor (de Adriana Calcanhotto);
• Dona de Castelo (Jards Macalé e Waly Salomão);
• e Toda Forma de Amor (Lulu Santos).

Fafá – que é mãe da  também é cantora e atriz Mariana Belém – já fez participações na TV, no cinema e no teatro. Ela não pára!

Viva, Fafá de Belém!

67 sucessos de Fafá de Belém

Para homenagear os 67 anos de Fafá de Belém, fizemos uma Playlist Especial com os 67 principais sucessos do artista, listados em ordem cronológica de quando foram lançados, interpretados por ele ou por outros grandes nomes da música brasileira.

Então, se você seguir a playlist na sequência, fará uma viagem pela vida e pela obra de Fafá (aliás, você já escutou o Acervo MPB Fafá de Belém, uma áudio-biografia exclusiva Novabrasil, que narra detalhes sobre a vida e a obra dessa gigante da nossa música?).