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As 10 maiores músicas de Pixinguinha

Poucos nomes são tão definitivos para a música popular brasileira quanto Pixinguinha

Alfredo da Rocha Vianna Filho nasceu em 1897, no bairro da Piedade, no Rio de Janeiro, e desde menino respirou música dentro de casa. Seu pai, funcionário dos Correios e músico amador, promovia saraus que reuniam grandes nomes da cena carioca, entre eles João Pernambuco e Heitor Villa-Lobos. O pequeno Alfredo, curioso e desobediente, fingia dormir e ficava ouvindo de longe aqueles chorinhos que mais tarde seriam sua marca registrada.

Ainda criança, trocou o cavaquinho pela flauta e chamou a atenção de músicos como Irineu de Almeida, que o incentivaram a estudar formalmente. Rapidamente, destacou-se nos conjuntos de choro e, aos 13 anos, já estreava em gravações fonográficas com o Choro Carioca. A partir dali, sua trajetória se confundiria com a própria história da música brasileira.

Pixinguinha participou de momentos decisivos: foi diretor de harmonia de ranchos carnavalescos ainda adolescente; esteve presente na casa de Tia Ciata, reduto fundamental para o nascimento do samba; criou o lendário conjunto Oito Batutas, que levou o som brasileiro para Paris em 1922; e, já nos anos 1930, revolucionou as gravações nacionais como arranjador da gravadora RCA Victor. Foi ele quem deu ao samba o balanço que lhe faltava nas gravações comandadas por maestros estrangeiros.

Também brilhou como compositor. Seus choros e valsas ganharam dimensão universal, com melodias sofisticadas que conquistaram desde os botequins da Lapa até o Theatro Municipal. Mesmo enfrentando períodos difíceis, especialmente nos anos 1940, encontrou no saxofone tenor uma nova voz e, ao lado de Benedito Lacerda, produziu algumas das gravações mais memoráveis da história do choro.

Respeitado por gerações, foi homenageado em vida e depois de sua partida, em 1973, virou sinônimo de brasilidade. Não à toa, seu nome batiza o Dia Nacional do Choro, celebrado em 23 de abril.

Selecionamos agora as 10 maiores músicas de Pixinguinha, que revelam a riqueza e a atemporalidade de sua obra.

1 – Carinhoso (1928 / 1937)

Composto por Pixinguinha inicialmente como choro instrumental, em 1928,  foi considerado ousado demais e recebeu críticas de que soava “jazzístico”. Ganhou nova vida em 1937, quando João de Barro escreveu letra e Orlando Silva imortalizou a canção. Tornou-se o maior clássico de Pixinguinha e uma das músicas mais regravadas da história do Brasil.

Confira a história completa da música “Carinhoso” nesta matéria especial.

2 – Rosa (1937)

Originalmente chamada de “Evocação”, recebeu versos de Otávio de Souza. Gravada no mesmo disco que relançou “Carinhoso”, tornou-se uma das mais delicadas e emocionantes criações de Pixinguinha, presença obrigatória em qualquer antologia da música brasileira.

Confira a história completa da música “Rosa” nesta matéria especial.

3 – Um a Zero (1919)

Um hino à vitória da seleção brasileira sobre o Uruguai no Campeonato Sul-Americano, do qual o nosso time foi o campeão. Vibrante e festivo, foi um dos primeiros grandes sucessos de Pixinguinha e ainda hoje simboliza o encontro entre choro e futebol.

4 – Lamentos (1928)

Na época de seu lançamento, foi alvo de críticas que acusavam Pixinguinha de misturar jazz com choro. Décadas depois, seria reconhecida como uma das obras-primas do gênero, marcada por sofisticação melódica e arranjo inovador.

5 – Ingênuo (1946)

Registrado na fase de ouro da parceria com Benedito Lacerda, “Ingênuo” é apontado pelo próprio Pixinguinha como seu choro favorito.  Uma pérola!

6 – Segura Ele (1930)

Composto no início da década de 1930, período de intensa atividade como arranjador da RCA Victor, mostra a vitalidade e o humor de Pixinguinha em ritmo acelerado e contagiante.

7 – Patrão, Prenda Seu Gado (1931)

Parceria com Donga e João da Baiana, foi uma das primeiras gravações do Grupo da Guarda Velha, conjunto que resgatava a tradição dos sambas e modinhas cariocas. Um registro histórico da união entre mestres fundadores.

8 – Yaô (1938)

Feita em parceria com Gastão Vianna, é uma canção marcada por termos de origem africana, celebrando as raízes negras da música brasileira. Regravada em 1968 por Pixinguinha, Clementina de Jesus e João da Baiana, no antológico LP “Gente da Antiga”, ganhou aura de manifesto cultural.

9 – Cinco Companheiros (1942)

Última gravação de Pixinguinha na flauta antes de se dedicar ao saxofone tenor. A obra voltou à cena no LP “5 Companheiros – Pixinguinha e os chorões daquele tempo” (1958), reafirmando sua importância.

10 – Mundo Melhor (1966)

Fruto da parceria com Vinicius de Moraes, foi escolhida por Elizeth Cardoso para abrir o álbum “Muito Elizeth”. Mostra um Pixinguinha maduro, ainda inovador, dialogando com a nova geração da MPB nos anos 1960.

O legado eterno de Pixinguinha

Pixinguinha foi mais que um músico: foi maestro de um Brasil que aprendia a se reconhecer em sua própria sonoridade. Dos choros inventivos às marchinhas de carnaval, dos arranjos revolucionários às parcerias memoráveis, sua obra permanece como referência fundamental. 

Como disse o crítico Ary Vasconcelos: “Se você tem 15 volumes para falar de toda a música popular brasileira, fique certo de que é pouco. Mas, se dispõe apenas do espaço de uma palavra, nem tudo está perdido; escreva depressa: Pixinguinha”

Quer saber mais sobre a vida e a obra de Pixinguinha? Acesse a Temporada Especial Samba do Arquivo Novabrasil, no Youtube ou Spotify. Uma verdadeira enciclopédia da Música Popular Brasileira, um programa original Novabrasil

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